Your browser doesn't support javascript.
loading
Mostrar: 20 | 50 | 100
Resultados 1 - 7 de 7
Filtrar
Mais filtros







Base de dados
Indicadores
Intervalo de ano de publicação
1.
Psicol. ciênc. prof ; 43: e263877, 2023.
Artigo em Português | LILACS, Index Psicologia - Periódicos | ID: biblio-1529224

RESUMO

A violência sexual e o aborto legal são temas tabus em nossa sociedade. No campo da saúde, a(o) psicóloga(o) atua em fases distintas, seja na avaliação psicológica do pedido pelo aborto legal, que culminará ou não em sua aquiescência; seja no momento posterior à solicitação, no atendimento em enfermarias ou ambulatorial. Partindo de relato de experiência, este artigo tem como objetivo refletir sobre as possibilidades e desafios da atuação psicológica no atendimento em saúde para pessoas em situação de gestação decorrente de violência sexual e que buscam pelo aborto legal. Para tanto, dividimos o artigo em três momentos. No primeiro deles, será possível encontrar dados conceituais, estatísticos e históricos sobre ambos os temas, trazendo recortes nacionais e internacionais. No segundo, trazemos apontamentos sobre o que chamamos de "eixos norteadores", ou seja, dialogamos com aspectos fundamentais para o trabalho nesta seara, sendo eles gênero, família, sexualidade e trauma. Por fim, no terceiro, aprofundamos a reflexão sobre o atendimento psicológico atrelado aos conceitos já discutidos, analisando de forma crítica principalmente um dos pontos mais espinhosos da atuação: a avaliação para aprovação (ou recusa) do pedido pelo aborto. Apoiamo-nos no referencial psicanalítico e defendemos que esta atuação psicológica é primordialmente uma oferta de cuidado, comprometido com as demandas das pessoas atendidas e com a promoção de saúde mental, e consideramos que o papel da psicologia é essencial para o reconhecimento do sofrimento e dos efeitos do abandono socioinstitucional na vida do público atendido.(AU)


Sexual abuse and legal abortion are taboo subjects in our society. On the health area, the psychologist works on different fields, such as psychological evaluation from the request of legal abortion, that will end or not on its approval, and also in a further moment, either the care on wards or ambulatorial treatment. Relying on a case report, this article aims to contemplate the possibilities and challenges from psychological work on healthcare to pregnant women from sexual violence and seek legal abortion. For this purpose, we divide this article in three moments. On the first, it will find definitions, statistics, and historical data about both issues, including national and international information. On the second, we bring notes called 'guiding pillar,' that is, we interact with fundamental aspects from this area, such as gender, family, sexuality, and trauma. On the third one, in-depth discussions we dwell on psychological care tied to the concepts previously addressed, critically analyzing one of the hardest moments of working in this area: the evaluation to approve (or refuse) the request for abortion. We lean over psychoanalytic thoughts and argue that this psychological work is primarily an offer of care, committed to the needs from those who seek us and to promoting good mental health and, also, we consider that psychology is essential to acknowledge the suffering and the effects of social and institutional neglect on the lives of the people seen.(AU)


La violencia sexual y el aborto son temas tabús en nuestra sociedad. En el campo de la salud, el(la) psicólogo(a) actúa en diferentes fases: en la evaluación psicológica de la solicitud del aborto legal, que culminará o no en su obtención, y/o en el momento posterior a la solicitud en la atención en enfermería o ambulatorio. Desde un reporte de experiencia, este artículo pretende reflexionar sobre las posibilidades y los desafíos de la Psicología en la atención en salud para personas en estado de embarazo producto de violencia sexual y que buscan un aborto legal. Para ello, este artículo está dividido en tres momentos. En el primer, presenta datos conceptuales, estadísticos e históricos sobre los dos temas, trayendo recortes nacionales e internacionales. En el segundo, comenta los llamados "ejes temáticos", es decir, se establece un diálogo con aspectos fundamentales para el trabajo en este ámbito, como género, familia, sexualidad y trauma. Por último, en el tercer, profundiza en la reflexión sobre la atención psicológica asociada a los conceptos discutidos, analizando de forma crítica uno de los puntos más espinosos de la actuación: la evaluación para la aprobación (o negativa) de la solicitud de aborto. Se utilizó el referencial psicoanalítico y se argumenta que esta atención psicológica es sobre todo una forma de cuidado, comprometida con las demandas de las personas atendidas y la promoción de la salud mental, y el papel de la Psicología es esencial para reconocer el sufrimiento y los efectos del abandono socioinstitucional en la vida del público atendido.(AU)


