RESUMO
Introdução: A perda auditiva é uma deficiência comum na população mundial e contribui para dificuldade na comunicação verbal e redução da qualidade de vida, evidenciando a importância da identificação precoce, reabilitação e acompanhamento audiológico dessa deficiência para mitigar suas consequências. Durante a pandemia da COVID-19, as medidas restritivas diminuíram a capacidade de atendimento dos serviços de saúde auditiva e dificultaram a busca de auxílio para resolver problemas relacionados à adaptação aos dispositivos eletrônicos de amplificação sonora (DAES), sendo uma barreira no processo de reabilitação da perda auditiva. Objetivo: Caracterizar os usuários de DEAS e o processo inicial de reabilitação auditiva de adultos e idosos e verificar fatores associados ao retorno para a consulta de monitoramento auditivo durante o período inicial da pandemia da COVID-19.Métodos: Estudo observacional transversal com usuários adultos e idosos de um serviço ambulatorial de saúde auditiva com retorno para consulta de monitoramento auditivo agendada no período inicial da implementação das medidas restritivas da pandemia da COVID-19 no Brasil. Resultados: A maioria dos participantes conseguiu retornou para a consulta de monitoramento auditivo, sendo eles em sua maioria idosos, do sexo feminino e vacinados contra a COVID-19. Houve maior prevalência de adaptação adequada aos DAES. Não houve associação estatística entre as variáveis relacionadas à adaptação aos DAES, COVID-19 e saúde mental e o retorno à consulta de monitoramento auditivo. Conclusão: Os fatores relacionados à adaptação aos DAES, à COVID-19 ou à saúde mental não influenciaram o retorno à consulta de monitoramento auditivo na presente pesquisa. (AU)
Introduction: Hearing loss is a common disability in the world population and contributes to difficulty in verbal communication and reduced quality of life, highlighting the importance of early identification, rehabilitation and audiological monitoring of this disability to mitigate its consequences. During the COVID-19 pandemic, restrictive measures reduced the service capacity of hearing health services and made it difficult to seek help to solve problems related to adaptation to personal sound amplification products (PSAPs), being a barrier in the rehabilitation process of hearing loss. Aim: To characterize PSAPs users and the initial hearing rehabilitation process for adults and elderly people and verify the factors associated with the return to hearing monitoring consultations in the initial period of the COVID-19 pandemic. Methods: Cross-sectional observational study with adults and elderly people: elderly users of an outpatient hearing health service who return for a scheduled hearing monitoring consultation in the initial period of the implementation of restrictive measures of the COVID-19 pandemic in Brazil. Results: Most participants were able to return to the hearing monitoring clinic, the majority of whom were elderly, female and vaccinated against COVID-19. There was a higher prevalence of adequate adaptation to the PSAPs. There was no statistical association between variables related to adaptation to PSAPs, COVID-19 and mental health and return to hearing monitoring consultation. Conclusion: Factors related to adaptation to PSAPs, COVID-19 or mental health did not influence the return to hearing monitoring consultation in the present investigation. (AU)
Introducción: La pérdida auditiva es una discapacidad común en la población mundial y contribuye a la dificultad en la comunicación verbal y a la reducción de la calidad de vida, destacando la importancia de la identificación temprana, rehabilitación y seguimiento audiológico de esta discapacidad para mitigar sus consecuencias. Durante la pandemia de COVID-19, las medidas restrictivas redujeron la capacidad de atención de los servicios de salud auditiva y dificultaron la búsqueda de ayuda para resolver problemas relacionados con la adaptación a dispositivos electrónicos de amplificación del sonido (DEAS), siendo una barrera en el proceso de rehabilitación de la pérdida auditiva. Objetivo: Caracterizar a los usuarios de DEAS y el proceso inicial de rehabilitación auditiva de adultos y ancianos y verificar los factores asociados al retorno a las consultas de monitorización auditiva en el período inicial de la pandemia COVID-19. Métodos: Estudio observacional transversal con adultos y ancianos: ancianos