RESUMO
Abstract Objective: To describe the opinions of pediatricians who teach resuscitation in Brazil on initiating and limiting the delivery room resuscitation of extremely preterm infants. Method: Cross-sectional study with electronic questionnaire (Dec/2011-Sep/2013) sent to pediatricians who are instructors of the Neonatal Resuscitation Program of the Brazilian Society of Pediatrics, containing three hypothetical clinical cases: (1) decision to start the delivery room resuscitation; (2) limitation of neonatal intensive care after delivery room resuscitation; (3) limitation of advanced resuscitation in the delivery room. For each case, it was requested that the instructor indicate the best management for each gestational age between 23 and 26 weeks. A descriptive analysis was performed. Results: 560 (82%) instructors agreed to participate. Only 9% of the instructors reported the existence of written guidelines at their hospital regarding limitations of delivery room resuscitation. At 23 weeks, 50% of the instructors would initiate delivery room resuscitation procedures. At 26 weeks, 2% would decide based on birth weight and/or presence of fused eyelids. Among the participants, 38% would re-evaluate their delivery room decision and limit the care for 23-week neonates in the neonatal intensive care unit. As for advanced resuscitation, 45% and 4% of the respondents, at 23 and 26 weeks, respectively, would not apply chest compressions and/or medications. Conclusion: Difficulty can be observed regarding the decision to not resuscitate a preterm infant with 23 weeks of gestational age. At the same time, a small percentage of pediatricians would not resuscitate neonates of unquestionable viability at 26 weeks of gestational age in the delivery room.
Resumo Objetivo: Descrever opiniões dos pediatras que ensinam reanimação no Brasil a respeito de iniciar e limitar a reanimação em sala de parto de neonatos pré-termo extremos. Método: Estudo transversal com questionário eletrônico (dez/11-set/13) enviado aos instrutores do Programa de Reanimação Neonatal da Sociedade Brasileira de Pediatria com três casos clínicos hipotéticos: 1) decisão de iniciar ou não a reanimação; 2) limitação ou não dos cuidados intensivos após a reanimação em sala de parto; 3) limitação ou não da reanimação avançada em sala de parto. Para cada caso foi solicitada a indicação da conduta para cada idade gestacional entre 23-26 semanas. A análise foi descritiva por meio da frequência das respostas. Resultados: Consentiram em participar 560 (82%) instrutores. Apenas 9% afirmaram existir em seu hospital norma escrita sobre quando não iniciar a reanimação em sala de parto. Com 23 semanas, 50% dos instrutores fariam a reanimação em sala de parto e com 26 semanas 2% baseariam sua decisão no peso ao nascer e/ou na abertura da fenda palpebral. Dos entrevistados, 38% reavaliariam sua decisão e limitariam o cuidado na UTI a medidas de conforto para nascidos de 23 semanas reanimados na sala de parto. Quanto aos procedimentos de reanimação avançada, 45% e 4% com 23 e 26 semanas, respectivamente, não indicariam tais manobras. Conclusão: Observa-se dificuldade na opção de não reanimar neonatos com 23 semanas de gestação e, ao mesmo tempo, um pequeno percentual de pediatras não reanima, na sala de parto, neonatos cuja viabilidade não é questionada (26 semanas).
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Gravidez , Recém-Nascido , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Idoso , Ressuscitação/normas , Peso ao Nascer , Tomada de Decisões , Salas de Parto , Lactente Extremamente Prematuro , Pediatras/psicologia , Ressuscitação/educação , Brasil , Atitude do Pessoal de Saúde , Estudos Transversais , Inquéritos e Questionários , Viabilidade Fetal , Gravidez de GêmeosRESUMO
OBJETIVO: Avaliar os fatores perinatais associados ao óbito neonatal precoce em prematuros com peso ao nascer entre 400 e 1.500 g. MÉTODOS: Coorte prospectiva e multicêntrica dos nascidos vivos com idade gestacional de 23 a 33 semanas e peso de 400-1.500 g, sem malformações em oito maternidades públicas terciárias universitárias entre junho de 2004 e maio de 2005. As características maternas e neonatais e a morbidade nas primeiras 72 horas de vida foram comparadas entre os prematuros que morreram ou sobreviveram até o sexto dia de vida. As variáveis perinatais associadas ao óbito neonatal precoce foram determinadas por regressão logística. RESULTADOS: No período, 579 recém-nascidos preencheram os critérios de inclusão. O óbito precoce ocorreu em 92 (16 por cento) neonatos, variando entre as unidades de 5 a 31 por cento, e tal diferença persistiu controlando-se por um escore de gravidade clínica (SNAPPE-II). A análise multivariada para o desfecho óbito neonatal intra-hospitalar precoce mostrou associação com: idade gestacional de 23-27 semanas (odds ratio - OR = 5,0; IC95 por cento 2,7-9,4), ausência de hipertensão materna (OR = 1,9; IC95 por cento 1,0-3,7), Apgar 0-6 no 5º minuto (OR = 2,8; IC95 por cento 1,4-5,4), presença de síndrome do desconforto respiratório (OR = 3,1; IC95 por cento 1,4-6,6) e centro em que o paciente nasceu. CONCLUSÃO: Importantes fatores associados ao óbito neonatal precoce em prematuros de muito baixo peso são passíveis de intervenção, como a melhora da vitalidade fetal ao nascer e a diminuição da incidência e gravidade da síndrome do desconforto respiratório. As diferenças de mortalidade encontradas entre os centros apontam para a necessidade de identificar as melhores práticas e adotá-las de maneira uniforme em nosso meio.
OBJECTIVE:To evaluate perinatal factors associated with early neonatal death in preterm infants with birth weights (BW) of 400-1,500 g. METHODS: A multicenter prospective cohort study of all infants with BW of 400-1,500 g and 23-33 weeks of gestational age (GA), without malformations, who were born alive at eight public university tertiary hospitals in Brazil between June of 2004 and May of 2005. Infants who died within their first 6 days of life were compared with those who did not regarding maternal and neonatal characteristics and morbidity during the first 72 hours of life. Variables associated with the early deaths were identified by stepwise logistic regression. RESULTS: A total of 579 live births met the inclusion criteria. Early deaths occurred in 92 (16 percent) cases, varying between centers from 5 to 31 percent, and these differences persisted after controlling for newborn illness severity and mortality risk score (SNAPPE-II). According to the multivariate analysis, the following factors were associated with early intrahospital neonatal deaths: gestational age of 23-27 weeks (odds ratio - OR = 5.0; 95 percentCI 2.7-9.4), absence of maternal hypertension (OR = 1.9; 95 percentCI 1.0-3.7), 5th minute Apgar 0-6 (OR = 2.8; 95 percentCI 1.4-5.4), presence of respiratory distress syndrome (OR = 3.1; 95 percentCI 1.4-6.6), and network center of birth. CONCLUSION: Important perinatal factors that are associated with early neonatal deaths in very low birth weight preterm infants can be modified by interventions such as improving fetal vitality at birth and reducing the incidence and severity of respiratory distress syndrome. The heterogeneity of early neonatal rates across the different centers studied indicates that best clinical practices should be identified and disseminated throughout the country.