Interpretações e praticas tradicionais relacionasdas com epilepsia: estudo na zona sul de Moçambique / IInterpretations and traditional practices related to epilepsy: study in southern Mozambique

RESUMO

Epilepsia é um problema de Saúde Pública afectando cerca 50 milhões de pessoas a nível global, das quais 40 milhões em Países em vias de desenvolvimento, onde também Moçambique faz parte (OMS, 2016). Em Moçambique, o problema de epilepsia afecta cerca de 4% da população principalmente nas zonas rurais e suburbanas devido ao défice de Unidades Sanitárias, pessoal qualificado, medicamentos, analfabetismo, ignorância, para além das práticas e crenças tradicionais (MISAU; 2006 e 2012). Este problema ainda não tem uma solução de cura a nível da biomedicina (apenas existem medicamentos para controlar as crises da doença). Em contrapartida, de acordo com (Guiliche, 2002) as famílias geralmente recorrem às práticas da medicina tradicional para o seu tratamento, e essas práticas encontram-se enraizadas na cultural local e podendo resolver os problemas de saúde pública Foi com base nisto que se achou pertinente captar a dimensão social e cultural de epilepsia com vista o obter uma visão mais complexa e profunda do problema de epilepsia como defende (Minayo, 2006). A pesquisa tem como objectivo principal, recolher informação sobre a significação social de epilepsia em Govuro, Funhalouro, Inharrime, Xai-Xai, Bilene-Macia, Mabalane, Magude, Manhiça e Matutuine. O presente estudo foi conduzido por uma abordagem metodológica holísta (holística) que combina diferentes técnicas de Pesquisa de natureza qualitativa. Esta abordagem metodológica tem sido aplicada para estudar percepções de actores individuais e colectivos envolvidos em actividades ou programas no âmbito da Saúde. Os métodos incluíram a realização de entrevistas semi-estruturadas, a própria observação directa, os grupos focais de discussão com vista a explorar o potencial de cada um para além das conversas informais. O uso e combinação de diferentes técnicas de investigação social qualitativas permitiram captar a significação social atribuída a epilepsia pelos actores sociais.