usuarios de un servicio ambulatorio de salud auditiva que regresan para consulta de monitorización auditiva programada en el período inicial de la implementación de medidas restrictivas de la pandemia de COVID-19 en Brasil. Resultados: La mayoría de los participantes pudieron regresar a la clínica de monitorización auditiva, la mayoría de los cuales eran ancianos, mujeres y estaban vacunados contra COVID-19. Hubo mayor prevalencia de adaptación adecuada a la DEAS. No hubo asociación estadística entre variables relacionadas con adaptación a DEAS, COVID-19 y salud mental y retorno a consulta de monitorización auditiva. Conclusión: Los factores relacionados con la adaptación a DEAS, el COVID-19 o la salud mental no influyeron en el retorno a la consulta de monitorización auditiva en la presente investigación. (AU)
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Pessoa de Meia-Idade , Idoso , Correção de Deficiência Auditiva , Acessibilidade aos Serviços de Saúde , Brasil , Assistência ao Paciente/métodos , COVID-19 , Perda Auditiva/reabilitaçãoRESUMO
RESUMO Objetivo Verificar a queixa subjetiva de memória relacionada com a fluência verbal em idosos participantes de grupos de convivência. Método Trata-se de um estudo epidemiológico, quantitativo, realizado em grupos de convivência de idosos do município de Florianópolis, Estado de Santa Catarina. Os dados foram coletados por meio de entrevista estruturada utilizando-se o Questionário de Queixas de Memória (MAC-Q) e o Teste de Fluência Verbal (TFV) por categorias semânticas animais/minuto. Para a análise descritiva inferencial, consideraram-se os dados com p < 5%. Resultados Foi encontrada a queixa de memória autodeclarada em 35,7% da amostra. Não houve associação e correlação do TFV com a percepção da memória obtida pelo MAC-Q bem como com o seu escore. A análise do TFV com os indivíduos que referiram percepção negativa de memória apresentou significância estatística. Salienta-se que foi encontrada associação significativa entre a percepção (escore do MAC-Q) e a presença da queixa de memória (referida pelos idosos em questão acrescida ao questionário). Conclusão Não houve relação entre a queixa subjetiva de memória e a fluência verbal de idosos ativos, sendo as queixas mnemônicas correlacionadas à percepção negativa da memória e ao tempo de queixa apresentada. Porém a queixa subjetiva da memória se mostrou um indicativo para aqueles indivíduos com percepção negativa da memória, sendo um aspecto que deve ser considerado na fala dos idosos ao se investigar um possível declínio cognitivo. Tais dados podem auxiliar no direcionamento das ações de políticas públicas de assistência às pessoas idosas no município, salientando-se a importância em se verificar a queixa subjetiva de memória dos idosos.
ABSTRACT Purpose To verify subjective memory complaints and their relation to verbal fluency in older people participating in community groups. Methods An epidemiological quantitative study performed in community groups for older people in Florianópolis, state of Santa Catarina, Brazil. Data were collected by structured interview using the Memory Complaint Questionnaire (MAC-Q) and the Verbal Fluency Test (VFT) by semantic categories “animals/minute”. For an inferential descriptive analysis, data with p < 5% were considered. Results Self-reported memory complaints were found in 35.7% of the sample. No association or correlation of VFT with the perception of memory obtained by MAC-Q, nor with its score was found. The VFT analysis of in individuals who reported negative perception of memory presented statistical significance. We found significant association between the perception (MAC-Q score) and presence of memory lapses (reported by the older people in question and added to the questionnaire). Conclusion We found no relation between subjective memory complaints and verbal fluency of active older people. Mnemonic complaints were correlated to the negative perception of memory and to the duration of the complaint. However, subjective memory complaints were an indicator for those individuals with negative perception of memory, being one aspect that must be considered in older people’s speech when investigating a possible cognitive deterioration. Such data can assist in formulating public health care policies aimed at older people in the city, which emphasizes the importance of verifying subjective memory complaints in this population.
