RESUMO
Os distúrbios do olfato (DO) impactam de forma significativa na qualidade de vida dos indivíduos, e o conhecimento teórico a respeito do assunto deve ser de domínio dos alergologistas e imunologistas clínicos, possibilitando, assim, o seu diagnóstico e implementação de intervenções. Suas causas podem ser variadas, entre elas estão: rinite alérgica, rinossinusite crônica com ou sem pólipos, infecções de vias aéreas superiores, exposição a substâncias químicas, doenças neurológicas, drogas, traumas e o próprio envelhecimento. O olfato pode ser avaliado e mensurado através de testes com metodologias diferentes, cujo objetivo é avaliar parâmetros como a identificação de odores, limiar e discriminação olfativa. Esses testes são de fundamental importância para caracterizar objetivamente a queixa do paciente, como também avaliar o olfato antes e após determinada aplicação terapêutica. O tratamento das desordens olfativas é baseado em sua etiologia, portanto determinar a sua causa é indispensável para uma melhor eficácia no manejo. Entre as principais opções estão os corticoides tópicos, com impacto significativo nos pacientes com doença sinusal associada, treinamento olfatório e outras intervenções como ômega 3, vitamina A intranasal, e terapias que ainda requerem mais estudos.
Olfactory dysfunction significantly impacts quality of life, and allergists and clinical immunologists must be informed about it for diagnostic and interventional purposes. The causes are varied: allergic rhinitis, chronic rhinosinusitis with or without polyps, upper airway infections, exposure to chemicals, neurological diseases, drugs, trauma, and aging itself. Olfactory function can be evaluated and measured by several tests that use different methodologies to evaluate and identify odors, olfactory threshold, and olfactory discrimination. These tests are fundamental for objectively characterizing patient complaints and evaluating olfactory function before and after therapeutic interventions. Olfactory disorders are treated according to their etiology, so determining their cause is a major factor in treatment efficacy. The main options include topical corticosteroids, which have a significant impact on patients with sinus disease, olfactory training, other therapies (such as omega 3 and intranasal vitamin A), in addition to therapies that require further research.
Assuntos
Humanos , Ácidos Graxos Ômega-3 , COVID-19RESUMO
Há o empenho contínuo de especialistas no desenvolvimento de tratamentos resolutivos ou eficazes nos controles das doenças, no entanto, a entidade urticária crônica espontânea (UCE), quando refratária à primeira linha de tratamento, os anti-histamínicos, apresenta um prognóstico desfavorável. Existe um arsenal de medicamentos biológicos disponíveis já consolidados como eficazes e seguros, porém eventualmente nos defrontamos com a inacessibilidade a estes medicamentos, devido aos custos dos mesmos e aos trâmites necessários para dar início ao tratamento. Tais fatos fundamentam a discussão sobre terapias alternativas com outros fármacos, visando manter o manejo adequado da doença e a qualidade de vida dos pacientes.
Specialists have made a continuous effort for the development of effective treatments for disease control; however, chronic spontaneous urticaria (CSU), when refractory to the first line of treatment, ie, antihistamines, has an unfavorable prognosis. There are biological medicines available, which have been consolidated as effective and safe, but we are occasionally faced with a lack of access to these medicines due to their costs and the necessary procedures to start treatment. Such facts support the discussion about alternative therapies with other drugs, aiming at maintaining the adequate management of the disease and the quality of life of patients.
Assuntos
Humanos , Sulfassalazina , Ciclosporina , Antagonistas de Leucotrienos , Dapsona , Omalizumab , Urticária Crônica , Antagonistas dos Receptores Histamínicos , Hidroxicloroquina , Pacientes , Qualidade de Vida , Terapêutica , Produtos Biológicos , Terapias Complementares , Gastos em SaúdeRESUMO
As síndromes autoinflamatórias associadas à criopirina (CAPS) compreendem um grupo espectral de doenças raras autoinflamatórias. Todas estas doenças estão relacionadas ao inflamassoma NLRP3, sendo que de 50-60% dos pacientes apresentam mutações ao longo do gene NLRP3. Clinicamente, febre recorrente associada à urticária neutrofílica e outros sintomas sistêmicos são o grande marco clínico, comum a todo o espectro. O bloqueio da interleucina-1 trouxe grande alívio ao tratamento destas desordens, mas variações na resposta clínica podem ser observadas, principalmente nos espectros mais graves. Neste trabalho os autores trazem uma revisão do estado da arte das doenças autoinflamatórias CAPS. Foi realizado levantamento de literatura e, ao final, 49 artigos restaram como base para construção do texto final. O trabalho traz de forma narrativa os principais pontos relacionados a imunofisiopatologia, manifestação clínica, diagnóstico, tratamento, complicações e novas armas diagnósticas, e terapia gênica.
Cryopyrin-associated periodic syndromes (CAPS) comprise a spectrum of rare autoinflammatory disorders. They are all related to the NLRP3 inflammasome, and 50-60% of the patients harbor mutations along the NLRP3 gene. Clinically, recurrent fever associated with neutrophilic urticaria and other systemic symptoms are a hallmark of all the disorders in the spectrum. Biologic drugs that can block interleukin-1 were a milestone for the treatment of such rare diseases, although variability in clinical response to this therapeutic intervention were observed, especially in those affected by severe phenotypes. In this paper, the authors provide a state-of-the-art review of CAPS. A literature search was performed and, finally, 49 articles remained for the construction of the final manuscript. The article presents a narrative review focused on the topics related to immune pathophysiology, clinical manifestations, diagnosis, treatment, complications and new therapeutic options, and gene therapy.
Assuntos
Humanos , Terapia Genética , Doenças Raras , Síndromes Periódicas Associadas à Criopirina , Pacientes , Fenótipo , Febre Recorrente , Sinais e Sintomas , Terapêutica , Urticária , Produtos Biológicos , Interleucina-1 , PubMed , DiagnósticoRESUMO
Introdução: Os sintomas gerados pela urticária crônica (UC) afetam significativamente a qualidade de vida dos pacientes, e o estresse pode ser um fator de exacerbação. Isso se torna ainda mais importante no atual cenário de pandemia da doença causada pelo coronavírus (COVID-19). Diante da impossibilidade de manter a mesma quantidade de consultas presenciais, surgiu a necessidade de saber como estariam os pacientes com UC: se apresentariam exacerbação da doença de base caso se infectassem com o SARS-CoV-2, se a UC predisporia os pacientes a um quadro mais grave de COVID-19, e se o estresse emocional a que os pacientes estariam sujeitos exacerbaria sua doença de base. Métodos: Trata-se de um estudo observacional retrospectivo com dados coletados através do registro das informações coletadas de pacientes com UC durante remarcação de suas consultas, através de ligações telefônicas. Resultados: Foram incluídos 140 pacientes no estudo, no período de 29/04/2020 a 15/07/2020. O estresse emocional estava presente em 80 pacientes (57,1%), sendo que destes, 30% relataram piora da urticária. A obesidade foi a outra comorbidade mais relatada pelos pacientes com UC (35%). Dos 22 pacientes que procuraram o Pronto-Socorro, 9 (40,9%) foram investigados. Destes, 5 (55,6%) realizaram investigação específica para COVID-19. Conclusões: Durante a pandemia da COVID-19, os nossos pacientes com UC se encontraram mais estressados emocionalmente, e isso foi um fator associado à piora da urticária. A obesidade, no nosso grupo de pacientes, foi muito prevalente.
