RESUMO
Contexto: Na década de 1970, o Relatório Lalonde apresentou-se como uma nova perspectiva de saúde e um ponto de partida para o conceito de Cidades Saudáveis. Ele expôs um conceito ampliado de saúde ao afirmar que as melhorias das condições de saúde da população podem ser resultado de mudanças no ambiente físico-social e no estilo de vida. Pergunta: Quais são os critérios adotados em diferentes partes do mundo para caracterizar cidades/municípios saudáveis? Método: As buscas foram realizadas em PubMed, Biblioteca Virtual em Saúde e Social Systems Evidence, em 8 e 10 de março de 2022, com o propósito de identificar estudos primários e secundários que abordassem critérios para caracterização de Cidades Saudáveis. Utilizando atalhos de revisão rápida para simplificar o processo, apenas o processo de seleção por títulos e resumos foi realizado em duplicidade e de forma independente. Foram incluídos estudos publicados em inglês, espanhol e português, e não houve limitação para inclusão quanto ao delineamento ou data de publicação. Os estudos incluídos foram avaliados quanto à qualidade metodológica com instrumentos específicos para cada delineamento. Resultados: As publicações recuperadas nas fontes de dados foram 2.723, das quais 24 foram incluídas após o processo de seleção. Os domínios das Cidades Saudáveis propostos pela OMS foram utilizados para agregar os estudos incluídos, conforme apresentado a seguir. Domínio 1: Melhorar a governança da cidade para a saúde e bem-estar. Seis artigos foram indicados neste domínio, que trata sobre parcerias locais para promover a saúde; responsabilização e prestação de contas; utilização de um perfil de saúde na cidade em conjunto com um plano de desenvolvimento de saúde; promoção da saúde nas políticas públicas; e diplomacia na cidade. Domínio 2: Reduzir/minimizar as desigualdades em saúde. Cinco artigos foram incluídos neste domínio, que aborda o significado e as formas de medir os problemas de desigualdade social e impacto sobre a sociedade; e desenvolver um plano de ação para resolver os conflitos. Domínio 3: Promover a abordagem de saúde em todas as políticas. Sete artigos são apresentados neste domínio, que se refere a mecanismos de formulação de políticas locais com coerência para benefício da saúde e para aumentar a capacidade de avaliação dos impactos na saúde. Domínio 4: Promover o desenvolvimento e o empoderamento da comunidade e criar ambientes sociais que apoiem a saúde. Cinco artigos foram associados a este domínio, que abarca temas de promoção do letramento e resiliência da comunidade; promoção da inclusão social e projetos comunitários; garantia de acesso à assistência social; incentivo à prática de atividade física em todas as idades; criação de ambientes físicos e sociais livres de fumo; incentivo à alimentação saudável e limitação do acesso a alimentos ricos em açúcares; e abordagem de problemas de saúde mental e bem-estar social. Domínio 5: Criar ambientes físicos e construídos que apoiem a saúde e as escolhas saudáveis. Onze estudos foram arrolados neste domínio, que aborda temas como criar bairros seguros e limpos; promover e investir em deslocamento saudável (a pé ou de bicicleta); enfrentar os problemas de saneamento básico, poluição sonora e do ar, mudanças climáticas, diminuição da emissão de carbono, higiene e habitação; incentivar a receptividade de crianças e idosos; garantir acesso a áreas verdes para convívio social e investir em planejamento urbano saudável. Domínio 6: Melhorar a qualidade e o acesso aos serviços locais de saúde e sociais. Um estudo foi associado a este domínio, que é caracterizado por assegurar a cobertura universal na saúde e remover barreiras; melhorar a qualidade de serviços para a comunidade e a articulação entre os serviços de atenção primária à saúde e outros serviços públicos de saúde. Domínio 7: Considerar todas as pessoas no planejamento da cidade e priorizar os mais vulneráveis. Quatro artigos foram relacionados neste domínio, que se refere à prática saudável para crianças no início da vida, garantir acesso à educação para todos, garantir o envelhecimento saudável e identificar nas cidades as necessidades das pessoas mais vulneráveis. Domínio 8: Fortalecer os serviços locais de saúde pública e a capacidade de lidar com emergências relacionadas à saúde. Um artigo foi citado neste domínio, que trata de temáticas de investimento em programas de promoção da saúde e prevenção de doenças com base na população e comunidade; cuidar do problema de obesidade em jovens e adultos; e lidar com emergências relacionadas às mudanças climáticas e fenômenos como epidemias e desastres naturais. Domínio 9: Manter um plano de preparação, prontidão e resposta urbana em emergências de saúde pública. Nenhum estudo foi associado a este domínio, que é caracterizado pelo desenvolvimento de práticas de vigilância inclusivas; promoção de informações e práticas com base em evidências; entendimento e ação sobre as vulnerabilidades; trabalho em fortalecimento e respostas comunitárias; e planejamento de medidas de emergências. Outras propostas: Dois estudos abordam proposições que não foram associadas diretamente aos domínios recomendados pela OMS, mas que podem contribuir para aprimorar os critérios de Cidades Saudáveis. Um deles discute o conceito de cidades inteligentes, que utilizam tecnologias de informação e comunicação para melhorar a produtividade e organizar uma governança mais aberta. O outro estudo tem como foco o ecofeminismo, trabalho reprodutivo e de cuidado, planejamento urbano feminista e o incentivo para integração da saúde humana e ambiental. Considerações finais: Os estudos incluídos apresentam informações relevantes sobre a caracterização de Cidades Saudáveis, principalmente os diferentes conceitos abordados acerca do que considerar na avaliação e implementação de cidades e comunidades saudáveis. Os resultados mostram que ainda são escassos os relatos sobre experiências de implementação da proposta de Cidades Saudáveis. As ações de promoção da saúde, como a criação de ambientes físicos e construídos que apoiem a saúde e as escolhas saudáveis, o planejamento urbano voltado à abordagem de uma grande diversidade de problemas e soluções, a promoção da abordagem de saúde em políticas de outros setores e a melhora da governança na cidade para saúde e bem-estar, fazem parte do rol de critérios de Cidades Saudáveis, e têm sido postas em prática em muitos municípios, inclusive no Brasil. No entanto, as estratégias de busca desta revisão rápida não conseguiram recuperar tais experiências nacionais. O fato de não terem sido recuperadas nas buscas pode ser um indicativo de que o termo "cidade saudável" não tem sido considerado por muitos pesquisadores em suas publicações.
