RESUMO
O presente estudo avalia a prevalência de lombalgia em população de garimpeiros de Serra Pelada, localizada no Estado do Pará / Brasil. Considerado como um dos maiores garimpos de ouro na década de 80, havendo em torno de 100.000 pessoas envolvidas na extração do ouro. Atualmente a população local é estimada em 6000 habitantes. Através de uma avaliação médica primária populacional feita em 2002 foi realizado um estudo de corte transversal retrospectivo com a análise de dados obtidos durante esse atendimento. Foram 1.169 atendimentos, 605 do sexo masculino (51,7 por cento), idade média de 41,4 ± 21,2 anos. 47 por cento responderam que trabalham ou trabalharam no garimpo, com tempo médio de 10,9 ± 9,7 anos. A prevalência de lombalgia foi de 13,7 por cento em relação ao geral dos diagnósticos. Quando comparada ao grupo de garimpeiros, a prevalência encontrada foi de 18,2 por cento contra 10,0por cento em relação ao grupo de não garimpeiros (p<0,000), porém não mantendo significância estatística após a regressão logística. Estudos mais detalhados seriam necessários para tentar estabelecer as possíveis relações com dor lombar nesta população, sendo que talvez o rastreamento de antigos garimpeiros pudesse investigar melhor uma possível relação direta laboral do garimpo com lombalgia.
Assuntos
Humanos , Masculino , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Dor Lombar/epidemiologia , Dor Lombar , Doenças Profissionais , Saúde Ocupacional , Brasil , Prevalência , Estudos Retrospectivos , Condições de TrabalhoRESUMO
A dor tem sido descrita como sendo uma experiência sensorial e emocional desagradável que é associada ou descrita em termos de lesão tecidual. Na atenção primária à saúde, a dor crônica atinge altos níveis de prevalência, especialmente devido aos quadros de lombalgia e de cefaléias. O objetivo do presente estudo foi investigar a prevalência de dor crônica na atenção primária à saúde na cidade de Buriticupu, localizada no estado do Maranhão, Brasil. Dentre todos os quadros clínicos, a dor crônica foi o diagnóstico mais prevalente entre os pacientes investigados, sendo encontrada em 539 pacientes (23,02 por cento). Dor músculo-esquelética foi o quadro de dor crônica mais comum, atingindo 250 pacientes (10,62 por cento), sendo que lombalgia foi o diagnóstico mais prevalente entre os quadros de dor músculo-esquelética, sendo encontrada em 120 pacientes (5,12 por cento). Por outro lado, as cefaléias foram o segundo quadro de dor crônica mais comum, depois da dor músculo-esquelética, tendo sido diagnosticada em 212 pacientes (9,05 por cento). Assim, 61,6 por cento dos pacientes com dor crônica apresentavam lombalgia ou cefaléia. Análise estatística univariada encontrou associação entre gênero feminino e cefaléia, entre idade avançada e os principais tipos de dor crônica que foram avaliados neste estudo (músculo-esquelética, lombalgia e cefaléia), e entre índice de massa corpórea e dor músculo-esquelética e lombalgia. Quando a análise multivariada foi conduzida, as associações observadas com gênero feminino e idade avançada não mostraram alterações, mantendo os mesmos padrões de associação. No entanto, o índice de massa corpórea não apresentou mais associação com qualquer tipo de dor crônica.