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Idoso , Comportamento Verbal/fisiologia , Transtornos da Memória/diagnóstico , Brasil/epidemiologia , Estudos Transversais , Inquéritos e Questionários , Escolaridade , Disfunção Cognitiva/diagnóstico , Disfunção Cognitiva/fisiopatologia , Disfunção Cognitiva/epidemiologia , Transtornos da Memória/fisiopatologia , Transtornos da Memória/epidemiologia , Pessoa de Meia-Idade , Testes NeuropsicológicosRESUMO
Introduction Hepatitis B virus (HBV) and human immunodeficiency virus (HIV) infections are two of the world's most important infectious diseases. Our objective was to determine the hepatitis B surface antigen (HBsAg) and hepatitis B core antibody (anti-HBc) prevalences among adult HIV-infected patients and identify the associations between socio-demographic variables and these HBV infection markers. Methods This study was performed from October 2012 to March 2013. Three hundred HIV-seropositive patients were monitored by the Clinical Analysis Laboratory of Professor Polydoro Ernani de São Thiago University Hospital, Santa Catarina, Brazil. The blood tests included HBsAg, anti-HBc immunoglobulin M (IgM) and total anti-HBc. Patients reported their HIV viral loads and CD4+ T-cell counts using a questionnaire designed to collect sociodemographic data. Results The mean patient age was 44.6 years, the mean CD4 T-cell count was 525/mm3, the mean time since beginning antiretroviral therapy was 7.6 years, and the mean time since HIV diagnosis was 9.6 years. The overall prevalences of HBsAg and total anti-HBc were 2.3% and 29.3%, respectively. Among the individuals analyzed, 0.3% were positive for HBsAg, 27.3% were positive for total anti-HBc, and 2.0% were positive either for HBsAg or total anti-HBc and were classified as chronically HBV-infected. Furthermore, 70.3% of the patients were classified as never having been infected. Male gender, age >40 years and Caucasian ethnicity were associated with an anti-HBc positive test. Conclusions The results showed an intermediate prevalence of HBsAg among the studied patients. Moreover, the associations between the anti-HBc marker and socio-demographic factors suggest a need for HBV immunization among these HIV-positive individuals, who are likely to have HIV/HBV coinfection. .
Assuntos
Adolescente , Adulto , Idoso , Idoso de 80 Anos ou mais , Feminino , Humanos , Masculino , Pessoa de Meia-Idade , Adulto Jovem , Infecções por HIV/epidemiologia , Anticorpos Anti-Hepatite B/sangue , Antígenos de Superfície da Hepatite B/sangue , Vírus da Hepatite B/imunologia , Hepatite B Crônica/epidemiologia , Biomarcadores/sangue , Brasil/epidemiologia , Coinfecção , Estudos Transversais , Infecções por HIV/complicações , Infecções por HIV/diagnóstico , Hepatite B Crônica/complicações , Hepatite B Crônica/diagnóstico , Prevalência , Fatores de Risco , Fatores Socioeconômicos , Carga ViralRESUMO
Purpose: To identify risk groups for oropharyngeal dysphagia in hospitalized patients in a university hospital. Methods: The study was design as an exploratory cross-sectional with quantitative data analysis. The researched population consisted of 32 patients admitted to the medical clinic at the university hospital. Patient history data were collected, followed by a universal swallowing screening which included functional feeding assessment, to observe clinical signs and symptoms of dysphagia, and assessment of nutritional status through anthropometric data and laboratory tests. Results: Of the total sample, the majority of patients was male over 60 years. The most common comorbidities related to patients with signs and symptoms of dysphagia were chronic obstructive pulmonary disease, systemic arterial hypertension, congestive heart failure, diabetes mellitus and acute myocardial infarction. The food consistency that showed higher presence of clinical signs of aspiration was pudding and the predominant sign was wet voice. Conclusion: There is a high incidence of risk for oropharyngeal dysphagia in hospitalized patients and an even higher rate of hospitalized patients with nutritional deficits or already malnourished. Hospitalized patients with respiratory diseases, chronic obstructive pulmonary disease, congestive heart failure and patients with xerostomia were indicated as risk group for oropharyngeal dysphagia. .
Objetivo: Identificar os grupos de risco para disfagia orofaríngea em pacientes internados em um hospital universitário. Métodos: O estudo foi transversal do tipo exploratório com análise quantitativa dos resultados. A população pesquisada foi formada por 32 pacientes internados nas clínicas médicas do hospital. Foram coletados dados da história do paciente e realizada a triagem universal de deglutição, avaliação funcional da alimentação para observação de sinais e sintomas de disfagia e avaliação do estado nutricional por dados antropométricos e exames laboratoriais. Resultados: Da amostra total, a maioria dos pacientes era homens acima de 60 anos. As comorbidades mais associadas a pacientes com sintomas e sinais de disfagia foram doença pulmonar obstrutiva crônica, hipertensão arterial sistêmica, insuficiência cardíaca congestiva, diabetes melitus e infarto agudo do miocárdio. A consistência alimentar em que foi observada a maior presença de sinal clínico de aspiração foi o pudim, e o sinal predominante, a voz molhada. Conclusão: Há grande incidência de risco para disfagia orofaríngea nos pacientes internados e um índice ainda maior de pacientes internados em comprometimento nutricional ou já desnutridos. Pacientes internados com doenças respiratórias, doença pulmonar obstrutiva crônica, insuficiência cardíaca congestiva e pacientes com xerostomia foram apontados como grupo de risco para disfagia orofaríngea. .
