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Protocolo de uso de emicizumabe para tratamento de indivíduos com hemofilia A e inibidores do fator VIII refratários ao tratamento de imunotolerância / Protocol for the use of emicizumab for the treatment of individuals with hemophilia A and factor VIII inhibitors refractory to immunotolerance treatment
Brasília; CONITEC; jun. 2021.
Não convencional em Português | BRISA/RedTESA, BRISA/RedTESA | ID: biblio-1353167
Biblioteca responsável: BR1.1
RESUMO

INTRODUÇÃO:

As hemofilias são doenças hemorrágicas hereditárias, ligadas ao cromossomo X e transmitidas quase que exclusivamente a indivíduos do sexo masculino por mães portadoras da mutação (cerca de 70% dos casos). As hemofiliassão classificadas em tipo A e B, conforme a deficiência do fator da coagulação, se fator VIII e IX, respectivamente. Do ponto de vista clínico, as hemofilias A e B são semelhantes,sendo a hemofilia A 5 vezes mais prevalente que a hemofilia B. A hemofilia é classificada de acordo com o nível plasmático de atividade coagulante do fator deficiente em leve, moderada e grave, quando o nível de fator é de 5% a 40% (ou maior que 0,05 a 0,40 UI/mL), de 1% a 5% (ou de 0,01 a 0,05 UI/mL) e inferior a 1% (ou menor que 0,01 UI/mL), respectivamente. O tratamento das hemofilias consiste principalmente na reposição do fator deficiente, por meio dos concentrados de fator de origem plasmática ou recombinante. A principal complicação do tratamento da hemofilia A é o desenvolvimento de inibidores, que são aloanticorpos direcionados contra o fator VIII infundido durante o tratamento de reposição. A incidência cumulativa dos inibidores é de 20% a 35%, sendo mais incidente em pacientes com a forma grave da doença. Uma vez presentes, os inibidores interferem na resposta aos sangramentos, levando à ineficiência dos concentrados de fator VIII. O único tratamento capaz de erradicar 60% a 80% dos inibidores é a imunotolerância que requer a infusão periódica de altas doses do concentrado de fator VIII por longo tempo. Este tratamento está principalmente indicado para pacientes com hemofilia A que desenvolveram inibidores persistentes de alto título/alta resposta, que interferem na resposta ao fator VIII, ou seja, cujo tratamento requer o uso de agentes de bypassing (concentrado de complexo protrombínico parcialmente ativado [CCPa] ou concentrado de fator VII ativado recombinante [rFVIIa]). Entretanto, 20% a 40% dos pacientes pode não responder aotratamento de imunotolerância, demandando, assim, uso contínuo de agentes de bypassing, que são menos eficientes e mais onerosos. Além disso, os inibidores podem recidivar após o tratamento de imunotolerância. EMICIZUMABE O emicizumabe é um anticorpo tipo imunoglobulina (Ig) G4 monoclonal humanizado com estrutura de dupla especificidade (anticorpo biespecífico), que se liga ao fator IX ativado e ao fator X. Éproduzido por tecnologia de ácido nucléico recombinante, em células de ovário de hamster chinês (do inglês chinese hamster ovary cells, células CHO). O emicizumabe tem a capacidade de ligar o fatorIX ativado ao fator X, restaurando a função deficiente do fator VIII ativado, necessária para a hemostasia.

METODOLOGIA:

A elaboração deste Protocolo de Uso teve como base os resultados advindos da busca bibliográfica realizada na plataforma PubMed11, 15-22,24-26 , além de documentos das agências reguladoras Européia e Americana4,5,6, e da própria empresa fabricante do medicamento23. O produto final foi discutido, revisado e aprovado por um grupo de trabalho de especialistas constituído especificamente para esta finalidade em 22 de outubro de 2020. O presente Protocolo de Uso é específico para o uso do emicizumabe em pacientes com hemofilia A e inibidores persistentes e que não obtiveram resposta ao tratamento de imunotolerância ou que tiveram recidiva do inibidor após o tratamento de imunotolerância e foi embasado no Relatório de Recomendação Nº 500/2019 da Conitec. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO Paciente com hemofilia A congênita com inibidor clinicamente persistente (inibidor de alto título ou alta resposta), ou seja, que demande o uso de agentes de bypassing para atingir hemostasia e que - Tenha apresentado "falha" ao tratamento de imunotolerância ou que - Tenha apresentado recidiva do inibidor (inibidor de alto título ou alta resposta), após ter atingido resposta total ou parcial por pelo menos 6 meses. CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO Pacientes que apresentarem reação alérgica grave ou desenvolvimento de anticorpos antiemicizumabe deverão ser excluídos. O paciente poderá ser excluído mediante a ocorrência de evento tromboembólico ou microangiopatia trombótica. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS Existem poucos estudos sobre interação medicamentosa com emicizumabe. A experiência clínica sugere a existência de interação medicamentosa entre emicizumabe e CCPa. Existe uma possibilidade de hipercoagulabilidade com o uso concomitante de rFVIIa ou fator VIII com emicizumabe com base em experimentos pré-clínicos, embora a relevância clínica desses dados não seja conhecida. Não existem estudos em mulheres grávidas, que estejam amamentando e nem em crianças com menos de 1 ano.
Assuntos
Texto completo: Disponível Coleções: Bases de dados temática Base de dados: BRISA/RedTESA Assunto principal: Imunoglobulina G / Hemofilia A Tipo de estudo: Estudo de avaliação / Guia de prática clínica / Avaliação de tecnologias de saúde Limite: Humanos País/Região como assunto: América do Sul / Brasil Idioma: Português Ano de publicação: 2021 Tipo de documento: Não convencional
Texto completo: Disponível Coleções: Bases de dados temática Base de dados: BRISA/RedTESA Assunto principal: Imunoglobulina G / Hemofilia A Tipo de estudo: Estudo de avaliação / Guia de prática clínica / Avaliação de tecnologias de saúde Limite: Humanos País/Região como assunto: América do Sul / Brasil Idioma: Português Ano de publicação: 2021 Tipo de documento: Não convencional
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