Introduction: Chronic urticaria (CU) symptoms significantly affect patient quality of life, and stress can be an exacerbating factor. This becomes even more important in the current pandemic setting of the novel coronavirus disease 2019 (COVID-19). Given the impossibility of maintaining the same schedule of in-person medical appointments, there was a need to know how patients with CU would behave: if they would have an exacerbation of the underlying disease if they became infected with SARS-CoV-2, if CU would predispose patients to a more severe form of COVID- 19, and if emotional stress would exacerbate their underlying disease. Methods: This is a retrospective observational study of data collected from records of patients with CU when their medical appointments were rescheduled via telephone call. Results: One hundred and forty patients were included in the study from 4/29/2020 to 7/15/2020. Stress was present in 80 patients (57.1%), of which 30% reported worsening of urticaria. Obesity was the most reported comorbidity in patients with CU (35%). Of the 22 patients who sought emergency care, 9 (40.9%) were investigated. Of these, 5 (55.6%) underwent specific investigation for COVID-19. Conclusions: During the COVID-19 pandemic, our CU patients were found to be more emotionally stressed, and this factor was associated with worsening of urticaria. Obesity, in our group of patients, was very prevalent.
Assuntos
Humanos , Estresse Psicológico , Coronavirus , Urticária Crônica , SARS-CoV-2 , COVID-19 , Qualidade de Vida , Comorbidade , Estudos Retrospectivos , ObesidadeRESUMO
Introdução: A asma é uma doença respiratória crônica e os vírus respiratórios são gatilhos bem conhecidos das suas exacerbações. O coronavírus pode se manifestar com sintomas pulmonares. Objetivo: Avaliar o comportamento clínico dos pacientes com asma durante a pandemia de COVID-19. Métodos: Estudo retrospectivo de prontuário eletrônico de pacientes adultos asmáticos, em acompanhamento em serviço terciário e que receberam ligações telefônicas para reagendamento, nos meses iniciais da pandemia de COVID-19. Foram analisados dados demográficos, sintomas de asma, atopia, comorbidades e sintomas relacionados à infecção pelo coronavírus. Os pacientes foram classificados conforme a história de crise de asma, como também steps de tratamento da asma. Resultados: Foram incluídos 207 pacientes, sendo 79,7% do sexo feminino, com média de idade de 53,3 anos e tempo de asma de 35 anos, sendo 81,7% atópicos. As principais comorbidades foram obesidade (32,9%), hipertensão arterial (47,3%), diabetes mellitus (17,4%) e estresse emocional (68,1%). Do total, 87 pacientes (40,1%) apresentaram sintomas agudos, sendo que 20 (9,7%) procuraram pronto atendimento, e 15 (7,2%) foram investigados para COVID-19, todos negativos. Apenas 7 pacientes (3,4%) exacerbaram e necessitaram de corticoide sistêmico. Dentre os pacientes com sintomas respiratórios agudos, os sintomas mais frequentes sugestivos de COVID-19 foram dispneia, tosse, astenia e cefaleia, quando comparados com os pacientes que não apresentaram sintomas agudos de asma (p < 0,05). Conclusão: Este estudo observou que os pacientes asmáticos apresentaram baixa prevalência de exacerbação da asma no período da pandemia pelo coronavírus. Os pacientes com sintomas agudos podem ter sido subdiagnosticados para COVID- 19, devido à baixa procura ao pronto atendimento. Antecedente de atopia pode funcionar como fator protetor para COVID-19 em pacientes asmáticos.
Introduction: Asthma is a chronic respiratory disease, and respiratory viruses are well-known triggers for asthma exacerbations. Patients with coronavirus disease 2019 (COVID-19) can present with pulmonary symptoms. Objective: To evaluate the clinical behavior of patients with asthma during the COVID- 19 pandemic. Methods: A retrospective study of electronic medical records of adult asthmatic patients being followed up in a tertiary care service and who received telephone calls for rescheduling during the COVID-19 pandemic. Demographic data, asthma symptoms, atopy, comorbidities, and symptoms related to coronavirus infection were analyzed. Patients were classified according to their history of asthma attacks. Results: In total, 207 patients were included; 79.7% were female, mean age was 53.3 years, mean asthma duration was 35 years, and 81.7% were atopic. The main comorbidities were obesity (32.9%), high blood pressure (47.3%), diabetes mellitus (17.4%), and emotional stress (68.1%). Eighty-seven patients (40.1%) had acute symptoms, of which 20 (9.7%) sought emergency care and 15 (7.2%) were investigated for COVID-19, all of which were negative. Only 7 patients (3.4%) had exacerbations and required systemic corticosteroids. Among patients with acute respiratory symptoms, dyspnea, cough, asthenia, and headache were the most frequent complaints suggestive of COVID-19 when compared to those without an asthma attack (p < 0.05). Conclusion: This study found that asthmatic patients had a low prevalence of asthma exacerbation during the coronavirus pandemic. Patients with acute symptoms may have been underdiagnosed for COVID-19 in view of the low demand for emergency care. Previous atopy may act as a protective factor for COVID-19 in asthmatic patients.
Assuntos
Humanos , Asma , Infecções por Coronavirus , COVID-19 , Astenia , Sinais e Sintomas , Terapêutica , Prevalência , Estudos Retrospectivos , Tosse , Diabetes Mellitus , Dispneia , Registros Eletrônicos de Saúde , Angústia Psicológica , Cefaleia , ObesidadeRESUMO
Introdução: A urticária colinérgica (UCol) é um subtipo de urticária crônica induzida, desencadeada pela sudorese e o aumento da temperatura corporal. A associação de UCol com atopia é referida como um possível subtipo mais grave. A manifestação de angioedema estaria associada a um quadro mais prolongado de urticária e a sintomas extracutâneos, por exemplo, anafilaxia. Objetivo: Avaliar a frequência de atopia e/ou angioedema nos pacientes com UCol, em um centro terciário. Métodos: Estudo retrospectivo de prontuários de pacientes com UCol acompanhados em um centro terciário. Todos apresentavam teste de provocação para UCol positivo. A frequência de atopia e/ou angioedema foi avaliada nestes pacientes, como também as características gerais nestes subgrupos. Resultados: Foram incluídos 30 pacientes, sendo 60% do gênero feminino e idade (média) de 32,9 anos e tempo de doença (média) de 7,5 anos. O angioedema foi referido por 8 pacientes (26,7%), não foram observadas diferenças significantes entre os dois grupos (com e sem angioedema). Em relação à atopia, 9 pacientes (30%) realizaram a investigação através de IgE específica para aeroalérgenos, sendo positivo em 6 destes (66,7%). Embora sem diferença estatística, o grupo de pacientes com UCol e atopia apresentava valores de IgE sérica total mais elevados e maior frequência de associação com outras urticárias induzidas. Conclusões: Neste estudo, a frequência de atopia foi elevada e associada a níveis elevados de IgE sérica total. O angioedema foi relatado em mais de um quarto dos pacientes, independente da associação com UCE, favorecendo a uma maior gravidade à UCol. Doze pacientes (40%) não responderam aos anti-histamínicos, apesar da dose quadruplicada, sendo necessários outros esquemas terapêuticos.
