Abandono do tratamento da tuberculose em pacientes HIV/ADIS atendidos no Instituto de Infectologia Emilio Ribas no ano de 2010 / Abandonment treatment of tuberculosis patients in HIV / ADIS seen at Emilio Ribas Institute of Infectious Diseases in 2010

RESUMO

INTRODUÇAO: Em 1993 a tuberculose foi considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como reemergência mundial devido ao aumento significativo do número de casos da doença, associada à epidemia de HIV e ao surgimento de resistência aos tuberculostáticos. OBJETIVO: Investigar a taxa de abandono do tratamento de tuberculose e fatores preditivos desse abandono. MATERIAIS E METODOS: Trata-se de um estudo observacional de corte transversal, de abordagem quantitativa com levantamento de dados secundários dos casos de tuberculose notificados pelo IIER que, tiveram encerramento pelo critério abandono no ano de 2010. Os dados foram coletados a partir do TBWEB e das fichas de notificação do Serviço de Epidemiologia da instituição. RESULTADOS: Dos 56 casos de abandono no tratamento, 10 (17,9%) são do sexo feminino e 46 (82,1%) do sexo masculino. A média de idade foi de 36,9 anos, sendo a idade mínima de 17 anos e a máxima de 64 anos. O segundo mês de tratamento foi o de maior índice de abandonos no grupo, sendo que 24 (42,9%) abandonaram o tratamento neste período, outros 12 (21,4%) no terceiro mês de tratamento. Uma parcela de 9 (16,1%) casos abandonaram o tratamento logo no primeiro mês. Ser um caso de Retratamento após abandono confere um RR de 1,43 (IC = 1,054 - 2,0311) e um p 0,05, o que demonstra significância estatística entre o abandono e o histórico de abandono anterior. Pacientes que faziam uso de álcool e drogas simultaneamente apresentou um RR 1,72 (IC = 1,2407 ­ 2,3873) com p valor de 0,02. As variáveis tipo sexo, diabetes, formas clinicas, Caso novo, retratamento após falência e recidiva não apresentaram significância estatística. CONCLUSAO: As estratégias para controle da doença necessitam considerar os fatores associados ao abandono relacionados com os hábitos, o conhecimento sobre sua doença e a motivação a complementar o tratamento. Logo buscando maior proximidade entre o serviço e o paciente