Context: In the 1970s, the Lalonde Report presented itself as a new perspective on health and a starting point for the concept of Healthy Cities. He exposed an expanded concept of health by stating that improvements in the population's health conditions can be the result of changes in the physical-social environment and in lifestyle. Question: What are the criteria adopted in different parts of the world to characterize healthy cities/municipalities? Method: The searches were carried out in PubMed, Virtual Health Library and Social Systems Evidence, on March 8 and 10, 2022, with the purpose of identifying primary and secondary studies that addressed criteria for the characterization of Healthy Cities. Using rapid review shortcuts to simplify the process, only the title and abstract selection process was performed in duplicate and independently. Studies published in English, Spanish and Portuguese were included, and there was no limitation for inclusion in terms of design or publication date. The included studies were evaluated for methodological quality with specific instruments for each design. Results: The publications retrieved from the data sources were 2,723, of which 24 were included after the selection process. The Healthy Cities domains proposed by WHO were used to aggregate the included studies, as shown below. Domain 1: Improve city governance for health and well-being. Six articles were indicated in this domain, which deals with local partnerships to promote health; accountability and accountability; use of a health profile in the city in conjunction with a health development plan; health promotion in public policies; and diplomacy in the city. Domain 2: Reduce/minimize health inequalities. Five articles were included in this domain, which addresses the meaning and ways of measuring problems of social inequality and impact on society; and develop an action plan to resolve conflicts. Domain 3: Promoting the health approach in all policies. Seven articles are presented in this domain, which refers to mechanisms for formulating local policies with coherence for the benefit of health and to increase the capacity to assess health impacts. Domain 4: Promote community development and empowerment and create social environments that support health. Five articles were associated with this domain, which covers topics of literacy promotion and community resilience; promoting social inclusion and community projects; guarantee of access to social assistance; encouraging the practice of physical activity at all ages; creating smoke-free physical and social environments; encouraging healthy eating and limiting access to foods rich in sugars; and addressing mental health and social well-being issues. Domain 5: Create physical and built environments that support health and healthy choices. Eleven studies were enrolled in this domain, which addresses topics such as creating safe and clean neighborhoods; promote and invest in healthy commuting (on foot or by bicycle); face the problems of basic sanitation, noise and air pollution, climate change, reduction of carbon emissions, hygiene and housing; encourage the receptivity of children and the elderly; ensure access to green areas for social interaction and invest in healthy urban planning. Domain 6: Improve the quality of and access to local health and social services. One study was associated with this domain, which is characterized by ensuring universal health coverage and removing barriers; improve the quality of services for the community and the articulation between primary health care services and other public health services. Domain 7: Consider all people in city planning and prioritize the most vulnerable. Four articles were listed in this domain, which refers to healthy practice for children early in life, ensuring access to education for all, ensuring healthy aging and identifying the needs of the most vulnerable people in cities. Domain 8: Strengthen local public health services and capacity to deal with health-related emergencies. An article was cited in this domain, which deals with investment themes in population and community-based health promotion and disease prevention programs; to take care of the problem of obesity in young people and adults; and dealing with emergencies related to climate change and phenomena such as epidemics and natural disasters. Domain 9: Maintain an urban preparedness, preparedness, and response plan for public health emergencies. No studies were associated with this domain, which is characterized by the development of inclusive surveillance practices; promotion of evidence-based information and practices; understanding and acting on vulnerabilities; work in community strengthening and responses; and planning of emergency measures. Other proposals: Two studies address propositions that were not directly associated with the domains recommended by the WHO, but that may contribute to improving the Healthy Cities criteria. One of them discusses the concept of smart cities, which use information and communication technologies to improve productivity and organize more open governance. The other study focuses on ecofeminism, reproductive and care work, feminist urban planning, and encouraging the integration of human and environmental health. Final considerations: The studies included present relevant information about the characterization of Healthy Cities, mainly the different concepts approached about what to consider in the evaluation and implementation of healthy cities and communities. The results show that there are still few reports on experiences of implementing the Healthy Cities proposal. Health promotion actions, such as creating physical and built environments that support health and healthy choices, urban planning aimed at addressing a wide range of problems and solutions, promoting a health approach in policies in other sectors and the improvement of governance in the city for health and well-being, are part of the list of Healthy Cities criteria, and have been put into practice in many municipalities, including Brazil. However, the search strategies of this rapid review failed to retrieve such national experiences. The fact that they were not retrieved in searches may be an indication that the term "healthy city" has not been considered by many researchers in their publications.
Assuntos
Humanos , Qualidade de Vida , Planejamento de Cidades , Cidade Saudável , Direção e Governança do Setor de Saúde , Promoção da Saúde , Saneamento em Desastres , Populações Vulneráveis , Pegada de CarbonoRESUMO
Contexto: Diversas ações de promoção de saúde têm sido realizadas em todo o mundo. Muitas vezes elas são intersetoriais, com forte participação social. Para continuar avançando, é importante entender em que medida essas ações têm sido implementadas e quais são seus efeitos na melhoria de indicadores de saúde. Nesse sentido, esta revisão rápida procurou identificar evidências de avaliação de programas e ações de promoção da saúde em nosso país. Pergunta: Qual é a situação de implementação de programas de promoção da saúde em municípios brasileiros? Métodos: As buscas foram realizadas na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e no Google Acadêmico, em 1 de novembro de 2021, com o propósito de identificar estudos primários e secundários que avaliaram a implementação de ações e programas de promoção da saúde em municípios brasileiros. Utilizando atalhos de revisão rápida para simplificar o processo, apenas o processo de seleção por títulos e resumos foi realizado em duplicidade e de forma independente. Os estudos incluídos foram avaliados quanto à qualidade metodológica com instrumentos específicos para cada delineamento. Resultados: De 372 publicações identificadas, 34 estudos foram incluídos nesta síntese narrativa. A apresentação dos achados foi organizada de acordo com os temas prioritários da Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS). Tema 1. Alimentação saudável: Treze estudos apresentaram resultados de avaliação da Iniciativa Unidade Básica Amiga da Amamentação, Rede Amamenta Brasil, Promoção da saúde infantil, Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional, Programa Saúde na Escola, Programa Nacional de Alimentação Escolar, NutriSUS, Hortas em ambiente escolar. Tema 2. Prática corporal ou atividade física: Oito estudos apresentaram resultados de avaliação do Programa de educação pelo esporte, Programa Academia da Cidade, Programa Academia da Saúde, Programas de atividade física, Estratégia de promoção da atividade física e alimentação adequada e saudável. Tema 3. Redução da morbimortalidade em decorrência do uso abusivo de álcool e outras drogas: Seis estudos apresentaram resultados de avaliação do Programa Saúde na Escola, Programa de prevenção ao uso de drogas, Programa escolar europeu Unplugged#Tamojunto, Estratégias de prevenção ao uso de álcool, Unidade de redução de danos. Tema 4. Promoção do desenvolvimento sustentável: Cinco estudos apresentaram resultados de avaliação sobre Atuação profissional sobre os determinantes sociais de saúde no contexto do Programa Saúde da Família; Arranjos e estratégias inovadoras na atenção primária à saúde; Ações intersetoriais dos Programas Bolsa Família, Saúde da Família e Saúde na Escola; Projetos de melhoria da qualidade de vida; Programa de vigilância da qualidade da água para consumo humano. Tema 5. Redução da morbimortalidade por doenças crônicas não transmissíveis: Um estudo apresentou resultados de avaliação de ações educativas em nutrição para controle da obesidade. Tema 6. Prevenção da violência e estímulo à cultura de paz Um estudo apresentou resultados de avaliação do Projeto Disque Idoso. Considerações finais: Os estudos trouxeram informações relevantes sobre barreiras e facilitadores na implementação de programas específicos de promoção da saúde. Os resultados apresentados mostram a importância de se realizar estudos que avaliem a implementação de programas em diferentes contextos, uma vez que há grande diversidade entre os municípios brasileiros quanto à infraestrutura, capacidade de gestão dos programas, e volume de recursos humanos e materiais. Os estudos incluídos são de diversos delineamentos e foram avaliados por meio de instrumentos específicos, mostrando algumas falhas metodológicas. Esta revisão buscou estudos de avaliação da implementação de ações de promoção da saúde. Buscas dirigidas para cada ação isoladamente poderiam trazer informações mais abrangentes que não puderam ser recuperadas pelas estratégias aqui utilizadas.