Introduction: Cholinergic urticaria (CholU) is a subtype of chronic induced urticaria that is triggered by sweating and increased body temperature. The association of CholU with atopy is referred to as a possible subtype but more severe. The manifestation of angioedema is believed to be associated with more prolonged urticaria and extracutaneous symptoms such as anaphylaxis. Objective: To assess the frequency of atopy and/or angioedema in patients with CholU in a tertiary care center. Methods: A retrospective study of medical records of patients with CholU followed-up at a tertiary care center was conducted. All patients had a positive test for CholU. The frequency of atopy and/or angioedema was assessed in these patients, as well as the general characteristics in the subgroups. Results: Thirty patients were included in the study; 60% were female, mean age was 32.9 years, and mean disease duration was 7.5 years. Angioedema was reported by eight patients (26.7%). There were no significant differences between the two groups (with and without angioedema). Concerning atopy, nine patients (30%) underwent investigation using specific IgE for aeroallergens, with six positive results (66.7%). Although there was no statistical difference, the group of patients with CholU and atopy had higher total serum IgE values and a higher frequency of association with other induced urticaria. Conclusions: In this study, the frequency of atopy was high and associated with high levels of total serum IgE. Angioedema was reported in more than a quarter of patients, regardless of the association with ECU , favoring greater severity of ChoIU. Twelve patients (40%) did not respond to antihistamines, despite the quadrupled dose, requiring other therapeutic regimens.
Assuntos
Humanos , Urticária Crônica , Angioedema , Pacientes , Sinais e Sintomas , Sudorese , Terapêutica , Temperatura Corporal , Imunoglobulina E , Prontuários Médicos , Estudos Retrospectivos , Colinérgicos , Antagonistas dos Receptores Histamínicos , AnafilaxiaRESUMO
A urticária crônica espontânea (UCE) é uma condição rara, benigna e com sintomas que afetam adversamente a qualidade de vida, tanto dos pacientes quanto de seus familiares, visto que ainda não existe tratamento resolutivo. O manejo farmacológico de primeira linha consiste no uso de anti-histamínicos em doses licenciadas ou até quadruplicadas, e na ausência de resposta ao anti-histamínico, os consensos mundiais recomendam, na sequência, a adição de omalizumabe. Ambos são amplamente utilizados e considerados seguros e eficazes. No entanto, ainda há alguns questionamentos acerca da anti-IgE: quando e como suspender a medicação, por quanto tempo usar ou quando retornar o uso da mesma, caso haja recidiva. Logo, alguns artigos foram revisados visando melhor elucidação dessas dúvidas.
Chronic spontaneous urticaria (CSU) is a rare, benign condition with symptoms that adversely affect the patients' and their families' quality of life, as there is still no curative treatment. First-line pharmacological management consists of the use of antihistamines in licensed or even quadruplicate doses and, if there is no response to the antihistamine, worldwide consensus recommends subsequent addition of omalizumab. Both are widely used and considered safe and effective. However, there are still some questions about anti-IgE, including when and how to stop the medication, how long it should be used, and when to resume using it in the case of a relapse. Therefore, some articles were reviewed to facilitate the elucidation of these questions.
Assuntos
Humanos , Imunoglobulina E , Omalizumab , Urticária Crônica , Pacientes , Qualidade de Vida , Recidiva , Sinais e Sintomas , Terapêutica , Antagonistas dos Receptores HistamínicosRESUMO
A hemorragia digestiva alta (HDA) é uma condição médica comum, que permanece com uma taxa de mortalidade aproximadamente de 10%. Doenças alérgicas habitualmente não configuram risco para HDA. Entretanto, o aumento recente de doenças alérgicas que afetam cronicamente o trato digestório poderia mudar esse cenário. Este artigo relata um caso de HDA após hematêmese provocada por impactação alimentar. Realizada endoscopia digestiva alta (EDA) e diagnosticada esofagite eosinofílica (EoE), que após tratamento adequado, apresentou melhora dos sintomas. A EoE é uma doença inflamatória crônica esofágica emergente, com aumento do número de casos diagnosticados ao redor do mundo. Atualmente, considera-se a causa mais prevalente de disfagia e impactação alimentar em crianças e adultos jovens. Os sintomas de EoE não são específicos para cada faixa etária, e podem variar desde sintomas mais leves, como sintomas de doença do refluxo gastroesofágico, até disfagia e impactação alimentar. Existe atraso no diagnóstico e tratamento, propiciando um aumento de complicações, cujo risco mais temido seria rotura do esôfago. Revisando a literatura até o presente relato, constatamos que a EoE nunca foi descrita como uma causa de HDA. Além da apresentação incomum da HDA levando ao diagnóstico de EoE, esse caso ressalta a importância do atendimento multidisciplinar e cooperação entre especialidades. Portanto, há necessidade de diagnóstico mais precoce e preciso, buscando ampliar o conhecimento para não negligenciar características específicas da disfagia, e evitar complicações com o tratamento adequado.
Upper gastrointestinal bleeding (UGIB) is a common medical condition whose mortality rate remains at about 10%. Allergic diseases are no usual risk for UGIB. However, the recent increase in allergic diseases that chronically affect the gastrointestinal tract could change this scenario. This article reports a case of UGIB after hematemesis caused by food impaction. Upper gastrointestinal endoscopy was performed and eosinophilic esophagitis (EoE) was diagnosed. EoE is an emerging chronic esophageal inflammatory disease with an increasing number of diagnosed cases around the world. Currently, it is considered the most prevalent cause of dysphagia and food impaction in children and young adults. EoE symptoms are not specific to each age group and may range from mild symptoms such as those of gastroesophageal reflux disease to dysphagia and food impaction. There is a delay in diagnosis and treatment that leads to increased complications, including esophageal rupture, the most feared risk. Our literature review showed that EoE had never been described as a cause of UGIB. In addition to the unusual presentation of UGIB leading to the diagnosis of EoE, this case highlights the importance of multidisciplinary care and cooperation between specialties. Therefore, there is a need for earlier and more accurate diagnosis, which would lead to expanded knowledge that could be used to not disregard specific characteristics of dysphagia and avoid complications with appropriate treatment.
Assuntos
Humanos , Feminino , Adulto Jovem , Endoscopia Gastrointestinal , Trato Gastrointestinal , Esofagite Eosinofílica , Esofagite Eosinofílica/complicações , Hemorragia , Sinais e Sintomas , Terapêutica , Refluxo Gastroesofágico , DiagnósticoRESUMO
ABSTRACT Objective To evaluate the positivity of challenge tests of patients suspected of chronic inducible urticaria and the response to treatment. Methods A retrospective study of electronic medical records of patients suspected of chronic inducible urticaria. All patients were submitted to challenge tests with triggering stimuli, according to the clinical history and, subsequently, the response to drug treatment was evaluated. Results A total of 191 patients with suspected chronic inducible urticaria were included. It was confirmed in 118 patients and 122 positive tests (4 patients with 2 different positive tests). Most had dermographic urticaria (70.3%), followed by cholinergic urticaria (17.8%). Regarding treatment, 28% responded to antihistamine in licensed doses, 34.7% with increased doses, 9.3% responded to the addition of another medication. The concomitance of chronic inducible urticaria and chronic spontaneous urticaria was found in 35.3% of patients, being more frequent in females, with longer time to control symptoms and higher frequency of cholinergic urticaria. Conclusion The confirmation of chronic inducible urticaria in patients with this suspicion, after challenge tests, was high. There was a good response to antihistamine. In the concomitance of chronic spontaneous urticaria, longer time to control symptoms and higher frequency of cholinergic urticaria were observed.
