Perfil bacteriano e repercussões terapêuticas dos pacientes com pés diabéticos atendidos no Hospital do Servidor Público Municipal / Bacterial profile and therapeutic effects of patients with diabetic foot met the Hospital Municipal Civil Servants

RESUMO

O pé diabético é o termo usado para designar os indivíduos diabéticos que apresentam neuropatia, isquemia crítica ou úlcera plantar, podendo ser superficiais ou profundas 1. A neuropatia é responsável por 90% dos casos e está presente em 50% dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus (DM) com mais de 60 anos. A expressividade de tal entidade reside no fato de a mesma poder estar presente antes mesmo da detecção da perda da sensibilidade protetora, resultando em maior vulnerabilidade e traumas, aumentando o risco de ulcerações 5. A incidência e prevalência do DM tem aumentado nos últimos anos a ponto de atingir proporções epidêmicas, causando de forma diretamente proporcional o aumento da incidência do pé diabético, uma das mais temidas complicações do DM de longa duração 1. Fatores como períodos de internação, seus elevados custos, o aumento do risco de amputações e seu impacto na qualidade de vida, justificam a atenção dada a essa entidade. Por exemplo, na Suécia e em países do norte europeu, cerca de 2,0 a 3,0 % dos pacientes com DM desenvolverão uma úlcera no pé anualmente, que duplicam nos portadores de neuropatia 1,2. Grande parte das amputações e das internações prolongadas poderiam ser prevenidas com cuidados de saúde preventivo, simples e de baixo custo. Estudos relataram apenas com um bom controle da doença, prevenção dos fatores de risco, diagnóstico precoce e tratamento resolutivo das alterações nos estágios iniciais 2,4. Como qualquer tipo de úlcera, as que ocorrem nos pés diabéticos serão colonizadas pelas bactérias que habitam a pele, porém a neuropatia e as alterações da circulação periférica fazem com que as infecções nesses pacientes sejam mais frequentes e de difícil controle pelo sistema imune 2. Dessa forma, o conhecimento da prevalência bacteriana dos pés diabéticos de determinada comunidade, o perfil de resistência bacteriana e as repercussões clínicas mais comuns, são de vital importância para o adequado manejo desses pacientes (AU)