Influência da caminhada não supervisionada sobre fatores de risco cardiovascular / Influence of Unsupervised Walking on Cardiovascular Risk Factors

RESUMO

O objetivo da presente pesquisa foi identificar a influência da atividade física (AF) continuada e não supervisionada sobre alguns fatores de risco cardiovascular. Para tanto, este estudo de coorte avaliou, em dois momentos distintos, frequentadores de um parque público da cidade de Uberaba-MG, que realizavam caminhada com frequência mínima de duas vezes semanais. Os 40 voluntários desta pesquisa responderam a um questionário e tiveram aferidas e calculadas as medidas de Índice de Massa Corporal (IMC), Índice Cintura-Quadril (ICQ), glicemia, colesterol total e triglicérides. Após seis meses, a mesma coleta de dados foi repetida, e a partir daí, a população do estudo foi dividida em dois grupos grupo dos indivíduos que praticou a AF continuamente, ou seja, sem interrupção a partir da avaliação inicialmente realizada (n=27), e grupo de indivíduos que interrompeu a AF (n=13) por qualquer motivo. Benefícios físicos e bioquímicos foram observados apenas no grupo que praticou a AF de maneira contínua, representados pela redução do ICQ (inicial 0,93 ± 0,06; final 0,91 ± 0,07; p<0,05) e dos níveis séricos de glicose (inicial 114,18 ± 33,99; final 102,74 ± 20,21; p<0,05) e triglicerídeos (inicial 194,00 ± 82,41; final 166,17 ± 90,27; p<0,05). Diferentemente, nenhum benefício foi observado no grupo que interrompeu os exercícios durante o período em questão, constatando-se inclusive um pior resultado no IMC (inicial 28,26 ± 3,59; final 28,48 ± 3,67; p<0,05). As modulações favoráveis sobre os conhecidos fatores de risco cardiovascular ICQ, ... Estes achados podem servir como estímulo à prática de exercícios e fornecer subsídios para implementação de políticas de incentivo à realização de programas comunitários de AF.

ABSTRACT

The aim of this research was to identify the influence of continued and unsupervised physical activity (PA) on cardiovascular risk factors. Therefore, this cohort study evaluated, at two different times, individuals from a public park in the city of Uberaba-MG, who performed walking frequently at least twice a week. The 40 volunteers of this study answered a questionnaire and had measured and calculated variables like Body Mass Index (BMI), Waist-to-Hip Ratio (WHR), glucose, and total cholesterol and triglycerides. After six months, the same data collection was repeated, and after that, the study population was divided into two groups, namely, group of individuals who practiced PA continuously, ie without interruption from the initial assessment performed (n = 27) and group of individuals who discontinued (n = 13) for any reason. Physical and biochemical benefits were only observed in the group that practiced PA continuously represented by reduction of WHR (initial 0.93 ± 0.06, final 0,91 ± 0,07, p <0,05) and serum levels of glucose (initial 114,18 ± 33,99; final 102,74 ± 20,21, p <0,05) and triglycerides (initial 194,00 ± 82,41; final 166,17 ± 90,27, p <0,05). In contrast, no benefit was observed in the group that interrupted the exercises during the period in question, and a worse outcome in BMI (initial 28.26 ± 3.59; final 28.48 ± 3.67, p < 0,05) was detected. The favorable modulations on cardiovascular risk factors like WHR and serum levels of glucose and triglycerides observed in the group of subjects who maintained the activity of walking regularly reinforce the cardiovascular benefits associated with this exercise modality and highlight the importance of this activity practiced continuously. These findings may serve as a stimulus to the practice of exercises and provide subsidies for the implementation of public policies to encourage the implementation of community programs for PA.