RESUMO Objetivo Avaliar a positividade dos testes de provocação de pacientes com suspeita de urticária crônica induzida e sua resposta ao tratamento. Métodos Estudo retrospectivo de prontuários eletrônicos de pacientes com suspeita de urticária crônica induzida. Todos os pacientes foram submetidos aos testes de provocação com estímulos desencadeantes, conforme história clínica e, posteriormente, foi avaliada a resposta ao tratamento medicamentoso. Resultados Foram incluídos 191 pacientes com suspeita de urticária crônica induzida, a qual foi confirmada em 118 pacientes e 122 testes positivos (4 pacientes com 2 testes positivos diferentes). A maioria apresentava urticária dermográfica (70,3%), seguida de urticária colinérgica (17,8%). Em relação ao tratamento, 28% responderam ao anti-histamínico em doses licenciadas, 34,7% em doses aumentadas e 9,3% responderam à adição de outro medicamento. A concomitância de urticária crônica induzida com urticária crônica espontânea foi encontrada em 35,3% dos pacientes, sendo mais frequente no sexo feminino, com tempo mais prolongado para controle dos sintomas e maior frequência de urticária colinérgica. Conclusão A confirmação de urticária crônica induzida nos pacientes com suspeita da doença foi elevada. Houve boa resposta ao anti-histamínico. Na concomitância com urticária crônica espontânea, observou-se maior tempo para o controle dos sintomas e maior frequência de urticária colinérgica.
Assuntos
Humanos , Feminino , Urticária Crônica/diagnóstico , Urticária Crônica/tratamento farmacológico , Antagonistas dos Receptores Histamínicos/uso terapêutico , Doença Crônica , Estudos RetrospectivosRESUMO
Introdução: A urticária crônica espontânea (UCE) é considerada atualmente uma condição autoimune, onde o mastócito é a célula central e sua ativação envolve a participação de autoanticorpos IgG e/ou IgE. Entretanto, várias outras condições podem estar associadas ao não controle da UCE, como a infecção pelo Helicobacter pylori (Hp), embora os dados na literatura sejam controversos. O objetivo deste estudo foi avaliar a influência do tratamento do Hp no controle clínico da UCE. Métodos: Estudo retrospectivo de prontuários eletrônicos de pacientes com UCE que foram submetidos à pesquisa de Hp devido a sintomas gastroesofágicos. Foram avaliados os dados demográficos e a refratariedade aos anti-histamínicos destes pacientes. Posteriormente, a positividade ao Hp e a influência do tratamento do Hp sobre o controle clínico da UCE também foram avaliados. A UCE foi considerada controlada quando o UAS7 < 6, juntamente com a redução do uso de medicamentos para UCE. Resultados: Foram incluídos 50 pacientes, a maioria do sexo feminino (84%), e com idade média de 56,0 anos. A positividade para o Hp foi observada em 18 pacientes (36%), porém, o tratamento para erradicação do Hp foi realizado em apenas 13 pacientes, e, destes, 9 (69,2%) apresentaram melhora dos sintomas da UCE, avaliados em média 5,6 meses após este tratamento. Não houve associação da infecção pelo Hp com a gravidade da UCE e nem com o tempo de doença. Conclusões: Embora a UCE tenha a autoimunidade como a principal hipótese para ativação do mastócito, outras situações estão associadas ao não controle da UCE, como a infecção pelo Hp. Este estudo encontrou que a frequência de positividade do Hp nos pacientes com UCE foi mais baixa do que a encontrada na literatura, porém, cerca de 70% dos pacientes tratados para erradicação do Hp apresentaram melhora clínica da UCE.
Introduction: Chronic spontaneous urticaria (CSU) is currently considered an autoimmune disorder, where mast cells are the key cells and their activation is associated with IgG and/ or IgE autoantibodies. However, many other conditions may be associated with uncontrolled CSU, such as Helicobacter pylori (Hp) infection, although the literature is controversial in this regard. The aim of this study was to evaluate the influence of Hp treatment on CSU control. Methods: We retrospectively reviewed the medical records of patients with CSU who underwent Hp screening because of gastroesophageal symptoms. Data on demographics and antihistamine resistance were assessed in these patients. Hp positivity and the influence of Hp treatment on CSU control were also evaluated. CSU was considered controlled if UAS7 <6 and the medication for CSU control was reduced. Results: Fifty patients were included in the study; most were women (84%) and the mean age was 56.0 years. Hp infection was observed in 18 patients (36%), although only 13 were treated for Hp eradication; of these, 9 (69.2%) showed improvement in CSU symptoms, reassessed at a mean of 5.6 months after treatment. There was no association of Hp infection with CSU severity or disease duration. Conclusions: Although the main hypothesis for mast cell activation in CSU is autoimmunity, other conditions are associated with uncontrolled CSU, such as Hp infection. This study found a lower rate of Hp positivity than that reported in the literature, but about 70% of patients with CSU treated for Hp eradication showed clinical improvement.
Assuntos
Humanos , Helicobacter pylori , Urticária Crônica , Pacientes , Sinais e Sintomas , Autoanticorpos , Terapêutica , Imunoglobulina E , Imunoglobulina G , Autoimunidade , Prontuários Médicos , Estudos Retrospectivos , Uso de Medicamentos , Registros Eletrônicos de Saúde , Antagonistas dos Receptores HistamínicosRESUMO
Introdução: A urticária dermográfica (UD) é a forma de urticária induzida mais comum, com uma prevalência geral de até 5%. Na urticária demográfica, o estímulo físico é decorrente de trauma ou fricção, seja ela por roupa, ou arranhões. A urtica pruriginosa aparece cerca de 10 minutos após o estímulo, e desaparece em 1 a 2 horas. Os anti-histamínicos (AH1) são a primeira opção de tratamento para controle da doença, e não se conhece a etiologia dessa entidade clínica. Objetivo: Avaliar as características clínicas de pacientes com urticária dermográfica ou dermografismo sintomático. Métodos: Estudo retrospectivo de prontuário eletrônico de pacientes com UD, atendidos em um hospital terciário. Foram avaliados o tempo de doença, associação com urticária crônica espontânea (UCE), o tipo de tratamento, e a frequência de doença autoimune e/ou autoanticorpos. Resultados: Foram avaliados 161 pacientes com UD em seguimento há mais de seis meses. Cento e trinta e nove pacientes (85,7%) eram do sexo feminino, com média de idade de 48,6 anos e tempo de doença de 10,1 anos. A maioria respondeu ao AH1. Ao longo do seguimento, o AH1 de segunda geração foi utilizado em 73,5% dos pacientes, e o de primeira geração adicionado ao de segunda geração ou isolado em 50% dos pacientes. Quinze pacientes (9,3%) haviam feito uso de corticoide oral para controle dos sintomas. A associação com UCE estava presente em 44,1% dos pacientes. Alguma doença autoimune estava presente em 6,3% dos pacientes com UD associados à UCE, e em 14,5% naqueles com diagnóstico isolado de UD. Autoanticorpos estavam presentes em 34,9% dos pacientes com UD associada à UCE, e em 32,7% naqueles com UD isolada. Conclusões: A prevalência de autoimunidade e/ou autoanticorpos foi elevada, independentemente da associação da UD com UCE.
