RESUMO
Para melhor compreensao dos mecanismos imunológicos envolvidos na mucosa colônica da retocolite ulcerativa inespecífica e da doença de Crohn, foram estudadas as mucosas colônicas de 19 crianças com retocolite ulcerativa inespecífica, 12 crianças com doença de Crohn e um grupo controle representado por 10 espécimes de mucosa retal de pacientes com obstipaçao intestinal crônica inespecífica. As mucosas foram coradas com a técnica de imunoperoxidase, e os linfócitos T (total e auxiliador) e B foram identificados com marcadores específicos - para os linfócitos T total, CD3, linfócitos T auxiliador, CD4 e para o B, CD20 - e quantificadas na lâmina própria através de análise de imagem computadorizada cromática em diferentes períodos evolutivos da doença: PI (antes do tratamento), PH (até dois anos de evoluçao) e PIII (com mais de dois anos de evoluçao). No epitélio superficial foi quantificado apenas o linfócito T total, através de contagem linear. O marcador CD3, do linfócito T total, esteve aumentado no epitélio (superficial e glandular) e na lâmina própria das mucosas doentes em relaçao às do controle. Na mucosa dos pacientes, esteve distribuído difusamente, concentrando-se ao redor dos microgranulomas, no interior dos nódulos linfóides e nas áreas lesadas em proximidade aos macrófagos. Na doença de Crohn, PI, sua média na lâmina própria diferiu significantememte em relaçao ao controle. Comportamento semelhante ocorreu com o marcador CD20 do linfócito B nas mucosas doentes, cujas médias foram superiores aos do controle, embora apenas no PI da doença de Crohn essa diferença tenha sido significativa. O marcador CD4 do linfócito T auxiliador também apresentou nas mucosas doentes médias elevadas em relaçao à mucosa controle, mas sem significaçao estatística. As células CD4+ distribuíram-se difusamente por toda altura da mucosa doente, concentrando-se ao redor dos nódulos linfóides e dos microgranulomas. De modo geral, todos os marcadores estudados neste trabalho apresentaram médias superiores aos do grupo controle com diferentes graus de significância nos diferentes períodos estudados. Esses resultados confirmam a participaçao desses elementos na patogênese da retocolite ulcerativa inespecífica e da doença de Crohn. Os achados de correlaçao positiva entre os marcadores CD4 e CD20 na retocolite ulcerativa inespecífica e CD3 e CD20...