Detecção de S. aureus em manipuladores de alimentos: perfil de resistência a antibióticos e quimioterápicos / Detection of S. aureus in food manipulators - resistence profile to antibiotics

RESUMO

Os manipuladores de alimentos constituem importante fonte de disseminação de microrganismos patogênicos, principalmente, para os alimentos e colegas de trabalho. Foram coletadas amostras de fossas nasais, boca e mãos, de 67 manipuladores de alimentos, de 10 Unidades de Alimentação e Nutrição, da cidade de Ribeirão Preto - SP; semeadas no meio seletivo diferencial, ágar gema de ovo hipercloretado (Ni) - 35ºC aproximadamente 48h. A identificação da espécie foi efetuada pelas provas de coagulase, catalase, DNAse, lecitinase; seguida da determinação e interpretação do perfil de sensibilidade aos antimicrobianos. Dentre os manipuladores de alimentos analisados, 28 (41,8 por cento) eram portadores de S. aureus - 19 (28,4 por cento) do sexo feminino e 9 (13,4 por cento) masculino. Quanto aos sítios de coleta, detectou-se na s/mão/s21 (75,0 por cento), na boca 10 (35,7 por cento) e nas fossas nasais 7 (25,0 por cento), com predomínio do sexo feminino. Em relação à faixa etária, o maior percentual correspondeu a 39,3 por cento portadores de 40 a 49 anos e 35,7 por cento de 20 a 29 anos. Observou-se que 15 (53,6 por cento) eram portadores exclusivos de S. aureus, com predomínio bucal 5 (17,9 por cento) para o sexo masculino, e 13 (46,4 por cento) eram simultâneos; entre estes detectou-se S. aureus nos pareamentos mão/fossas nasais; mão/boca e ambas as mãos 4 (14,3 por cento) respectivamente. O antibiograma demonstrou maior índice de cepas resistentes para os b-lactâmicos-penicilina G 35 (76,1 por cento) e amoxicilina 19 (41,3 por cento), em todos os nichos, inclusive entre cepas multiressistentes. Nenhum S. aureus apresentou resistência à Oxacilina (100,0 por cento - OSSA). Considerando a importância de portadores, como fonte de infecção cruzada, endógena e/ou exógena e a elevada percentagem de manipuladores de alimentos, que albergavam S. aureus, em ou mais nichos, alertou-se para a necessidade de se adotar medidas que busquem minimizar a disseminação desses patógenos e/ou prevenir a toxinfecção estafilocócica.