Context: Several health promotion actions have been carried out around the world. They are often intersectoral, with strong social participation. To continue moving forward, it is important to understand to what extent these actions have been implemented and what are their effects on improving health indicators. In this sense, this quick review sought to identify evidence of evaluation of health promotion programs and actions in our country. Question: What is the status of implementation of health promotion programs in Brazilian municipalities? Methods: Searches were carried out in the Virtual Health Library (BVS) and Google Scholar, on November 1, 2021, with the purpose of identifying primary and secondary studies that evaluated the implementation of health promotion actions and programs in Brazilian municipalities. . Using rapid review shortcuts to simplify the process, only the title and abstract selection process was performed in duplicate and independently. The included studies were evaluated for methodological quality with specific instruments for each design. Results: Of 372 publications identified, 34 studies were included in this narrative synthesis. The presentation of the findings was organized according to the priority themes of the National Health Promotion Policy (PNPS). Theme 1. Healthy eating: Thirteen studies presented evaluation results of the Breastfeeding-Friendly Basic Unit Initiative, Breastfeeding Brazil Network, Child Health Promotion, Food and Nutrition Surveillance System, School Health Program, National School Feeding Program, NutriSUS, Vegetable Gardens in school environment. Theme 2. Body practice or physical activity: Eight studies presented evaluation results of the Education through Sport Program, Academia da Cidade Program, Academia da Saúde Program, Physical Activity Programs, Strategy for the promotion of physical activity and adequate and healthy eating. Theme 3. Reduction of morbidity and mortality due to abusive use of alcohol and other drugs: Six studies presented evaluation results of the Health at School Program, Drug use prevention program, European school program Unplugged#Tamojunto, Strategies to prevent drug use alcohol, harm reduction unit. Theme 4. Promotion of sustainable development: Five studies presented evaluation results on Professional action on the social determinants of health in the context of the Family Health Program; Innovative arrangements and strategies in primary health care; Intersectoral actions of the Bolsa Família, Family Health and School Health Programs; Projects to improve the quality of life; Program for monitoring the quality of water for human consumption. Theme 5. Reduction of morbidity and mortality from chronic non-communicable diseases: A study presented results of evaluation of educational actions in nutrition to control obesity. Theme 6. Preventing violence and encouraging a culture of peace A study presented evaluation results of the Disque Idoso Project. Final considerations: The studies brought relevant information about barriers and facilitators in the implementation of specific health promotion programs. The results presented show the importance of carrying out studies that evaluate the implementation of programs in different contexts, since there is great diversity among Brazilian municipalities in terms of infrastructure, program management capacity, and volume of human and material resources. The included studies are of different designs and were evaluated using specific instruments, showing some methodological flaws. This review sought studies to evaluate the implementation of health promotion actions. Searches directed to each action in isolation could bring more comprehensive information that could not be retrieved by the strategies used here.
Assuntos
Sistemas Locais de Saúde/organização & administração , Promoção da Saúde , Indicadores Básicos de SaúdeRESUMO
Esta revisão rápida foi comissionada e subsidiada pelo Ministério da Saúde, no âmbito do projeto GEREB-010-FIO-20 e faz parte da Coleção "Rapid response for health promotion". Contexto: A alimentação adequada e saudável é um direito humano básico e para o seu cumprimento requer programas e políticas públicas que incidam sobre a produção, a disponibilidade, a distribuição e o acesso aos alimentos, visando à redução de iniquidades no consumo alimentar. O guia alimentar para a população brasileira orienta a preferência por alimentos in natura e minimamente processados, dentre eles as frutas, verduras, legumes, arroz e feijão. Assim, a identificação dos determinantes para o consumo de frutas, verduras, legumes, arroz e feijão pode contribuir para o fortalecimento das políticas públicas. Pergunta: Quais fatores determinam o consumo de frutas, verduras, legumes, arroz e feijão em países de baixa e média renda? Métodos: A primeira busca nas bases de dados foi realizada para identificar revisões sistemáticas (RS), tendo recuperado 930 registros e incluído 5 RS, após processo de seleção e elegibilidade. Na avaliação da qualidade metodológica com a ferramenta AMSTAR 2, todas as RS foram consideradas de confiança criticamente baixa. Como as RS abordaram apenas o consumo de frutas e hortaliças, realizou-se uma busca adicional para identificar estudos primários sobre determinantes do consumo de arroz e feijão. De 1.442 registros identificados, nenhum atendeu aos critérios desta revisão. Resultados: Cinco revisões sistemáticas apresentaram determinantes para o consumo de frutas e hortaliças. Atributos sensoriais e físicos dos alimentos, acessibilidade e preço dos alimentos, fatores sociodemográficos como renda, educação e local de moradia, influência de pais, pares e mídias sociais, conhecimento, expectativa e conveniência foram os determinantes descritos pelas revisões que impactam no consumo de frutas e hortaliças. Não foram encontrados resultados sobre fatores que influenciam no consumo de arroz e feijão. Considerações finais: Embora as RS tenham apresentado diversas categorias de determinantes sobre o consumo de frutas e hortaliças, elas se referem a poucos estudos primários, com baixa representatividade de estudos brasileiros. Uma importante lacuna são estudos sobre o padrão alimentar no Brasil que abordem o consumo de arroz e feijão. Além disso, é importante considerar a baixa qualidade metodológica das RS.