Introduction: Dermographic urticaria (DU) is the most common form of inducible urticaria, with an overall prevalence of up to 5%. In DU, physical stimulation is due to trauma or friction, either by clothing or scratches. Pruritic wheals appear about 10 minutes after the stimulus and disappear within 1 to 2 hours. Antihistamines are the first treatment option to control the disease. The underlying cause is unknown. Objective: To evaluate the clinical features of patients with DU or symptomatic dermographism. Methods: A retrospective study of electronic medical records of patients with DU treated at a tertiary hospital. Disease duration, association with chronic spontaneous urticaria (CSU), type of treatment, and frequency of autoimmune disease and/or autoantibodies were assessed. Results: A total of 161 patients with DU were followed for more than 6 months. One hundred thirty-nine patients (85.7%) were female, with mean age of 48.6 years and mean disease duration of 10.1 years. Most patients responded well to antihistamines. Over the follow-up period, second-generation antihistamines were used by 73.5% of patients, while firstgeneration antihistamines combined with second-generation drugs or alone were used by 50%. Fifteen patients (9.3%) had used oral corticosteroids to control their symptoms. The association with CSU was found in 44.1%. Autoimmune disease was found in 6.3% of patients with DU associated with CSU and in 14.5% of those with diagnosis of isolated DU. Autoantibodies were found in 34.9% of patients with DU associated with CSU and in 32.7% of those with isolated DU. Conclusions: The prevalence of autoimmunity and/or autoantibodies was high, regardless of the association of DU with CSU.
Assuntos
Humanos , Autoanticorpos , Urticária , Autoimunidade , Pacientes , Sinais e Sintomas , Doenças Autoimunes , Terapêutica , Estudos Retrospectivos , Corticosteroides , Diagnóstico , Registros Eletrônicos de Saúde , Centros de Atenção Terciária , Urticária Crônica , Antagonistas dos Receptores HistamínicosRESUMO
Introdução: Até 30% dos pacientes com urticária crônica espontânea (UCE) exacerbam com anti-inflamatório não esteroidal (AINE). Estas são reações de hipersensibilidade não imunológicas atribuídas a propriedades farmacológicas destes medicamentos. A hipersensibilidade aos AINEs pode estar associada a uma urticária mais grave ou mais prolongada. Aproximadamente 10% dos pacientes com UCE exacerbada por AINEs também apresentam sintomas respiratórios após a exposição aos AINEs (chamadas de reações mistas). Objetivo: Avaliar a presença de manifestações respiratórias após o uso de AINE nos pacientes com UCE exacerbada por AINEs. Métodos: Neste estudo retrospectivo, os prontuários eletrônicos de pacientes com UCE exacerbada por AINEs atendidos em um hospital terciário foram revisados. Os pacientes sem história de exacerbação ou que não sabiam referir o uso ou a piora dos sintomas com AINEs foram excluídos. Foram avaliados sintomas respiratórios agudos desencadeados pelos AINEs e sintomas respiratórios crônicos, concomitante a UCE. Resultados: Foram avaliados 92 pacientes, sendo 90% do sexo feminino, média de idade de 52 anos e tempo de doença de 12,9 anos. Os AINEs mais comuns foram a dipirona (65,2%) e o diclofenaco (33,7%). A história de sintomas respiratórios agudos associados ao quadro cutâneo, após a exposição ao AINE, estava presente em 13% dos pacientes. Quarenta pacientes (43,5%) apresentavam rinite crônica e, destes, 13 pacientes (32,5%) possuíam também diagnóstico de asma, e 2 (5%) apresentavam pólipos nasais. Os sintomas respiratórios agudos foram mais frequentes nos pacientes com rinite crônica (22,5%) quando comparados com os pacientes sem doença respiratória crônica (5,8%). Conclusões: O presente estudo mostrou que 13% dos pacientes com UCE exacerbada por AINEs também apresentavam sintomas respiratórios agudos após o uso de AINEs, sendo denominados pacientes com reações de hipersensibilidade mista ou "blended reactions". Destes, 75% apresentavam doença respiratória crônica de base.
Introduction: Up to 30% of patients with chronic spontaneous urticaria (CSU) exacerbate with non-steroidal anti-inflammatory drugs (NSAIDs). These are non-immunological hypersensitivity reactions attributed to the pharmacological properties of these drugs. Hypersensitivity to NSAIDs may be associated with more severe or long-lasting urticaria. Approximately 10% of patients with NSAID-exacerbated CSU also present respiratory symptoms after exposure to NSAIDs (the so-called "blended reactions"). Objective: To evaluate the presence of respiratory manifestations after the use of NSAIDs in patients with NSAID-exacerbated CSU. Methods: In this retrospective study, the electronic medical records of patients with NSAID-exacerbated CSU seen at a tertiary hospital were reviewed. Patients without a history of exacerbation or who did not know whether they had used NSAIDs or whether their symptoms worsened after the use of NSAIDs were excluded. Acute respiratory symptoms triggered by NSAIDs and chronic respiratory symptoms coexisting with CSU were assessed. Results: A total of 92 patients were evaluated; 90% were female, mean age was 52 years, and disease duration was 12.9 years. The NSAIDs most commonly used were dipyrone (65.2%) and diclofenac (33.7%). History of acute respiratory symptoms associated with the cutaneous condition after exposure to NSAIDs was present in 13% of the patients. Forty patients (43.5%) had chronic rhinitis; of these, 13 patients (32.5%) also had a diagnosis of asthma, and 2 (5%) presented nasal polyps. Acute respiratory symptoms were more frequent in patients with chronic rhinitis (22.5%) when compared to patients without any chronic respiratory disease (5.8%). Conclusions: The present study showed that 13% of the patients with NSAID-exacerbated CSU also presented acute respiratory symptoms after the use of NSAIDs, i.e., they were patients with mixed hypersensitivity reactions or "blended reactions." Of these, 75% presented an underlying chronic respiratory disease.
Assuntos
Humanos , Adolescente , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Asma , Rinite , Anti-Inflamatórios não Esteroides , Diclofenaco , Dipirona , Pólipos Nasais , Exacerbação dos Sintomas , Urticária Crônica , Hipersensibilidade , Pacientes , Doenças Respiratórias , Sinais e Sintomas , Diagnóstico , Registros Eletrônicos de SaúdeRESUMO
As doenças autoinflamatórias sistêmicas são um grupo de doenças raras recentemente descritas, mas que vêm ganhando espaço no cenário clínico. Caracterizam-se por alterações da imunidade inata, portanto sem a presença de linfócito T autorreator ou autoanticorpo, e que respondem ao bloqueio de uma única citocina. Esta revisão tem como objetivo analisar a base imunofisiológica destas doenças e descrever brevemente cada uma delas com suas características clínicas mais importantes.
Systemic autoinflammatory diseases are a group of rare diseases only recently described but rapidly growing in importance in the clinical setting. They are characterized by innate immunity impairment, i.e., absence of autoreactive T lymphocytes or autoantibodies, and respond to individual cytokine blockade. The objective of this review was to analyze the immunophysiological basis of these diseases and to briefly describe each of them along with their most relevant clinical characteristics.
