Impact of the withdrawal of renin-angiotensin-aldosterone inhibitors on mortality in COVID-19 patients.

RESUMO

Introdução: O uso crónico de inibidores da ECA (IECA) e de antagonistas dos recetores de aldosterona (ARA) não está associado a resultados piores em doentes com Covid-19. No entanto, a evidência relativa ao impacto da sua retirada durante a admissão hospitalar é escassa. O nosso objetivo foi determinar se a retirada do IECA, ARA e antagonistas dos recetores dos mineralocorticóides (ARM) está associada à mortalidade por todas as causas numa grande coorte real de doentes com infeção por SRA-CoV-2. Métodos: Estudo coorte observacional a partir de um grande centro de referência de 1 de março de 2020 a 20 de abril de 2020. A retirada dos inibidores do sistema RAAS foi definida como a ausência de qualquer dose recebida durante a admissão hospitalar em doentes que recebem tratamento prolongado. As prescrições durante a admissão foram confirmadas por dados do sistema informático da farmácia central. Resultados: Um total de 2042 doentes (idade média de 68,4 ±17,6, 57,1% do sexo masculino) com COVID-19 confirmado foram incluídos. Durante um acompanhamento médio de 57 (21-55) dias, 583 (28,6%) morreram. Conclusão: A retirada do IECA e do ARM foi associada a uma mortalidade mais elevada. Deve ser dada grande atenção para não interromper estes medicamentos durante a admissão hospitalar.