Armadilhas do espaço urbano / Urban fall traps

RESUMO

Objetivo: Explorar as repercussões da queda em idosos residentes na cidade de São Paulo e desenvolver, ainda que sinteticamente,questões associadas à cidade e à sua relação com o envelhecimento e a qualidade de vida dos idosos. Métodos: Trata-se de trabalho com abordagem qualitativa. Para a obtenção de dados, optou-se pela técnicada “entrevista individual em profundidade”. A escolha dos sujeitos obedeceu ao procedimento definido como “rede”. Resultados: Foram realizadas dez entrevistas, nove com idosos vítimas de quedas e uma com o representante do poder público. Das entrevistas resultaram dados que confirmam mudanças expressivas na vida dos idosos quesão vítimas do que se passou a denominar de “armadilhas urbanas”e que, extrapolando os âmbitos da mobilidade e da dependência,invadem sentimentos, emoções e desejos. O despreparo da cidade de São Paulo confirmou-se na ausência de planejamentos urbanos adequados e no descompromisso do poder público. Revelou ainda que o modo singular e diferente de ser e viver a velhice, ao lado do direitoa exercer a cidadania, reflete-se na maior ou menor dificuldade dos idosos lutarem por seus direitos e terem seus espaços respeitados.Conclusão: São Paulo não se apresenta como lócus ideal de vida paraa velhice. Às ciladas presentes no espaço público somam-se as que,existentes nos espaços privados, também contribuem para a dura experiência de quedas entre idosos, experiência com conseqüências muitas vezes fatais. No Brasil as atenções recaem, basicamente, sobreas conseqüências das quedas, não sobre a prevenção das mesmas,por meio de um planejamento urbano que atenda às necessidades de grupos mais vulneráveis – deficientes físicos e idosos.