RESUMO
Durante muitos anos, o tratamento da hipertensäo arterial foi amplamente direcionado à pressäo arterial diastólica (PAD). Há aproximadamente 30 anos, identificou-se a pressäo arterial sistólica como melhor preditora de doenças cardiovaculares comparada à PAD. A despeito dessa observaçäo, houve uma demora de 22 anos para que um comitê especialista em hipertensäo arterial recomendasse que a PAS fosse considerada igualmente importante comparada à PAD e que ambas deveriam ser utilizadas para definir os pacientes com hipertensäo arterial. Os efeitos do tratamento da hipertensäo sistólica isolada (HSI) foram avaliados em três grandes estudos: o SHEP (Systolic Hypertension in the Elderly Program), o Syst-Eur (Systolic Hypertension in Europe) e o MRC (Medical Research Council), que incluiu também voluntários com PAD elevada. No SHEP, utilizou-se como substância ativa a clortalidona; no Syst-Eur, a hidroclorotiazida associada à amilorida; no MRC, a nitrendipina. Em comparaçäo ao placebo, houve uma diminuiçäo de acidente vascular cerebral (33 por cento, 31 por cento e 42 por cento) e de eventos cardiovasculares (32 por cento, 35 por cento e 31 por cento) em todos os estudos (SHEP, MRC e Syst-Eur, respectivamente) e de doença coronariana no SHEP (27 por cento) e MRC (44 por cento). A terapêutica anti-hipertensiva com drogas de diferentes classes reduziu os índices de morbidade e mortalidade associados com o acidente vascular cerebral e outras complicações cardiovasculares, em idosos com HSI, sem aumento do risco de efeitos colaterais