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Quando e como avaliar o risco cardiovascular global em indivíduos aparentemente normais ­ ou check-up para todos / When and how to assess global cardiovascular risk in apparently normal individuals ­ or check-up for everyone
Chacra, Ana Paula Marte; Santos Filho, Raul Dias dos.
  • Chacra, Ana Paula Marte; Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. Instituto do Coração. São Paulo. BR
  • Santos Filho, Raul Dias dos; Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. Instituto do Coração. São Paulo. BR
Article En, Pt | LILACS | ID: biblio-998771
: BR44.1
: BR44.1
A prevenção cardiovascular é tema fundamental, pois as doenças cardiovasculares que têm como substrato a aterosclerose, têm grande impacto na morbidade e mortalidade cardiovascular no Brasil e no mundo. Estima-se que 80% dos casos de doença arterial co-ronariana resultam da presença isolada ou em associação a fatores como as dislipidemias, tabagismo, hipertensão arterial, diabetes entre outros. Além disso, biomarcadores como história familiar de aterosclerose precoce, marcadores de inflamação de baixo grau como a proteína C reativa (PCR) e imagem da placa de ateroma (escore de cálcio coronário) ajudam a identificar e reclassificar o risco de doença cardiovascular. Estratégias como check-up cardiovascular ou os dos escores de risco são utilizadas na identificação do indivíduo assintomático com maior risco de desenvolver um evento agudo. O check-upcardiovascular, além de identificar os fatores de risco, inclui exames laboratoriais, testes funcionais e de imagem, o que pode implicar em custos excessivos dos exames que não agregarão valor discriminatório ou de reclassificação do risco cardiovascular. Apesar da escassez de dados, meta-análise recente não observou qualquer diferença na mortali-dade por todas as causas e cardiovascular, quanto à realização ou não dos exames de check-up de rotina. A partir da medicina baseada em evidência, diversos algoritmos foram criados para estratificação, de acordo com a presença dos fatores de risco e calibrados para a população estudada. Esses algoritmos são de simples realização e de baixo custo.A Atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose ­ 2017 mantém a recomendação do uso do Escore Global de Risco na avalição inicial de indiví-duos assintomáticos. A revisão sistemática realizada pelo grupo Cochrane, observou que o uso dos escores de risco na prevenção primária tiveram modesto impacto na redução de eventos cardiovasculares, comparados com a não utilização. Além disso, o uso dos escores clínicos reduziu fatores de risco como colesterol elevado e hipertensão arterial, aumentou a prescrição de hipolipemiantes, anti-hipertensivos e AAS, sem evidência de danos e diminuiu a prevalência de tabagismo. Atualmente, ainda há controvérsias sobre quando e como deve ser feita a avaliação do risco cardiovascular. A literatura é clara em dizer que o uso de testes de forma indiscriminada na população não tem boa relação de custo-eficácia. Entretanto, a avaliação do risco cardiovascular pelos escores clínicos de risco pode identificar indivíduos de maior risco que serão beneficiados pela implementação de tratamentos preventivos.
Cardiovascular disease prevention is a key topic as cases with atherosclerosis as an underlying cause have a considerable impact on cardiovascular morbidity and mortality in Brazil and the rest of the world. It is estimated that 80% of coronary artery disease cases result from the individual presence or combination of factors such as dyslipidemias, smo-king, hypertension, diabetes, and others. In addition, biomarkers such as family history of early atherosclerosis, low-grade inflammatory markers such as C-reactive protein (CRP), and atheromatous plaque imaging (coronary calcium score) help identify and reclassify the risk of cardiovascular disease. Strategies such as cardiovascular check-ups or the use of risk scores are used to identify the asymptomatic patient with a higher risk of developing an acute event. Besides identifying risk factors, the cardiovascular check-up also includes laboratory, functional and imaging tests, which may involve excessive costs that will not add discriminatory value or allow the cardiovascular risk to be reclassified. Despite the lack of data, a recent meta-analysis found no difference in all-cause and cardiovascular mortality, whether or not routine check-ups were performed. According to evidence-based medicine, several algorithms have been created for stratification, depending on the presence of risk factors and calibrated for a particular study population. These algorithms are both simple and inexpensive. The Update of the Brazilian Guideline on Dyslipidemia and Atherosclerosis Prevention - 2017 recommends using the Global Risk Score in the initial assessment of asymptomatic individuals. A systematic review conducted by the Cochrane group found that the use of risk scores in primary prevention had a modest impact on the reduction of cardiovascular events compared to non-use. Furthermore, the use of clinical scores reduced risk factors such as high cholesterol and high blood pressure, increased lipid-lowering/antihypertensive drug and aspirin prescriptions, with no evidence of harmful side effects, and reduced the prevalence of smoking. There is still controversy as to when and how to assess cardiovascular risk. The literature is clear in stating that the use of indiscriminate testing in the population is not cost effective. However, the evaluation of cardiovascular risk using clinical risk scores can identify higher risk individuals who will benefit from the implementation of preventive treatments.

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