This rapid review was commissioned and subsidized by the Ministry of Health, within the scope of the GEREB-010-FIO-20 project and is part of the "Rapid response for health promotion" Collection. Context: Adequate and healthy food is a basic human right and its fulfillment requires public programs and policies that affect the production, availability, distribution and access to food, with a view to reducing inequities in food consumption. The food guide for the Brazilian population guides the preference for fresh and minimally processed foods, including fruits, vegetables, rice and beans. Thus, the identification of the determinants for the consumption of fruits, vegetables, rice and beans can contribute to the strengthening of public policies. Question: What factors determine the consumption of fruits, vegetables, rice and beans in low- and middle-income countries? Methods: The first search in the databases was performed to identify systematic reviews (SR), having retrieved 930 records and included 5 RS, after the selection and eligibility process. In the assessment of methodological quality with the AMSTAR 2 tool, all SRs were considered critically low confidence. As the SRs only addressed the consumption of fruits and vegetables, an additional search was carried out to identify primary studies on determinants of rice and beans consumption. Of 1,442 records identified, none met the criteria for this review. Results: Five systematic reviews presented determinants for the consumption of fruits and vegetables. Sensory and physical attributes of food, accessibility and price of food, sociodemographic factors such as income, education and place of residence, influence of parents, peers and social media, knowledge, expectation and convenience were the determinants described by the reviews that impact fruit consumption and vegetables. No results were found on factors that influence the consumption of rice and beans. Final considerations: Although the SRs have presented several categories of determinants on the consumption of fruits and vegetables, they refer to few primary studies, with low representation of Brazilian studies. An important gap is studies on the dietary pattern in Brazil that address the consumption of rice and beans. In addition, it is important to consider the low methodological quality of the SRs.
Assuntos
Humanos , Criança , Adolescente , Adulto , Idoso , Ingestão de Alimentos , Dieta Saudável/economia , Fatores Sociais , Verduras , Países em Desenvolvimento , FrutasRESUMO
Contexto: O aconselhamento é uma abordagem para auxiliar o indivíduo a selecionar e programar comportamentos desejáveis de nutrição e estilo de vida. Ele é indicado na implementação de políticas públicas e pressupõe que os profissionais de saúde tenham habilidades de escuta, compreensão e apoio para adesão de práticas mais benéficas à saúde. Nesse sentido, cabe aos profissionais de saúde orientar a população idosa em relação à alimentação de acordo com as singularidades dessa fase do ciclo de vida e, em casos específicos, encaminhar ao nutricionista para planejamento da ação conjunta. Pergunta: Qual é a eficácia do aconselhamento sobre alimentação saudável ou da suplementação com vitaminas e minerais para a saúde de pessoas idosas? Métodos: Seguindo protocolo prévio, buscas por revisões sistemáticas (RS) foram realizadas em sete bases eletrônicas da literatura, em julho de 2021. Utilizando atalhos de rapid review para simplificar o processo, foram realizadas seleção e extração dos dados com posterior avaliação da qualidade das RS. Em seguida, os resultados foram reunidos em síntese narrativa conforme similaridade de desfechos avaliados. Resultados: De 2.428 registros recuperados das bases de dados, após processo de seleção e elegibilidade, sete RS foram incluídas. Quatro RS foram consideradas de confiança baixa e três de confiança criticamente baixa. As intervenções, em sua maioria, combinaram aconselhamento a outras estratégias, sendo realizadas sobretudo por nutricionistas. Os participantes dos estudos foram idosos acometidos por hipertensão, declínio cognitivo ou algum tipo de fragilidade. Os desfechos analisados nos estudos foram: alimentação; capacidade física/funcional; função cognitiva e psicológica; medidas antropométricas; eventos cardiovasculares; e qualidade de vida. Os resultados, em geral, mostraram não haver diferenças entre as intervenções envolvendo aconselhamento comparadas às outras intervenções. Considerações finais: Poucos estudos foram identificados sobre efeitos do aconselhamento para alimentação saudável ou uso de suplementos de vitaminas e minerais entre pessoas idosas. Desse modo, as evidências são insuficientes para tecer comentários sobre a efetividade do aconselhamento para esta população. É importante ressaltar as falhas metodológicas das revisões sistemáticas incluídas, que comprometem a confiança nos achados. Além disso, os estudos mostraram grande heterogeneidade, particularmente com relação aos desfechos analisados.
Context: Counseling is an approach to assisting the individual in selecting and programming desirable nutrition and lifestyle behaviors. It is indicated in the implementation of public policies and assumes that health professionals have listening skills, understanding and support for adherence to practices that are more beneficial to health. In this sense, it is up to health professionals to guide the elderly population in relation to food according to the singularities of this phase of the life cycle and, in specific cases, refer them to the nutritionist for joint action planning. Question: How effective is healthy eating counseling or vitamin and mineral supplementation for the health of older people? Methods: Following a previous protocol, searches for systematic reviews (SR) were carried out in seven electronic databases of the literature, in July 2021. Using rapid review shortcuts to simplify the process, data selection and extraction were performed with subsequent evaluation of the quality of the LOL. Then, the results were gathered in narrative synthesis according to the similarity of the evaluated outcomes. Results: Of the 2,428 records retrieved from the databases, after the selection and eligibility process, seven RS were included. Four SRs were considered low confidence and three critically low confidence. The interventions, for the most part, combined counseling with other strategies, being carried out mainly by nutritionists. Study participants were elderly people affected by hypertension, cognitive decline or some type of frailty. The outcomes analyzed in the studies were: diet; physical/functional capacity; cognitive and psychological function; anthropometric measurements; cardiovascular events; and quality of life. The results, in general, showed no differences between interventions involving counseling compared to other interventions. Final considerations: Few studies were identified on the effects of healthy eating counseling or use of vitamin and mineral supplements among older people. Thus, the evidence is insufficient to comment on the effectiveness of counseling for this population. It is important to highlight the methodological flaws of the systematic reviews included, which compromise confidence in the findings. In addition, the studies showed great heterogeneity, particularly with regard to the outcomes analyzed.
Assuntos
Humanos , Idoso , Qualidade de Vida , Suplementos Nutricionais , Aconselhamento/normas , Dieta Saudável , Promoção da SaúdeRESUMO
A obesidade é uma doença crônica não transmissível de origem multifatorial e complexa. O aumento da prevalência de pessoas com sobrepeso e obesidade é de grande preocupação na saúde pública, especialmente quando acomete crianças. Dessa forma, são necessárias estratégias que diminuam a prevalência de crianças nessa condição de saúde. Esta síntese rápida de evidências tem como finalidade elencar estratégias efetivas para prevenção de obesidade e sobrepeso em crianças.
