RESUMO
A avaliação clínica pré-operatória continua sendo a base para a determinação do procedimento cirúrgico mais apropriado ao paciente com doença otológica. Por vezes, porém, mesmo após a mais completa avaliação clínica e radiológica, o médico permanecerá em dúvida quanto ao diagnóstico correto. Neste contexto, a timpanotomia explorada representa um procedimento cirúrgico de pequeno porte, bastante seguro e extremamente útil, pois permite a visualização direta da orelha média, revelando, confirmando e, frequentemente, tratando as condições patológicas ali existentes. A timpanotomia exploradora é utilizada quando o diagnóstico inicial é incerto ou quando a visualização micorcópica direta pode fornecer subsídios ao mesmo, facilitando o planejamento terapêutico, a reabilitação ou ambos. Este artigo revisa alguns dos aspectos históricos do procedimento, sua técnica cirúrgica e potenciais fatores de confusão. Discutem-se as indicações contemporâneas da timpanotomia exploradora, com ênfase especial no seu papel no diagnóstico e no tratamento da otite média crônica silenciosa.