Your browser doesn't support javascript.
loading
Consumo de bebidas alcoólicas e excesso de peso em adultos da linha de base da coorte de Universidades Mineiras (CUME), Brasil / Consumo de bebidas alcoólicas e excesso de peso em adultos da linha de base da coorte de Universidades Mineiras (CUME), Brasil
Belo Horizonte; s.n; 20191029. 139 p.
Tese em Português | LILACS-Express | LILACS, InstitutionalDB, BDENF - Enfermagem, Coleciona SUS | ID: biblio-1370361
Biblioteca responsável: BR21.1
RESUMO

Objetivo:

Analisar os padrões de consumo de álcool e suas relações com o excesso de peso em adultos da linha de base da Coorte de Universidades Mineiras (CUME), Brasil.

Método:

O projeto CUME é uma coorte aberta e de grupo populacional restrito, que objetiva avaliar o impacto do padrão alimentar brasileiro e da transição nutricional sobre as doenças crônicas não transmissíveis em egressos de Instituições de Ensino Superior situadas em Minas Gerais. Nesta Tese, fez-se uma análise transversal com 2.909 participantes (≥ 18 anos de idade), graduados entre os anos de 1994 e 2014. A coleta de dados da linha de base ocorreu entre março e agosto de 2016, com a utilização de um questionário virtual contendo perguntas sobre características sociodemográficas, antropométricas, do estilo de vida, das condições de saúde e dos hábitos alimentares. Os resultados e análises são apresentados neste volume em formato de artigos científicos. A variável de desfecho foi o excesso de peso, definida pelo Índice de Massa Corporal (IMC) ≥ 25 kg/m2. As variáveis de exposição foram a) consumo de bebidas alcoólicas (não, sim); b) frequência semanal do consumo de bebidas alcoólicas (<1 dia/semana; 1-4 dias/semana; ≥ 5 dias/semana); c) consumo diário de álcool em gramas (g) ­quartis; d) consumo diário de tipos de bebidas alcoólicas em mililitros (mL) ­ quartis (cerveja; vinhos; e destiladas = cachaça, rum, vodka e whisky); e) consumo pesado episódico ou binge drinking (BD) ­ quatro ou mais doses em uma única ocasião para mulheres e cinco ou mais doses em uma única ocasião para homens, nos últimos 30 dias (não, sim); f) frequência mensal de BD (zero, 1 a 2 vezes, 3 a 4 vezes, ≥ 5 vezes). As variáveis de ajuste foram sexo; idade; cor da pele; estado civil; situação profissional; renda familiar; hábito de fumar; diagnóstico médico de depressão; atividade física; consumo total de energia; presença de doenças crônicas. Razões de Prevalência e seus respectivos Intervalos de Confiança de 95% foram ajustados pela regressão multivariada de Poisson. Realizaram-se análises de sensibilidade para avaliar a robustez dos resultados nos dois artigos, excluindo (a) as pessoas com diagnóstico médico prévio de obesidade, (b) as pessoas que ganharam 10 kg ou mais previamente ao estudo (05 anos), (c) todas as pessoas consideradas nas análises (a) e (b), adicionalmente àquelas que usavam medicação para controle do peso.

Resultados:

A prevalência do excesso de peso foi de 40,8%. Em relação à ingestão de álcool, 73,6% fizeram consumo, sendo que a média diária do consumo de álcool foi igual a 5,9 g (desvio-padrão - DP = 9,1 g). O consumo médio diário de cerveja foi de 76,2 mL (DP = 22,6mL); vinhos de 16,1 mL (DP = 5,0mL); e destiladas de 2,9 mL (DP = 1,6mL). Houve uma tendência significativa de aumento da prevalência de excesso de peso quanto maior o consumo de cerveja (p de tendência = 0,038), fato não observado para os demais tipos de bebidas. Após análises de sensibilidade, a ingestão de álcool associou-se com excesso de peso, com tendência de aumento da prevalência quanto maior o consumo diário [Artigo 1]. Sobre o padrão BD, 41,3% se expuseram a tal comportamento, sendo que dentre estes, maior frequência se expôs a tal hábito em 1 a 2 dias/mês (52,7%), seguidos por aqueles que se expuseram de 3 a 4 dias/mês (27,9%) e 5 ou mais dias/mês (19,4%). O BD aumentou em 19% a prevalência do excesso de peso, sendo que se expor em ≥ 5 dias/mês aumentou em 31%. Em todas as análises de sensibilidade, o BD se associou positivamente ao excesso de peso, mantendo-se, também, a tendência de acréscimo da prevalência do desfecho com o aumento na frequência mensal da exposição (p ≤ 0,001) [Artigo 2].