Assuntos
Humanos , Recém-Nascido , Lactente , Pré-Escolar , Criança , Adolescente , Aleitamento Materno , Exercício Físico , Sobrepeso , Obesidade Infantil/prevenção & controle , Estilo de Vida Saudável , Dieta SaudávelRESUMO
O problema: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial e crônica de alta prevalência no Brasil. O autocontrole surge como um estratégia de autocuidado que impacta na continuidade do tratamento de forma satisfatória além de trazer resultados na saúde e bem-estar do indivíduo. Esta síntese rápida de evidências tem como propósito elencar estratégias para aumentar o autocontrole de pacientes com hipertensão arterial. Opções para enfrentar o problema: A busca nas bases de dados resultou em 853 referências, sendo selecionadas 16 revisões sistemáticas (RS) para compor esta síntese narrativa. Na avaliação da qualidade metodológica (AMSTAR 2), uma revisão foi classificada como de confiança baixa e 15 de confiança criticamente baixa. Duas opções para abordar o problema foram sintetizadas, agrupando-se as estratégias conforme a similaridade de ações realizadas. Opção 1. Participação em programas de autogerenciamento: Os efeitos de programas de autogerenciamento da HAS foram avaliados em cinco RS. As estratégias utilizadas variaram entre programas de autogerenciamento de doenças crônicas, programas de educação, estratégias de aprendizagem para aumentar a autoeficácia e acompanhamento de profissionais de saúde para intervenções personalizadas. Todas as revisões trouxeram resultados significativos para a redução da pressão arterial sistólica e pressão arterial diastólica e três RS apresentaram resultados mais moderados, compreendendo incertezas quanto à sua efetividade com relação a grupos com aconselhamento, intervenções personalizadas com profissionais de saúde e sobre o programa de autogerenciamento de doenças crônicas. Opção 2. Uso de dispositivos digitais para o automonitoramento e autogerenciamento: Onze RS avaliaram o uso de dispositivos digitais no automonitoramento da pressão arterial. Resultados positivos foram observados nas estratégias de telefone celular inteligente (smartphone), sites eletrônicos, telefone e assistente digital pessoal, telemonitoramento e educação por telefone, telemedicina e dispositivo de modem automatizado, sistema de telegestão, telemonitoramento e aplicativos eletrônicos de saúde, com ou sem envolvimento dos provedores de saúde. Contudo, houve incertezas quanto ao benefício das estratégias de tecnologias móveis, telemonitoramento, e-mail e mensagens de texto. Houve relato de um evento adverso, depressão, com o uso de sistema de telegestão e telemonitoramento. Considerações finais: Esta síntese rápida de evidências apresentou intervenções relativas a programas de autogerenciamento e dispositivos digitais que apresentaram resultados a respeito do autocuidado em adultos e idosos hipertensos. Apesar dos resultados positivos encontrados nas intervenções, houve algumas incertezas quanto aos benefícios das ações que devem ser levadas em consideração. Cabe ressaltar que houve algumas limitações metodológicas das revisões sistemáticas que devem ser consideradas. Essa síntese rápida não envolveu considerações de implementação e implicações relativas à equidade quanto a cada uma das opções. As estratégias apresentadas nas opções podem ser implementadas de forma única ou combinada, de acordo com os contextos locais.
This rapid synthesis of evidence was commissioned and subsidized by the Ministry of Health, under the project GEREB-010-FIO-20 and is part of the "Rapid response for health promotion" Collection. The problem: Systemic arterial hypertension (SAH) is a multifactorial and chronic clinical condition with high prevalence in Brazil. Self-control emerges as a self-care strategy that impacts the continuity of treatment in a satisfactory way, in addition to bringing results in the health and well-being of the individual. This rapid synthesis of evidence aims to list strategies to increase self-control in patients with arterial hypertension. Options to face the problem: The search in the databases resulted in 853 references, being selected 16 systematic reviews (SR) to compose this narrative synthesis. In the methodological quality assessment (AMSTAR 2), one review was rated as low confidence and 15 as critically low confidence. Two options to address the problem were synthesized, grouping the strategies according to the similarity of actions taken. Option 1. Participation in self-management programs: The effects of HAS self-management programs were evaluated in five SRs. The strategies used ranged from programs for self-management of chronic diseases, education programs, learning strategies to increase self-efficacy and follow-up of health professionals for personalized interventions. All reviews brought significant results for the reduction of systolic blood pressure and diastolic blood pressure and three SRs showed more moderate results, comprising uncertainties regarding their effectiveness in relation to groups with counseling, personalized interventions with health professionals and about the self-management program. of chronic diseases. Option 2. Use of digital devices for self-monitoring and self-management: Eleven SRs evaluated the use of digital devices for self-monitoring of blood pressure. Positive results were observed in the strategies of smart cell phone (smartphone), electronic websites, telephone and personal digital assistant, telemonitoring and telephone education, telemedicine and automated modem device, telemanagement system, telemonitoring and electronic health applications, with or without health provider involvement. However, there were uncertainties regarding the benefit of mobile technologies, telemonitoring, email and text messaging strategies. There was a report of an adverse event, depression, with the use of a telemanagement and telemonitoring system. Final considerations: This rapid synthesis of evidence presented interventions related to self-management programs and digital devices that presented results regarding self-care in hypertensive adults and elderly. Despite the positive results found in the interventions, there were some uncertainties regarding the benefits of the actions that should be taken into account. It should be noted that there were some methodological limitations of systematic reviews that should be considered. This quick summary did not involve implementation considerations and equity implications for each of the options. The strategies presented in the options can be implemented singly or in combination, according to local contexts.
Assuntos
Humanos , Adulto , Idoso , Autogestão/educação , Hipertensão/prevenção & controleRESUMO
Esta revisão rápida de recomendações foi comissionada e subsidiada pelo Ministério da Saúde, no âmbito do projeto GEREB-010-FIO-20 e faz parte da Coleção "Rapid response for health promotion". Contexto: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é um problema global de saúde pública, considerada um dos principais determinantes para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Trata-se de uma doença crônica cujo acompanhamento prioritário é realizado por equipes de atenção primária à saúde (APS), responsáveis por garantir a coordenação de um cuidado integral à pessoa com HAS. Pergunta: Quais são as intervenções efetivas para o tratamento de adultos e idosos com HAS na APS? Métodos: Nove bases da literatura eletrônica foram buscadas em março de 2021 por revisões sistemáticas (RS) e guias de prática clínica (GPC) sobre o tratamento de HAS. Utilizando atalhos de revisão rápida para simplificar o processo, foi realizada seleção e extração dos dados com posterior avaliação da qualidade das RS. Em seguida, os resultados foram reunidos em síntese narrativa conforme similaridade. Resultados: A busca retornou 771 referências únicas, que após seleção resultaram na inclusão de três GPC e 13 RS. Os guias apresentaram 33 recomendações sobre tratamento farmacológico e não farmacológico, além de metas pressóricas para o tratamento. As recomendações referem-se ao início do tratamento de pacientes sem contraindicações, fármacos em situações de saúde e populações específicas, como a afro-americana, mulheres e idosos; no tratamento não farmacológico são descritas recomendações direcionadas ao estilo de vida; metas pressóricas são indicadas para casos distintos. Nas RS foram identificadas estratégias para apoiar as recomendações dos guias, como monitoramento da pressão arterial, educação em saúde, e também intervenções incidindo diretamente sobre a gestão do trabalho das equipes de saúde ou programas complexos para controle da hipertensão. Conclusão: Esta revisão rápida apresenta recomendações de GPC elaboradas com base em evidências científicas, bem como a força dessas evidências. As RS incluídas mostram resultados positivos de várias estratégias para melhorar o tratamento da HAS. No entanto, esses achados devem ser analisados com cautela, considerando as falhas metodológicas da RS. Na tomada de decisão, também é necessário analisar os contextos em que foram realizados os estudos primários e as características das intervenções.
