RESUMO
O bacilo da tuberculose causa doença no homem desde os tempos pré-históricos, tendo sida a principal causa de morte no mundo até o seu declínio no final da década de 40 com a descoberta da penicilina. No final dos anos 80, ressurgiu de forma bastante agressiva, principalmente em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento. Este trabalho visa verificar as relações da tuberculose com o vírus HIV, o tabagismo, o etilismo, resistência ao tratamento e comorbidades associadas. Esta pesquisa apresentou duplo caráter, um retrospectivo que avaliou os casos de tuberculose tratados pelo Serviço de infectologia do Hospital Universitário Alzira Velano - UNIFENAS nos últimos oito anos; e outro prospectivo, no qual acompanhamos ambulatorialmente os pacientes que estão sendo tratados no serviço médico com diagnóstico de tuberculose. Foram analisados 139 casos com os seguintes resultados: 68,83 por cento apresentaram BAAR positivo no escarro, 64,86 por cento teste tuberculínico não-reator e 13,6 por cento com cultura positiva no lavado brônquico. Em relação aos fatores associados, 30,93 por cento eram tabagistas, 25,18 por cento etilistas, 10,07 por cento diabéticos, 7,91 por cento HIV positivos e 93,53 por cento provenientes de classe economicamente baixa. Aproximadamente 70,50 por cento responderam positivamente ao esquema terapêutico I; 23,74 por cento foram tratados com esquema IR; 2,16 por cento usaram o esquema II; 3,60 por cento fizeram uso do esquema III e 0,72 por cento apresentaram resistência a todos os esquemas. As pessoas HIV positivas são responsáveis indiretamente pela ascensão da tuberculose. As condições socioeconômicas representam um dos principais fatores envolvidos, sendo a desnutrição e a ausência de higienização coeficientes altamente decisivos para resistência do bacilo.