Assuntos
Feminino , Humanos , Masculino , Pessoa de Meia-Idade , Transtornos de Deglutição/etiologia , Estudos Transversais , Transtornos de Deglutição/diagnóstico , Transtornos de Deglutição/epidemiologia , Hospitalização , Estado Nutricional , Fatores de RiscoRESUMO
A hiper-homocisteinemia é um fator de risco independente para desenvolvimento de doença cardiovascular e na presença de outros fatores de risco (FR) poderá acarretar em risco adicional para o surgimento do evento. Foram realizadas dosagens séricas de homocisteína e creatinina em 146 pacientes (51 homens e 95 mulheres) cadastrados no programa HIPERDIA/MS sendo todos portadores de três FR associados: hipertensão, tabagismo e histórico familiar para doença cardiovascular. A média geral foi de 14,48 µmol/L ± 5,98 (15,38 µmol/L ± 6,77 e 13,99 µmol/L ± 5,48, homens e mulheres respectivamente). A hiper-homocisteinemia esteve presente em 34,90% (39,20% e 32,60%, homens e mulheres respectivamente), de acordo com o intervalo de referência entre 5 - 15 µmol/L. Entretanto, segundo recomendações da DACH-LIGA Homocysteine, valores entre 12 - 30 µmol/L são considerados como moderada hiper-homocisteinemia. O estudo revelou que 60,30% (70,60% e 54,70%, homens e mulheres respectivamente) estavam acima de 12 µmol/L. Na avaliação do estudo, a dosagem de homocisteína sérica deve ser realizada em pacientes cadastrados no programa HIPERDIA/MS, pois além de hipertensos e/ou diabéticos, a presença de hiper-homocisteinemia pode ser um risco adicional para o desenvolvimento de doença cardiovascular.
Hiper-homocysteinemia is an independent risk factor in the development of cardiovascular diseases and in the presence of other risk factors (RF) may bring about an additional risk for the occurrence of the event. Serum dosages of homocysteine and creatinine in 146 patients (51 men and 95 women), registered at the HIPERDIA/MS Program, all presenting three associated RF's; hypertension, smoking habit and family history for cardiovascular diseases. The general average has been 14.48 µmol/L ± 5,98 (15,38 µmol/L ±6,77 and 13,99 µmol/L ± 5,48, for men and women respectively). Hiper-homocysteinemia had been present in 34.90% (39.20% and 32.60%, men and women, respectively), according to the reference interval between 5 - 15 µmol/L. Although, according to Homocysteine DACH-LIGA recommendations, values between 12 - 30 µmol/L are considered being a moderate hiper-homocysteinemia. The study has revealed that 60.30% (70.60% and 54.70%, men and women, respectively) had been above 12 µmol/L. In the evaluation of the study, the serum dosage of homocysteine has to be performed in patients registered at the HIPERDIA/MS Program for, besides being hypertense and/or diabetic, the presence of hiper-homocisteinemia may be an additional risk for the development of cardiovascular disease.
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Idoso , Idoso de 80 Anos ou mais , Doenças Cardiovasculares/complicações , Doenças Cardiovasculares/genética , Hiper-Homocisteinemia/complicações , Hiper-Homocisteinemia/sangue , Tabagismo , Fatores de Risco , Hiper-Homocisteinemia/genética , HipertensãoRESUMO
A hiper-homocisteinemia é um fator de risco independente para desenvolvimento de doença cardiovascular e na presença de outros fatores de risco (FR) poderá acarretar em risco adicional para o surgimento do evento. Foram realizadas dosagens séricas de homocisteína e creatinina em 146 pacientes (51 homens e 95 mulheres) cadastrados no programa HIPERDIA/MS sendo todos portadores de três FR associados: hipertensão, tabagismo e histórico familiar para doença cardiovascular. A média geral foi de 14,48 μmol/L ± 5,98 (15,38 μmol/L ± 6,77 e 13,99 μmol/L ± 5,48, homens e mulheres respectivamente). A hiper-homocisteinemia esteve presente em 34,90 por cento (39,20).