This rapid review of recommendations was commissioned and supported by the Ministry of Health, under the project GEREB-010-FIO-20 and is part of the "Rapid response for health promotion" Collection. Context: Systemic arterial hypertension (SAH) is a global public health problem, considered one of the main determinants for the development of cardiovascular diseases. It is a chronic disease whose priority monitoring is carried out by teams of primary health care (PHC), responsible for ensuring the coordination of comprehensive care for people with SAH. Question: What are the effective interventions for the treatment of adults and elderly people with SAH in PHC? Methods: Nine electronic literature databases were searched in March 2021 for systematic reviews (RS) and clinical practice guides (GPC) on the treatment of SAH. Using quick review shortcuts to simplify the process, data selection and extraction were performed with subsequent evaluation of the quality of the SRs. Then, the results were gathered in narrative synthesis according to similarity. Results: The search returned 771 unique references, which after selection resulted in the inclusion of three GPC and 13 RS. The guides presented 33 recommendations on pharmacological and non-pharmacological treatment, in addition to blood pressure targets for treatment. The recommendations refer to the initiation of treatment of patients without contraindications, drugs in health situations and specific populations, such as African Americans, women and the elderly; in the non-pharmacological treatment, recommendations directed to the lifestyle are described; pressure targets are indicated for different cases. Strategies were identified in the SRs to support the recommendations of the guides, such as blood pressure monitoring, health education, as well as interventions directly focusing on the management of the work of health teams or complex programs to control hypertension. Conclusion: This rapid review presents GPC recommendations based on scientific evidence, as well as the strength of that evidence. The SRs included show positive results from several strategies to improve the treatment of SAH. However, these findings must be analyzed with caution, considering the methodological flaws of RS. In decision making, it is also necessary to analyze the contexts in which the primary studies were carried out and the characteristics of the interventions.
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Humanos , Adulto , Idoso , Atenção Primária à Saúde/normas , Hipertensão/prevenção & controle , Exercício Físico , Hipertensão/terapiaRESUMO
Esta revisão rápida foi comissionada e subsidiada pelo Ministério da Saúde, no âmbito do projeto GEREB-010-FIO-20 e faz parte da Coleção "Rapid response for health promotion". Contexto: Conforme a Política Nacional de Saúde Bucal, as práticas de saúde bucal (SB) estão incorporadas em todos os níveis de atenção do SUS. Na atenção primária à saúde (APS), as equipes de SB trabalham alinhadas a equipes de Saúde de Família para garantir o acesso da população a ações de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação relacionadas à saúde bucal. Pergunta: Qual a prevalência de acesso a serviços de saúde bucal na Atenção Primária à Saúde entre gestantes, conforme seu perfil socioeconômico? Métodos: Três bases da literatura eletrônica e o Google Acadêmico foram buscadas em março de 2021 para identificar estudos sobre o acesso e utilização de serviço de saúde bucal da APS entre gestantes. Utilizando atalhos de revisão rápida para simplificar o processo, foi realizada seleção e extração dos dados com posterior avaliação da qualidade. Em seguida, os resultados foram reunidos em síntese narrativa. Resultados: A busca retornou 1.168 referências únicas, que após seleção resultaram na inclusão de 8 estudos. Os estudos incluídos eram transversais ou de abordagem qualitativa, cuja condução foi considerada adequada a partir dos instrumentos de avaliação metodológica. As gestantes estudadas representavam populações das cidades de Currais Novos (RN), Dourados (MS), Rio de Janeiro (RJ), Grande Vitória (ES), São Mateus (ES), Porto Alegre (RS) e Rio Grande (RS). Um estudo avaliou todas as macrorregiões brasileiras a partir dos dados dos dois primeiros ciclos do PMAQ (2011-2014). A escolaridade foi o único indicador do perfil socioeconômico descrito para todas as populações e a maioria apresentou a realização de consulta odontológica como medida de acesso e utilização dos serviços de saúde bucal. Considerações finais: Esta revisão rápida apresenta resultados de acesso da saúde bucal em registros pontuais com contextos específicos, limitando os resultados de prevalência. Não foram registradas participações de beneficiárias do Programa Bolsa Família. É recomendado novos estudos para a realização de estimativas de prevalência e generalização para outros grupos de modo a beneficiar a população de interesse.
This rapid review was commissioned and subsidized by the Ministry of Health, within the scope of the GEREB-010-FIO-20 project and is part of the "Rapid response for health promotion" Collection. Context: According to the Brazilian National Oral Health Policy, oral health practices (OH) are incorporated into all levels of care in the SUS. In primary health care (PHC), OH teams work in line with Family Health teams to ensure the population's access to oral health promotion, prevention, treatment and rehabilitation actions. Question: What is the prevalence of access to oral health services in Primary Health Care among pregnant women, according to their socioeconomic profile? Methods: Three electronic literature databases and Google Scholar were searched in March 2021 to identify studies on the access and use of PHC oral health services among pregnant women. Using quick review shortcuts to simplify the process, data selection and extraction were performed with subsequent quality assessment. Then, the results were gathered in narrative synthesis. Results: The search returned 1,168 unique references, which after selection resulted in the inclusion of 8 studies. The included studies were cross-sectional or of a qualitative approach, whose conduction was considered adequate based on the methodological assessment instruments. The pregnant women studied represented populations from the cities of Currais Novos (RN), Dourados (MS), Rio de Janeiro (RJ), Grande Vitória (ES), São Mateus (ES), Porto Alegre (RS) and Rio Grande (RS). One study evaluated all Brazilian macro-regions using data from the first two PMAQ cycles (2011-2014). Education was the only indicator of the socioeconomic profile described for all populations, and most of them had a dental appointment as a measure of access and use of oral health services. Final considerations: This quick review presents results of access to oral health in punctual records with specific contexts, limiting the prevalence results. There were no participations of beneficiaries of the Bolsa Família Program. Further studies are recommended to carry out prevalence estimates and generalization to other groups in order to benefit the population of interest.
