Your browser doesn't support javascript.
loading
A fenomenologia do corpo no envelhecimento: diálogos entre Beauvoir e Merleau-Ponty / The phenomenology of the body in aging: dialogues between Beauvoir and Merleau-Ponty / La fenomenología del cuerpo en el envejecimiento: diálogos entre Beauvoir y Merleau-Ponty / La phénoménologie du corps dans le vieillissement dialogues entre Beauvoir et Merleau-Ponty
Domingues, Rafaela de Campos; Freitas, Joanneliese de Lucas.
Afiliação
  • Domingues, Rafaela de Campos; s.af
  • Freitas, Joanneliese de Lucas; Universidade Federal do Paraná. BR
Rev. Subj. (Impr.) ; 19(3): 1-13, set.-dez. 2019.
Artigo em Português | LILACS, Index Psicologia - Periódicos | ID: biblio-1092250
Biblioteca responsável: BR724.1
RESUMO
Este artigo tem o objetivo de construir uma reflexão fenomenológica acerca da corporeidade no envelhecimento por meio do diálogo das perspectivas de Beauvoir e Merleau-Ponty, partindo das obras A velhice (Beauvoir) e Fenomenologia da percepção (Merleau-Ponty). Recorreu-se, também, à novela de Beauvoir, Mal-entendido em Moscou, que ilustra as experiências de envelhecimento dos protagonistas. Beauvoir demonstra que o corpo é coadjuvante no desvelar da velhice, pois se torna objeto para o outro, delator de nosso envelhecimento. Essa perspectiva é permeada pela concepção sartreana de irrealizável, dada a impossibilidade de síntese do para-si e do em-si que constitui a existência. Contudo a filósofa ultrapassa essa perspectiva quando apresenta a experiência ambígua da senescência como um dos limites à liberdade. Beauvoir e Merleau-Ponty têm em comum a compreensão de que o corpo é condição para ser. Em diálogo com a filosofia de Merleau-Ponty, nota-se que, embora Beauvoir concorde com a reflexão sobre o corpo vivido como potência (je peux), sua perspectiva articula a ambiguidade do que um corpo pode e o que não pode. Assim, acedemos à conclusão sobre as restrições vividas, dadas não apenas pelo aspecto material do corpo que envelhece, mas especialmente pelas opressões sociais. Argumenta-se que Beauvoir abre uma dimensão ética ao pensar a velhice, adensando o problema do outro e de si, e da nossa relação com o estranho que há em nós mesmos. Nesse sentido, a obra de Beauvoir nos leva a indagar se estamos preparados para envelhecer e vivenciar nossa velhice, já que sempre a mantemos a distância, como uma estranha que desaba sobre nós.
ABSTRACT
This article aims to build a phenomenological reflection on the embodiment in aging through the dialogue of Beauvoir and Merleau-Ponty's perspectives, starting from the works The Old Age (Beauvoir) and Phenomenology of Perception (Merleau-Ponty). We also used Beauvoir's novel, Misunderstanding in Moscow, which illustrates the aging experiences of the protagonists. Beauvoir demonstrates that the body is an adjunct in the unveiling of old age, because it becomes an object for the other, denouncing our aging. This perspective is permeated by the Sartrean conception of the unrealizable, given the impossibility of synthesizing the self and the self that constitutes existence. But the philosopher goes beyond this perspective when she presents the ambiguous experience of senescence as one of the limits to freedom. Beauvoir and Merleau-Ponty have in common the understanding that the body is a condition for being. In dialogue with Merleau-Ponty's philosophy, it is noted that although Beauvoir agrees with the reflection on the body lived as a power (je peux), his perspective articulates the ambiguity of what a body can and cannot. Thus, we conclude the lived constraints, given not only by the material aspect of the aging body but especially by social oppression. It is argued that Beauvoir opens an ethical dimension by thinking of old age, deepening the problem of the other and oneself, and our relationship with the stranger in ourselves. In this sense, Beauvoir's work leads us to wonder if we are prepared to grow old and experience our old age, since we always keep it at a distance, like a stranger that falls on us.
