Atenção à saúde sexual e reprodutiva do adolescente em Franco da Rocha: respostas da atenção primária e o impacto do coronavírus / Attention to sexual and reproductive health of adolescents in Franco da Rocha: primary care responses and the impact of the coronavirus

RESUMO

Introdução: O Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) assegura o acesso universal e igualitário à saúde para os (as) adolescentes por intermédio do Sistema Único de Saúde (SUS), o que inclui a saúde sexual e reprodutiva, estratégica para garantia de direitos humanos deste público, como recomenda a Organização Mundial de Saúde. Os serviços de saúde de Franco da Rocha, assim como de todos os municípios brasileiros, precisam atuar para a garantia de acesso a este direito também em diversos contextos, como ocorre hoje frente à pandemia do novo covid- 19, que, desde fevereiro de 2020, vem atingindo o Brasil, gerando impactos no setor de saúde. Objetivo: Verificar as contribuições das formações do Protocolo de Saúde Sexual e Reprodutiva de Adolescentes em Franco da Rocha e os impactos da epidemia de coronavírus na atenção em saúde sexual e reprodutiva de adolescentes. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo exploratório qualitativo realizado por meio de entrevistas semi-estruturadas feitas on line com profissionais de saúde da Atenção Básica de Franco da Rocha - SP e levantamento e análise de indicadores de saúde sexual e reprodutiva para a avaliação dos impactos da epidemia de coronavírus. Resultados: As formações realizadas foram bem avaliadas pelos profissionais e são apontadas como um incentivo e facilitador para a atenção do público adolescente, esclarecendo principalmente a possibilidade de atendimento deste público inclusive desacompanhado. A procura por teste ou assistência à gravidez e a contracepção são as demandas citadas como mais recorrentes entre adolescentes nos serviços de saúde, sendo a pílula oral e os injetáveis os mais procurados entre os contraceptivos, principalmente em serviços onde os profissionais incentivam e fazem busca ativa entre este público; entre as IST, a sífilis em gestantes e o HPV foram citadas como as de maior recorrência. Destaca-se a baixa participação masculina na contracepção e na busca por prevenção, bem como aos testes rápidos de IST. coronavírus foi observado o aumento de Durante a pandemia de gestações entre adolescentes,principalmente abortos, embora profissionais não terem relatado dificuldades na oferta de contraceptivos para este público. Conclusão: Adolescentes apresentam recorrente exposição de risco sexual, principalmente quanto à gravidez, por isso o esclarecimento e incentivo aos adolescentes pelos profissionais de saúde sobre os serviços, de contraceptivos e preservativos têm que ser constantes, inclusive em momentos de pandemia.