Assuntos
Humanos , Autoanticorpos , Linfócitos T , Citocinas , Doenças Raras , Imunidade Inata , Febre Familiar do Mediterrâneo , Pioderma Gangrenoso , Acne Vulgar , Síndrome de Schnitzler , Deficiência de Mevalonato Quinase , Síndromes Periódicas Associadas à Criopirina , LipodistrofiaRESUMO
Introdução: A rinite alérgica é uma doença de grande prevalência em todo o mundo, acometendo 15 a 42% da população geral, e 3 a 12% dos idosos. Acredita-se ser uma doença subdiagnosticada nesta população, porque algumas doenças frequentes nos idosos podem confundir o diagnóstico de doenças alérgicas. Objetivo: Avaliar o perfil clínico dos idosos com rinite alérgica atendidos no serviço de imunologia clínica e alergia de um hospital terciário de São Paulo. Avaliar também a sensibilização a aeroalérgenos, presença de asma alérgica e outras comorbidades. Métodos: Foram selecionados 104 pacientes maiores de 60 anos, diagnosticados com rinite alérgica e não alérgica. Esses pacientes foram comparados quanto à presença de asma e outras doenças concomitantes, sensibilização a aeroalérgenos e uso de medicamentos. Resultados: Dentre os pacientes com rinite alérgica, identificamos predomínio de rinite persistente moderada, sendo a asma o principal diagnóstico associado à rinite. Dentre as demais comorbidades observadas, os idosos tinham doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), hipertensão arterial sistêmica e diabetes, mas não foram encontradas associações significativas entre a presença destas comorbidades e a rinite. Detectamos 71,9% de sensibilidade entre os idosos com rinite alérgica, e verificamos associação significativa com relação a IgE específica in vitro e ocorrência de sintomas. Conclusão: Estudos com a população idosa são necessários para melhor conhecimento da rinite nesta população, suas necessidades e possíveis ações preventivas.
Introduction: Allergic rhinitis is a highly prevalent disease worldwide, affecting 15 to 42% of the general population and 3 to 12% of the elderly. The condition is believed to be underdiagnosed in the elderly population, because other pathologies commonly present in this population may mask the diagnosis of allergic diseases. Objective: To evaluate the clinical profile of elderly patients with allergic rhinitis treated at the immunology and allergy service of a tertiary hospital of São Paulo. Sensitization to aeroallergens, presence of allergic asthma, and other comorbidities were also assessed. Methods: We selected 104 patients older than 60 years diagnosed with allergic and nonallergic rhinitis. These patients were compared for the presence of asthma and other concomitant diseases, sensitization to aeroallergens and use of medications. Results: Among the patients with allergic rhinitis, we identified a predominance of moderate persistent rhinitis; asthma was the main diagnosis associated with rhinitis. Other comorbidities included chronic obstructive pulmonary disease (COPD), systemic arterial hypertension and diabetes, but no significant associations were found between these comorbidities and rhinitis. We detected 71.9% of sensitivity among the elderly with allergic rhinitis, and a significant association was found between in vitro assays for specific IgE and the occurrence of symptoms. Conclusion: Studies with the elderly are necessary to improve our understanding of the occurrence of rhinitis in this population, patient needs and possible preventive actions.
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Pessoa de Meia-Idade , Idoso , Asma , Alergia e Imunologia , Rinite Alérgica , Sinais e Sintomas , Imunoglobulina E , Prevalência , Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica , Diabetes Mellitus , Uso de Medicamentos , HipertensãoRESUMO
Introdução: Pacientes com urticária crônica espontânea (UCE) frequentemente exacerbam com o uso de anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), que são medicamentos que inibem a ciclooxigenase 1 (COX-1) e levam a um desvio para produção de leucotrienos. Os antileucotrienos seriam uma opção terapêutica para aqueles que não respondam aos anti-histamínicos (AH1). Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar a eficácia dos antileucotrienos nos pacientes com UCE exacerbada ou não pelos AINEs que não responderam apenas aos AH1. Método: Estudo retrospectivo com análise de prontuários eletrônicos de pacientes com UCE em seguimento ambulatorial. Todos os pacientes foram interrogados sobre a história de exacerbação ou não da UCE por AINEs. Além dos AH1, o montelucaste foi introduzido para todos os pacientes, em algum momento do acompanhamento. Foram avaliadas a resposta ao antileucotrieno e a presença da associação desta resposta à história de exacerbação com AINE. Resultados: Sessenta e dois pacientes participaram do estudo. A média de idade foi de 48,4 anos, sendo 82,3% do sexo feminino. Destes, 35 pacientes (56,5%) referiam piora da urticária com uso de AINEs, e, destes, 77,1% responderam ao antileucotrieno associado ao AH1. Dentre os 27 pacientes que não apresentavam UCE exacerbada por AINE, 48,1% obtiveram boa resposta ao uso de antileucotrieno associado ao AH1. Conclusão: A resposta ao antileucotrieno foi superior e estatisticamente significante (p = 0,031) no grupo de pacientes com UCE exacerbada por AINE. Portanto, a associação dos antileucotrienos aos AH1 seria uma opção eficaz e segura, sendo que essa associação se torna ainda mais relevante em pacientes que UC exacerbada por AINEs.
Introduction: Patients with chronic spontaneous urticaria (CSU) frequently show symptom exacerbation after the use of nonsteroidal anti-inflammatory drugs (NSAIDs) drugs that inhibit cyclooxygenase-1 (COX-1) and affect leukotriene production. Antileukotrienes are considered a therapeutic option for patients who do not respond to antihistamines (AH1). Objective: The aim of this study was to assess the effectiveness of antileukotrienes in patients with CSU exacerbated or not by NSAIDs. Methods: In this retrospective study, the electronic charts of CSU outpatients were analyzed. All patients were inquired about history of CSU exacerbation or not by NSAIDs. In addition to AH1, treatment with montelukast was introduced to all patients at some point during follow-up. Response to antileukotriene treatment and association between treatment response and history of NSAID exacerbation were evaluated. Results: A total of 62 patients participated in the study. Mean age was 48.4 years, and 82.3% were female. Thirtyfive patients (56.5%) reported worsening of urticaria with the use of NSAIDs; 77.1% of these patients responded to antileukotriene combined with AH1. Of the 27 patients with no history of CSU exacerbation with NSAIDs, 48.1% showed a favorable response to antileukotrienes associated with AH1. Conclusion: Response to antileukotriene treatment was higher and statistically significant (p=0.031) in patients with NSAID-exacerbated CSU. Therefore, the association of antileukotrienes with AH1 could be a safe and effective treatment option, especially for patients with NSAIDexacerbated CSU.
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Anti-Inflamatórios não Esteroides , Leucotrienos , Urticária Crônica , Pacientes , Terapêutica , Ciclo-Oxigenase 1RESUMO
Introdução: Anti-histamínico de segunda geração (AH1 2ªG) é o tratamento de escolha para pacientes com urticária crônica espontânea (UCE). Porém, cerca de 50% dos pacientes não responde a este tratamento. A ciclosporina é uma opção para os quadros mais graves. A ciclosporina tem propriedades imunossupressoras potentes, mas, apesar de sua eficácia, seu uso é limitado devido a diversos efeitos colaterais importantes. Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar a resposta à ciclosporina em pacientes com UCE refratária aos anti-histamínicos. Método: Estudo retrospectivo baseado no prontuário eletrônico de pacientes com UCE refratária aos AH1 2ªG e que não responderam à introdução de outros medicamentos para controle da urticária. A ciclosporina foi indicada para todos os pacientes. A dosagem de D-dímero foi realizada em alguns pacientes. Resultados: Trinta pacientes participaram do estudo. Desses pacientes, 80% eram do sexo feminino, e a média de idade era de 42,8 anos. Previamente à introdução da ciclosporina, todos estavam em uso de AH1, 60% de AH2, 67% de montelucaste, 33,3% de hidroxicloroquina, e 56,7% de corticoide oral. A mediana de tempo de uso da ciclosporina foi de 11,5 meses. Em relação à eficácia, 40% dos pacientes apresentaram melhora dos sintomas, 40% não responderam ao tratamento, e em 20% dos pacientes a resposta não foi avaliada por suspensão da ciclosporina devido a efeitos colaterais, ou não foi introduzida devido a alterações clínicas ou laboratoriais prévias. Houve aumento dos níveis pressóricos em 9 pacientes (30%), e nefrotoxicidade em 5 pacientes (16,7%). Conclusões: Embora a ciclosporina seja uma boa opção terapêutica para pacientes com UCE refratária aos AH1, os efeitos colaterais são frequentes e devem ser monitorados.