RESUMEN
Este trabajo tiene el objetivo de construir una reflexión fenomenológica sobre la corporeidad en el envejecimiento por medio del diálogo de las perspectivas de Beauvoir y Merleau-Ponty, desde las obras La vejez (Beauvoir) y Fenomenología de la percepción (Merleau- Ponty). También se utilizó la novela de Beauvoir, Malentendido en Moscú, que ilustra las experiencias de envejecimiento de los protagonistas. Beauvoir demuestra que el cuerpo es secundario en el descubrimiento de la vejez, pues tornase objeto para el otro, delator de nuestro envejecimiento. Esta perspectiva es impregnada por la concepción sartreana de irrealizable, debido a la imposibilidad de síntesis del para-uno y del en-uno que constituye la existencia. Pero la filosofía supera esa perspectiva cuando presenta la experiencia ambigua de la senescencia como uno de los límites de la libertad. Beauvoir y Merleau-Ponty tienen en común la comprensión de que el cuerpo es condición para ser. En diálogo con la filosofía de Merleau-Ponty, se percibe que, aunque Beauvoir esté de acuerdo con la reflexión sobre el cuerpo vivido como potencia (je peux), su perspectiva articula la ambigüedad de lo que un cuerpo puede y lo que no puede. De este modo, llegamos a la conclusión sobre las restricciones vividas, dadas no solo por el aspecto material de cuerpo que envejece, pero especialmente por las opresiones sociales. Se argumenta que Beauvoir abre una dimensión ética al pensar en la vejez, pesando el problema del otro y de uno, y de nuestra relación con el raro que hay en nosotros. En este sentido, la obra de Beauvoir nos lleva a preguntar si estamos listos para envejecer y vivir nuestra vejez, ya que la mantenemos siempre lejos, como una vía que se derrumba sobre nosotros.
Cet article vise à construire une réflexion phénoménologique sur le vieillissement corporel à partir du dialogue des perspectives de Beauvoir et de Merleau-Ponty, au moyend des travaux Old Age (Beauvoir) et Phénoménologie de la Perception (Merleau-Ponty). On a aussi utilisé le roman «Incompréhension à Moscou¼ de Beauvoir, qui illustre les expériences de vieillissement des protagonistes. Beauvoir démontre que le corps a un rôle de soutien au dévoilement de la vieillesse, car il devient un objet pour l'autre, c'est-à-dire, le dénonciateur de notre vieillissement. Cette conception est imprégnée par la conception sartrienne de l'irréalisable, à cause de l'impossibilité de synthétiser le moi et le moi qui constitue l'existence. Cependant, la philosophe dépasse cette perspective lorsqu'elle présente l'expérience ambiguë de la sénescence comme l'une des limites à la liberté. Beauvoir et Merleau-Ponty ont en commun la compréhension dont le corps est une condition pour y être. En dialoguant avec la philosophie de Merleau-Ponty, il est noté que bien que Beauvoir soit d'accord avec la réflexion sur le corps vécu comme un pouvoir («je peux¼ ), sa perspective articule l'ambiguïté de ce qu'un corps peut et de ce qu'il ne peut pas. Ainsi, on peut conclure sur les contraintes rencontrées, données non seulement par l'aspect matériel du corps vieillissant, mais surtout par les oppressions sociales. On comprend que Beauvoir ouvre une dimension éthique lorsqu'elle pense à la vieillesse, en ajoutant le problème de l'autre et de soi-même et de notre relation avec l'étranger qu'il y a en nous. En ce sens, le travail de Beauvoir nous amène à la demande «sommes-nous prêts à vieillir et à faire l'expérience de notre vieil âge, puisque nous le tenons toujours à distance, comme un étranger qui tombe sur nous?¼..
Assuntos


Texto completo: Disponível Coleções: Bases de dados internacionais Base de dados: Index Psicologia - Periódicos / LILACS Assunto principal: Envelhecimento Tipo de estudo: Pesquisa qualitativa Aspecto: Aspectos éticos Idioma: Português Revista: Rev. Subj. (Impr.) Assunto da revista: Psicologia Ano de publicação: 2019 Tipo de documento: Artigo País de afiliação: Brasil Instituição/País de afiliação: Universidade Federal do Paraná/BR

Texto completo: Disponível Coleções: Bases de dados internacionais Base de dados: Index Psicologia - Periódicos / LILACS Assunto principal: Envelhecimento Tipo de estudo: Pesquisa qualitativa Aspecto: Aspectos éticos Idioma: Português Revista: Rev. Subj. (Impr.) Assunto da revista: Psicologia Ano de publicação: 2019 Tipo de documento: Artigo País de afiliação: Brasil Instituição/País de afiliação: Universidade Federal do Paraná/BR
...