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Humanos , Feminino , Gravidez , Atenção Primária à Saúde , Fatores Socioeconômicos , Serviços de Saúde Bucal/estatística & dados numéricos , GestantesRESUMO
Esta síntese rápida de evidências foi comissionada e subsidiada pelo Ministério da Saúde, no âmbito do projeto GEREB-010-FIO-20 e faz parte da Coleção "Rapid response for health promotion". O problema: Ao redor do mundo, a Promoção da Saúde é entendida como conjunto de estratégias que visam intensificar ações intersetoriais e participação social com a finalidade de produzir saúde. No Brasil, a Promoção da Saúde é estabelecida por meio da Política Nacional de Promoção da Saúde, onde ações integradas, transversais e intersetoriais são necessárias para sua implementação. Embora haja esforços para fortalecer essas ações, a complexidade da temática demonstra a incipiência de estratégias de implementação, especialmente na Atenção Primária à Saúde (APS). Essa síntese rápida tem o propósito de identificar estratégias que auxiliem nesse contexto. Busca de evidência: As buscas em nove bases de dados resultaram em 1.628 referências, entre as quais 12 revisões sistemáticas (RS) foram incluídas após o processo de seleção. Evidências: Das 12 RS, três RS avaliaram estratégias para promoção do aleitamento materno; seis avaliaram estratégias para a promoção da atividade física; duas avaliaram estratégias de promoção da alimentação saudável em ambientes de cuidado primário; uma analisou estratégias de promoção para ampliar a comunicação ou educação em ambientes de cuidado primário. Foram encontrados dados sobre barreiras e facilitadores dessas intervenções. No entanto, não são apresentados os resultados dessas RS, porque é bastante provável que elas representem apenas uma parcela de publicações sobre esses temas. Considerações finais: Apesar de terem sido realizadas buscas estruturadas e processo de seleção, houve um entendimento da equipe que as ações e temáticas identificadas são insuficientes para abarcar de maneira completa e adequada as ações de Promoção da Saúde recomendadas pelo Ministério da Saúde.
This rapid synthesis of evidence was commissioned and subsidized by the Ministry of Health, within the scope of the GEREB-010-FIO-20 project and is part of the "Rapid response for health promotion" Collection. The problem: Around the world, Health Promotion is understood as a set of strategies that aim to intensify intersectoral actions and social participation in order to produce health. In Brazil, Health Promotion is established through the National Health Promotion Policy, where integrated, transversal and intersectoral actions are necessary for its implementation. Although there are efforts to strengthen these actions, the complexity of the theme demonstrates the incipience of implementation strategies, especially in Primary Health Care (PHC). This rapid synthesis aims to identify strategies that help in this context. Search for evidence: Searches in nine databases resulted in 1,628 references, among which 12 systematic reviews (RS) were included after the selection process. Evidences: Of the 12 SRs, three SRs evaluated strategies to promote breastfeeding; six evaluated strategies to promote physical activity; two evaluated strategies to promote healthy eating in primary care settings; one analyzed promotion strategies to expand communication or education in primary care settings. Data on barriers and facilitators of these interventions were found. However, the results of these SRs are not presented, because it is quite likely that they represent only a portion of publications on these topics. Final considerations: Although structured searches and a selection process were carried out, the team understood that the actions and themes identified are insufficient to fully and adequately cover the Health Promotion actions recommended by the Ministry of Health.
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Humanos , Atenção Primária à Saúde/normas , Política de Saúde , PortariasRESUMO
Esta revisão rápida foi comissionada e subsidiada pelo Ministério da Saúde, no âmbito do projeto GEREB-010-FIO-20 e faz parte da Coleção "Rapid response for health promotion". O Programa Bolsa Família (PBF) foi criado para combater a pobreza e desigualdades no Brasil e sua implementação nos municípios depende do acompanhamento de condicionalidades pré-estabelecidas para as áreas de saúde e de educação, como o cumprimento ao calendário nacional de vacinação para crianças de até 7 anos. Pergunta da pesquisa: Qual é a faixa etária recomendada para monitoramento do cumprimento do calendário vacinal como condicionalidade de saúde do Programa Bolsa Família? Métodos: As buscas por revisão sistemática foram realizadas em sete bases de dados sem restrição de ano de publicação, publicados em inglês, português e espanhol. Uma busca adicional por estudos primários foi realizada em cinco bases de dados, respeitando os mesmos critérios de elegibilidade. As buscas foram direcionadas a estudos que avaliassem a faixa etária recomendável para monitoramento do calendário vacinal como condicionalidade de saúde do PBF. Resultados: As buscas abrangentes realizadas nas bases de dados recuperaram 161 revisões sistemáticas, e 423 estudos primários. O processo de seleção mostrou que nenhum estudo atendeu aos critérios de elegibilidade. Conclusão: Devido à falta de evidências, não foi possível estabelecer a melhor faixa etária recomendada para monitoramento do cumprimento do calendário vacinal como condicionalidade de saúde do Programa Bolsa Família.
This rapid review was commissioned and subsidized by the Ministry of Health, within the scope of the GEREB-010-FIO-20 project and is part of the "Rapid response for health promotion" Collection. The Bolsa Família Program (PBF) was created to fight poverty and inequalities in Brazil and its implementation in the municipalities depends on the monitoring of pre-established conditionalities for the areas of health and education, such as compliance with the national vaccination schedule for children of up to 7 years. Research question: What is the recommended age group for monitoring compliance with the vaccination schedule as a health conditionality of the Bolsa Família Program? Methods: Searches for systematic review were performed in seven databases without restriction of year of publication, published in English, Portuguese and Spanish. An additional search for primary studies was performed in five databases, respecting the same eligibility criteria. The searches were directed to studies that evaluated the recommended age group for monitoring the vaccination schedule as a health conditionality of the BFP. Results: Comprehensive database searches retrieved 161 systematic reviews and 423 primary studies. The selection process showed that no study met the eligibility criteria. Conclusion: Due to the lack of evidence, it was not possible to establish the best age group recommended for monitoring compliance with the vaccination schedule as a health conditionality of the Bolsa Família Program.