Introduction: Second-generation antihistamines (sgAH1) are the treatment of choice for patients with chronic spontaneous urticaria (CSU). However, about 50% of the patients do not respond to this treatment. Cyclosporine is an option for more severe presentations. This drug has potent immunosuppressive properties. Despite its effectiveness, use is limited due to several serious side effects. Objective: The aim of this study was to assess response to cyclosporine in patients with antihistamine-refractory CSU. Method: This retrospective study was based on the electronic records of patients with sgAH1-refractory CSU who did not respond to the introduction of other drugs to control urticaria. Cyclosporine was indicated for all patients. D-dimer dosage was performed in some patients. Results: Thirty patients participated in the study. Of these, 80% were female and the mean age was 42.8 years. Prior to the introduction of cyclosporine, all patients were using AH1, 60% AH2, 67% montelukast, 33.3% hydroxychloroquine, and 56.7% oral corticosteroids. Median time of cyclosporine use was 11.5 months. Regarding efficacy, 40% of the patients showed improvement of symptoms, 40% did not respond to treatment, and in 20% response was not evaluated because the medication was withdrawn due to side effects or was not introduced based on previous clinical or laboratory abnormalities. There was an increase in blood pressure levels in 9 patients (30%) and nephrotoxicity in 5 (16.7%). Conclusions: Even though cyclosporine is a good therapeutic option for patients with AH1-refractory CSU, side effects are frequent and should be monitored.
Assuntos
Humanos , Ciclosporina , Ciclosporina/efeitos adversos , Urticária Crônica , Antagonistas dos Receptores Histamínicos , Pacientes , Terapêutica , Estudos Retrospectivos , DosagemRESUMO
Contexto: Os cateteres venosos centrais de inserção periférica (PICC) são dispositivos intravenosos, introduzidos através de uma veia superficial ou profunda da extremidade superior ou inferior até o terço distal da veia cava superior ou proximal da veia cava inferior. Apresentam maior segurança para infusão de soluções vesicantes/irritantes e hiperosmolares, antibioticoterapia, nutrição parenteral prolongada (NPT) e uso de quimioterápicos; demonstram reduzido risco de infecção em comparação a outros cateteres vasculares e maior relação custo/benefício se comparados ao cateter venoso de inserção central (CVCIC). Objetivos: Apresentar os resultados de implantes de PICCs ecoguiados e posicionados por fluoroscopia realizados no Hospital e Maternidade São Luiz (HMSL) Itaim, Rede D'or, Brasil. Métodos: Estudo prospectivo, não randomizado, realizado entre fevereiro de 2015 e novembro de 2016. Utilizou-se protocolo pré-estabelecido pela instituição em casos de solicitação de acesso vascular. Foram analisadas indicações, doenças prevalentes, tipo do cateter implantado, sucesso técnico, complicações relacionadas ao cateter, e estabelecidos critérios de inclusão e exclusão. Resultados: Solicitados 256 acessos vasculares, sendo implantados 236 PICCs (92,1%) e 20 CVCICs (7,9%). Principais indicações: antibioticoterapia prolongada (52,0%), NPT (19,3%) e acesso venoso difícil (16,0%). Houve sucesso técnico em 246 cateteres implantados (96,1%). A veia basílica direita foi a principal veia puncionada em 192 pacientes (75,0%), seguida da braquial direita em 28 pacientes (10,9%). Conclusões: O implante dos PICCs ecoguiados e posicionados por fluoroscopia demonstrou baixa incidência de complicações, reduzidos índices de infecção e é seguro e eficaz em casos de acessos vasculares difíceis, sendo esses cateteres considerados dispositivos de escolha em acesso vascular central
Background: Peripherally inserted central catheters (PICC) are intravenous devices inserted through a superficial or deep vein of an upper or lower extremity and advanced to the distal third of the superior vena cava or proximal third of the inferior vena cava. They offer the advantages of greater safety for infusion of vesicant/irritant and hyperosmolar solutions and enable administration of antibiotics, prolonged parenteral nutrition (PPN), and chemotherapy agents. They also involve reduced risk of infection compared to other vascular catheters and are more cost-effective than centrally inserted venous catheters (CICVC). Objectives: To present the results of our team's experience with US-guided and fluoroscopy-positioned PICC placement at the Hospital and Maternidade São Luiz (HMSL) Itaim, Rede D'or, Brazil. Methods: This was a prospective, non-randomized study, conducted from February 2015 to November 2016. The institution's preestablished protocol was followed when vascular access was requested. Indications, prevalent diseases, type of catheter implanted, technical success, and complications related to the catheters were analyzed and inclusion and exclusion criteria are described. Results: A total of 256 vascular accesses were requested, and 236 PICCs (92.1%) and 20 CICVCs (7.9%) were implanted. The main indications were as follows: prolonged antibiotic therapy (52%), PPN (19.3%), and difficult venous access (16%). Technical successes was achieved in 246 catheter placements (96.1%). The right basilic vein was the most common vein punctured for access, in 192 patients (75%), followed by the right brachial vein, in 28 patients (10.9%). Conclusions: Ultrasound-guided and fluoroscopy-positioned PICC placement had a low incidence of complications, reduced infection rates, and proved safe and effective in cases of difficult vascular access. PICCs can be considered the devices of choice for central vascular access
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Pessoa de Meia-Idade , Idoso , Catéteres , Cateteres Venosos Centrais/efeitos adversos , Fluoroscopia/métodos , Prevalência , Estudos Prospectivos , Próteses e Implantes , Procedimentos Cirúrgicos Operatórios/métodos , Resultado do Tratamento , Extremidade Superior , Veia Cava Superior , Trombose Venosa/complicações , Trombose Venosa/diagnósticoRESUMO
ABSTRACT Objective To develop a new experimental model of chronic allergic pulmonary disease induced by house dust mite, with marked production of specific immunoglobulin E (IgE), eosinophilic inflammatory infiltrate in the airways and remodeling, comparing two different routes of sensitization. Methods The protocol lasted 30 days. BALB/c mice were divided into six groups and were sensitized subcutaneously or intraperitoneally with saline (negative control), Dermatophagoides pteronyssinus (Der p) 50 or 500mcg in three injections. Subsequently they underwent intranasal challenge with Der p or saline for 7 days and were sacrificed 24 hours after the last challenge. We evaluated the titration of specific IgE anti-Der p, eosinophilic density in peribronchovascular space and airway remodeling. Results Both animals sensitized intraperitoneally and subcutaneously produced specific IgE anti-Der p. Peribronchovascular eosinophilia increased only in mice receiving lower doses of Der p. However, only the group sensitized with Der p 50mcg through subcutaneously route showed significant airway remodeling. Conclusion In this murine model of asthma, both pathways of sensitization led to the production of specific IgE and eosinophilia in the airways. However, only the subcutaneously route was able to induce remodeling. Furthermore, lower doses of Der p used in sensitization were better than higher ones, suggesting immune tolerance. Further studies are required to evaluate the efficacy of this model in the development of bronchial hyperresponsiveness, but it can already be replicated in experiments to create new therapeutic drugs or immunotherapeutic strategies.
