RESUMO
O Programa Saúde da Família é uma realidade em expansão no Brasil. Em2005, atingia 76 milhões de brasileiros. Seu objetivo é imprimir eqüidade ao acesso e resolutividade às ações da Atenção Básica. Existe grande interesse de policy makers e acadêmicos sobre o programa, justificando a ampliação de estudos sobre seu processo de implementação e o que eles revelam sobre os projetos, contradições e disputas no campo da política de saúde.Interessado em evidenciar características de processos de implementação, este trabalho analisou a adequação e as possibilidades heurísticas do Modelo Ambigüidade Conflito, de Richard Matland (1995) a partir do estudo da implementação doPrograma Saúde da Família num município de pequeno porte do Estado do Rio de Janeiro.O modelo organiza-se a partir de duas variáveis-chave Ambigüidade e Conflito- que, cruzadas às categorias Alto(a ) e Baixo (a), permite a construção de quatro matrizes de análise: Implementação Administrativa, Implementação Política,Implementação Experimental e Implementação Simbólica. Em relação ao PSF, foram analisados os seguintes tópicos: condições de implementação do programa; situação dos recursos humanos locais; supervisão ecoordenação das equipes e articulação entre ações e entre programas. Constatou-se que a Secretaria Estadual da Saúde do Rio de Janeiro não logrouestabelecer um processo de acompanhamento que suprisse as necessidades de orientação/ capacitação do município. Observou-se que o perfil dos profissionais médicos não se mostrava adequado ao desempenho da funções solicitadas pelo programa. Escassez e alta rotatividadeconstituíam as principais características dos recursos humanos locais, transformando a prática do day off em mecanismo de fixação dos técnicos no município As atividades de coordenação e supervisão das equipes eram direcionadaunicamente ao controle das atividades dos técnicos e agentes...