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Programas de Imunização/normas , Programas Sociais/políticasRESUMO
A acupuntura se caracteriza pela estimulação de pontos cutâneos específicos por meio do uso de agulhas. A auriculoterapia consiste na estimulação mecânica de pontos específicos do pavilhão auricular com esferas de aço, ouro, prata, plástico, agulhas ou sementes de mostarda. Indicação A acupuntura é recomendada para promoção, manutenção e recuperação da saúde, bem como prevenção de agravos e doenças. Além disso, parece propiciar a liberação de neurotransmissores e outras substâncias responsáveis pela promoção da analgesia. A auriculoterapia promove a regulação psíquico-orgânica do indivíduo. Ambas as práticas foram incorporadas no SUS mediante Portaria no 971, de 03 de maio de 2006. Qual é a eficácia/efetividade e a segurança da acupuntura e da auriculoterapia para o tratamento de diabete melito tipo 2 (DM2) em adultos e/ou idosos? Métodos As buscas foram realizadas em cinco bases de dados sem restrição de ano de publicação. Foram incluídas revisões sistemáticas em inglês, português e espanhol que avaliaram os efeitos de ambas as tecnologias no tratamento da diabete melito tipo 2 na população adulta e idosa. A avaliação da qualidade metodológica foi realizada por meio do AMSTAR 2, feita por uma pesquisadora e revisada por outra. Nesta revisão rápida, produzida em cinco dias, foram utilizados atalhos metodológicos, de maneira que apenas o processo de seleção foi realizado em duplicidade e de forma independente. Dos 66 relatos encontrados nas bases, foi incluída uma revisão sistemática com metanálise que atendeu aos critérios de elegibilidade. A avaliação da qualidade indica que a revisão é de baixa qualidade metodológica. A revisão apresentou resultados sobre o uso de acupuntura e auriculoterapia no controle glicêmico de pessoas com DM2. Houve pouca informação sobre a segurança da prática de acupuntura e nenhuma sobre auriculoterapia. A prática de acupuntura, da eletroacupuntura e auriculoterapia combinadas com cuidado usual mostraram efeito no controle da glicemia de jejum, glicemia duas horas depois de um teste de tolerância à glicose e hemoglobina glicosilada. Somente em relação a prática de acupressão que houve resultados sem significância estatística. A revisão sistemática abordou o uso da auriculoterapia, observando resultados benéficos no controle glicêmico. Foram encontradas poucas informações sobre eventos adversos para avaliar essas práticas são seguras. Embora os resultados sejam favoráveis à acupuntura, eles são baseados em uma única revisão sistemática que analisou estudos primários com alto risco de viés. A própria revisão foi avaliada como de baixa qualidade metodológica, por isso as evidências devem ser vistas com cautela. Além disso, a heterogeneidade dos resultados estatísticos é elevada e faltam informações sobre o tempo de acompanhamento dos participantes dos ensaios. Os relatos sobre eventos adversos são escassos e não permitem tecer considerações sobre a segurança do uso dessas tecnologias em pacientes diabéticos.
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Idoso , Acupuntura Auricular , Diabetes MellitusRESUMO
O yoga caracteriza-se como uma prática integrativa de origem oriental que combina posições corporais, técnicas de respiração, meditação e relaxamento. Indicação É indicada no tratamento de sistemas musculoesquelético, endócrino, respiratório, além de outros agravos à saúde, e estimula as funções cognitivas. Qual a eficácia/efetividade e a segurança do yoga para tratamento da dor aguda ou crônica em população adulta? As buscas foram realizadas nas bases de dados Pubmed, HSE - Health Systems Evidence, Epistemonikos, Portal Regional da BVS, HE - Health Evidence e Embase, em 27 de setembro de 2019. Foram incluídas revisões sistemáticas (RS), com ou sem metanálises, publicadas em inglês, espanhol e português, e que que avaliavam o yoga no tratamento de dor crônica e aguda na população adulta e/ou idosa. Não houve restrição em relação ao ano de publicação. As estratégias de busca foram utilizadas com base na combinação de palavras-chave estruturadas a partir do acrônimo PICOS, usando os termos MeSH no Pubmed e DeCS na BVS, adaptando-os ao HSE, Epistemonikos, HE e Embase. A qualidade metodológica das revisões sistemáticas selecionadas foi avaliada segundo a ferramenta Assessing the Methodological Quality of Systematic Reviews (AMSTAR 2). De 693 artigos identificados, dez revisões sistemáticas foram selecionadas, oito delas com meta-análises. Com relação à qualidade metodológica, três revisões foram consideradas de qualidade moderada, duas de baixa qualidade e cinco de qualidade criticamente baixa. Na lombalgia crônica, a prática de yoga, quando comparada a atividades passivas, cuidado habitual, educação, atendimento médico padrão, controle de atenção, lista de espera, sem exercícios físicos, mostrou ser eficaz na diminuição da dor em curto, médio e longo prazos. Os resultados são mais consistentes com relação aos efeitos em curto e médio prazos. Na comparação de yoga com exercícios físicos as evidências resultam de poucos estudos e são controversas, mostrando benefício em curto e médio prazos no controle de lombalgia ou diferenças estatisticamente não significantes. Yoga, em comparação a intervenções passivas, sem exercícios físicos, mostrou ser benéfico também para melhorar quadros de incapacidade específica relacionada à lombalgia, em curto, médio e longo prazos. Além disso, houve melhora clínica dos casos de lombalgia a favor de yoga em curto e médio prazos. Na dor cervical crônica, as revisões mostraram evidências de efeitos benéficos de yoga para redução da dor quando comparado a cuidados habituais ou exercícios, entretanto não houve diferença com pilates ou medicina complementar e alternativa Da mesma forma, yoga mostrou-se superior a cuidados habituais e exercícios na redução da incapacidade relacionadaà dor cervical. A qualidade de vida e o humor melhoraram com yoga em relação a cuidados habituais. Yoga parece trazer benefícios também para pessoas com quadros de dor relacionados a osteoartrite e artrite reumatoide, fibromialgia, síndromes do túnel do carpo e do intestino irritável. No entanto, os resultados são menos consistentes. Com relação à segurança da prática de yoga, as evidências mostraram eventos adversos em geral sem gravidade. E quando comparado a exercícios não houve diferença no relato de eventos adversos. As revisões sistemáticas apresentaram resultados favoráveis à prática de yoga em relação aos cuidados habituais, particularmente nos casos de dor lombar e cervical. Há menos evidências acerca da superioridade do yoga em comparação a intervenções ativas. Em outras situações estudadas, como a dor associada a fibromialgia, osteoartrite, artrite reumatoide, síndromes do túnel do carpo e do intestino irritável, as evidências são menos consistentes. É importante ressaltar que as revisões sistemáticas incluídas nesta revisão rápida foram consideradas de baixa confiança na avaliação com a ferramenta AMSTAR 2. Além disso, os resultados têm como base estudos primários com amostras pequenas, com heterogeneidade na aplicação das intervenções, e considerável risco de viés. Isso remete à necessidade de se realizar ensaios clínicos, bem como revisões sistemáticas, com melhor qualidade metodológica.