RESUMO Objetivo Desenvolver um novo modelo experimental de doença pulmonar alérgica crônica por ácaro, com proeminente produção de imunoglobulina E (IgE) específica, infiltrado inflamatório eosinofílico nas vias aéreas e remodelamento, comparando duas vias diferentes de sensibilização. Métodos O protocolo teve duração de 30 dias. Camundongos BALB/c foram divididos em seis grupos submetidos à sensibilização por via subcutânea ou intraperitoneal com solução salina (controles negativos),Dermatophagoides pteronyssinus (Der p) 50 ou 500mcg, em três aplicações. Posteriormente, foram submetidos à provocação intranasal com Der p ou salina por 7 dias e sacrificados 24 horas após o último desafio. Avaliamos a titulação de IgE específica anti-Der p, densidade eosinofílica no espaço peribroncovascular e remodelamento das vias aéreas. Resultados Tanto os animais sensibilizados por via subcutânea como intraperitoneal produziram IgE específica anti-Der p. Ocorreu aumento da eosinofilia peribroncovascular apenas nos animais que receberam menor dose de Der p. Porém apenas o grupo sensibilizado com Der p 50mcg subcutânea apresentou remodelamento significativo das vias aéreas. Conclusão Neste modelo murino de asma, as duas vias de sensibilização levaram à produção de IgE específica e eosinofilia nas vias aéreas. No entanto, apenas a via subcutânea foi capaz de induzir ao remodelamento. Além disso, doses menores de Der p utilizadas foram superiores às mais elevadas, sugerindo tolerância. Mais estudos são necessários para avaliar a eficácia deste modelo no desenvolvimento da hiperresponsividade brônquica, mas ele pode ser replicado em experimentos para criação de novas estratégias terapêuticas medicamentosas ou imunoterápicas.
Assuntos
Animais , Masculino , Alérgenos/administração & dosagem , Asma/imunologia , Modelos Animais de Doenças , Imunização/métodos , Pyroglyphidae , Administração Intranasal , Asma/fisiopatologia , Testes de Provocação Brônquica , Ensaio de Imunoadsorção Enzimática , Eosinófilos/metabolismo , Colágenos Fibrilares/metabolismo , Injeções Intraperitoneais , Injeções Subcutâneas , Imunoglobulina E/sangue , Imunoglobulina G/sangue , Contagem de Leucócitos , Camundongos Endogâmicos BALB C , Anafilaxia Cutânea Passiva/imunologia , Eosinofilia Pulmonar/parasitologiaRESUMO
Objetivo: Determinar o impacto da Dermatite Atópica (DA) no estado nutricional e metabolismo ósseo em crianças.Métodos: Quarenta e nove crianças com DA moderada ou grave (4-12 anos) e 48 crianças saudáveis foram avaliadas por z-escore altura/idade, z-escore peso/idade, z-escore IMC, duração e gravidade da doença, uso de Glicocorticoides (GC) tópico e parâmetros ósseos. Conteúdo mineral ósseo (CMO), densidade mineral óssea (DMO) e z-escores foram medidos por absormetria de dupla emissão de raios-X (DXA). Níveis séricos de cálcio, fósforo, fosfatase alcalina, cortisol e telopeptídeo carboxiterminal do colágeno tipo 1 (CTX), e níveis plasmáticos de 25 hidroxivitamina D (25OHD) e hormônio da paratireoide (PTH), foram determinados.Resultados: Crianças com DA apresentaram menor altura para idade quando comparadas às crianças controle (p = 0,007). Menor CMO em coluna lombar [16,5 (6,4) vs. 19,8 (8,3)g, p = 0,027] e fêmur total [12,2 (4,0) vs. 14,2 (5,0)g, p = 0,029] foi encontrado em crianças com DA. Níveis de CTX foram menores em pacientes com DA [1,36 (0,59) vs. 1,67 (0,79)ng/mL, p = 0,026] e tendência a níveis mais baixos de fosfatase alcalina foi observada em crianças com DA [228 (75,3) vs. 255 (70,7) ng/mL, p = 0,074]. Crianças com DA apresentaram níveis mais baixos de cortisol que crianças saudáveis [9,06 (4.8) 10,57 vs. (4,9), p = 0,061], sem diferença significante.Conclusões: Redução em altura para idade, remodelamento ósseo e conteúdo mineral ósseo em crianças com DA moderada ou grave poderia estar associada a fatores incluindo determinantes genéticos, baixa exposição solar, inflamação crônica e uso crônico do GC tópico.
Objective: To determine the impact of atopic dermatitis (AD) on nutritional status and bonemetabolism parameters in children. Methods: Forty-nine children with moderate to severe AD (4-12 years old) and 48 healthy children were assessed using height/age z-scores, weight/agez-scores, body mass index z-scores, disease activity and severity, topical use of glucocorticoids (GC), and bone parameters. Bone mineral content (BMC), bone mineral density (BMD), andz-scores were measured using dual-energy X-ray absorptiometry (DXA). Serum levels ofcalcium, phosphorus, alkaline phosphatase, cortisol, and carboxy terminal telopeptide of type1 collagen (CTX), and plasma levels of 25 hidroxy vitamin D (25OHD) and parathyroid hormone,were determined. Results: AD children presented lower height/age z-score, as compared tocontrols (p = 0.007). Lower BMC at lumbar spine [16.5(6.4) vs. 19.8(8.3)g, p = 0.027] and totalfemur [12.2(4.0) vs. 14.2 (5.0) g, p = 0.029] was found in AD children. CTX levels were lower in ADpatients, as compared to healthy children [1.36(0.59) vs. 1.67(0.79)ng/mL, p = 0.026] and a trendto lower levels of alkaline phosphatase was observed in AD children [228(75.3) vs. 255 (70.7) ng/mL, p = 0.074]. Children with AD presented lower levels of serum cortisol in comparison to thehealthy group [9.06(4.8) vs. 10.57(4.9), p = 0.061], without statistical significance. Conclusions: Reduced height for age, BMD, and bone turnover in children with moderate to severe AD couldbe associated with genetic determinants, insufficient sun exposure, chronic inflammation, andchronic use of topical GC.
Assuntos
Humanos , Criança , Adolescente , Densidade Óssea , Dermatite Atópica , Fosfatase Alcalina/análise , Glucocorticoides , Estado Nutricional , Interpretação Estatística de Dados , Técnicas e Procedimentos Diagnósticos , Métodos , Padrões de Referência , PacientesRESUMO
INTRODUCTION: Asthma in older adults is frequently underdiagnosed, as reflected by approximately 60 percent of asthma deaths occurring in people older than age 65. OBJECTIVE: The present study evaluates the effects of a respiratory exercise program tailored for elderly individuals with asthma. We are not aware of any other reports examining breathing exercises in this population. METHODS: Fourteen patients concluded the 16-week respiratory exercise program. All the patients were evaluated with regard to lung function, respiratory muscle strength, aerobic capacity, quality of life and clinical presentation. RESULTS: After 16 weeks of this open-trial intervention, significant increases in maximum inspiratory pressure and maximum expiratory pressure (27.6 percent and 20.54 percent, respectively) were demonstrated. Considerable improvement in quality of life was also observed. The clinical evaluations and daily recorded-symptoms diary also indicated significant improvements and fewer respiratory symptoms. A month after the exercises were discontinued, however, detraining was observed. DISCUSSION: In conclusion, a respiratory exercise program increased muscle strength and was associated with a positive effect on patient health and quality of life. Therefore, a respiratory training program could be included in the therapeutic approach in older adults with asthma.