Conclusões:

Ressalta-se a necessidade de reduzir a visão amplamente aceita de que o consumo leve a moderado de álcool não é nocivo à saúde, adotando cautela nesta proposição. Deve-se considerar a influência da ingestão de bebidas alcoólicas no ganho de peso nas políticas públicas de saúde e de controle do consumo do álcool, com destaque importante para o consumo excessivo (binge drinking) em única ou em várias ocasiões no mês entre brasileiros.
ABSTRACT

Objective:

Analyze alcohol consumption patterns and their correlation with overweight in adults from baseline of the Cohort of Universities of Minas Gerais (CUME), Brazil.

Methods:

CUME project is an open cohort, with a restricted populational group, that works to evaluate the impact of Brazilian dietary patterns and nutritional transition in chronic, non-communicable diseases in individuals who have gone through Higher Education Institutions in the state of Minas Gerais. In this Thesis, a transversal analysis was conducted on 2.909 participants (≥ 18 years old), graduated between the years 1994 and 2014. The data collection from the baseline occurred between march and august of 2016, through a digital quiz containing questions relative to sociodemographic, anthropometric, lifestyle, health condition, and eating habit characteristics. Results and their reviews are presented in this volume in the form of scientific papers. The outcome variable was overweight, defined by Body Mass Index (BMI) ≥ 25 kg/m2. The exposure variables were a) consumption of alcoholic beverages (no, yes); b) weekly frequency of consumption of alcoholic beverages (<1 day/week; 1-4 days/week; ≥ 5 days/week); c) daily alcohol consumption in grams (g) - quartiles; d) daily consumption of types of alcoholic beverages in milliliters (mL) - quartiles (beer; wine; and spirits = sugarcane liquor, rum, vodka and whisky); e) heavy episodic drinking or binge drinking (BD) - four or more doses in a single instance for women and five or more doses in a single instance for men, in the last 30 days (no, yes); f) monthly frequency of BD (zero, 1 to 2 times, 3 to four times, ≥5 times). The adjustment variables were gender; age; skin color; marital status; professional situation; family income; smoking habit; medical depression diagnostic; physical activity; total energy consumption; presence of chronic illnesses. Prevalence Ratios (PR) and their respective Confidence Intervals of 95% (CI 95%) were adjusted by multivariate Poisson regression. Sensitivity analysis were perform in order to evaluate the robustness of results on both papers, excluding (a) subjects with previous medically diagnosed obesity, (b) subjects who gained 10 kg or more prior to the study (05 years), (c) all subjects included in criteria (a) and (b), plus those who utilized weight control medication.

Results:

Prevalence of overweight was of 40,8%. In relation to alcohol consumption, 73,6% partook in it, and the average daily alcohol consumption was of 5,9 g (standard-deviation - SD = 9,1 g). The average daily consumption of beer was of 76,2mL (SD = 22,6mL); wines 16,1mL (SD = 5,0mL); and spirits 2,9mL (SD = 1,6mL). A significant tendency towards increase in prevalence of overweight with increase in beer consumption was observed (p for trend = 0,038), not observed in other beverages. After sensitivity analysis, alcohol ingestion was associated with overweight, with tendency towards increase of prevalence with higher daily consumption [Paper 1]. As for the BD pattern, 41,3% exposed themselves to this behavior, and among these, most exposed themselves to this habit 1 to 2 days/month (52,7%), followed by those who exposed themselves 3 to 4 days/month (27,9%) and 5 or more days/month (19,4%). BD was shown to increase prevalence in overweight by 19%, wherein exposing oneself ≥ 5 days/month increased it in 31%. In all sensitivity analyses, BD associated positively to overweight, and the tendency towards increased prevalence of the outcome with monthly exposure was maintained (p ≤ 0,001) [Paper 2].

Conclusions:

The need to reduce the widely accepted notion that low to moderate consumption to alcohol is not harmful must be pointed out, taking great care when making this assumption. The influence of the consumption of alcoholic beverages in weight gain must be considered in public health and alcohol ingestion control policies, with great emphasis on binge drinking in one or more monthly occasions in the Brazilian population.

Texto completo: Disponível Coleções: Bases de dados nacionais / Brasil Base de dados: BDENF - Enfermagem / InstitutionalDB / LILACS / Coleciona SUS Tipo de estudo: Fatores de risco País/Região como assunto: América do Sul / Brasil Idioma: Português Ano de publicação: 2019 Tipo de documento: Tese
Texto completo: Disponível Coleções: Bases de dados nacionais / Brasil Base de dados: BDENF - Enfermagem / InstitutionalDB / LILACS / Coleciona SUS Tipo de estudo: Fatores de risco País/Região como assunto: América do Sul / Brasil Idioma: Português Ano de publicação: 2019 Tipo de documento: Tese
...