Assuntos
Humanos , Feminino , Gravidez , Psicologia , Delitos Sexuais , Saúde , Aborto Legal , Equipe de Assistência ao Paciente , Pedofilia , Princípio do Prazer-Desprazer , Pobreza , Manutenção da Gravidez , Preconceito , Prisões , Psicanálise , Política Pública , Punição , Estupro , Reabilitação , Religião , Reprodução , Segurança , Comportamento Sexual , Educação Sexual , Classe Social , Meio Social , Identificação Social , Problemas Sociais , Ciências Sociais , Transtornos de Estresse Pós-Traumáticos , Procedimentos Cirúrgicos Obstétricos , Procedimentos Cirúrgicos Operatórios , Tabu , Violência , Sistema Único de Saúde , Grupos de Risco , Brasil , Gravidez , Aconselhamento Sexual , Infecções Sexualmente Transmissíveis , Aborto Criminoso , Características de Residência , Mortalidade Materna , Saúde Mental , Educação em Saúde , Estatísticas Vitais , Saúde da Mulher , Síndrome da Imunodeficiência Adquirida , Idade Gestacional , HIV , Colaboração Intersetorial , Guia de Prática Clínica , Coronavirus , Mulheres Maltratadas , Confidencialidade , Sexualidade , Feminismo , Vítimas de Crime , Crime , Criminologia , Ameaças , Vulnerabilidade a Desastres , Características Culturais , Autonomia Pessoal , Comportamento Perigoso , Poder Judiciário , Responsabilidade Penal , Defensoria Pública , Ministério Público , Morte , Transtornos de Estresse Traumático Agudo , Fenômenos Fisiológicos da Nutrição Pré-Natal , Parto , Populações Vulneráveis , Agressão , Sexologia , Violação de Direitos Humanos , Grupos Raciais , Mortalidade Fetal , Gravidez não Planejada , Direitos Sexuais e Reprodutivos , Literatura Erótica , Comitê de Revisão Ética da OPAS , Violência contra a Mulher , Medo , Prazer , Desenvolvimento Embrionário e Fetal , Tráfico de Pessoas , Trauma Psicológico , Sistemas de Apoio Psicossocial , Construção Social da Identidade Étnica , Construção Social do Gênero , Androcentrismo , Constrangimento , Trauma Sexual , Enfermagem em Deficiência de Desenvolvimento , Abuso Emocional , Equidade de Gênero , Homicídio , Relações Interpessoais , Anencefalia , Jurisprudência , Acontecimentos que Mudam a Vida , Homens , Grupos Etários
2.
Cad. Saúde Pública (Online) ; 38(4): ES124221, 2022. tab
Artigo em Espanhol | LILACS | ID: biblio-1374825

RESUMO

El objetivo de esta investigación fue la identificación de las barreras más recurrentes de acceso a abortos en contextos clínicos (clandestinos o legales), desde la perspectiva de acompañantes, activistas feministas que acompañan a mujeres que optaron por abortos autogestionados con medicamentos. Realizamos 14 entrevistas semiestructuradas con acompañantes en tres regiones mexicanas: Baja California y Chiapas, ambos contextos restrictivos, y la Ciudad de México, donde el aborto por voluntad es legal hasta las 12 semanas. Identificamos cuatro categorías en las cuales se entretejen las vulnerabilidades sociales de las mujeres que deciden abortar, la falta de información, persistencia de estigma, y la influencia del marco legal, los fallos en la atención del aborto, incluso en las clínicas de interrupción legal de embarazo (en la Ciudad de México), y mala calidad de los servicios prestados -maltrato, objeción de conciencia y denuncia de los proveedores de salud-, y, por último, los grupos anti-derechos y sus estrategias. En las tres regiones, el acceso a abortos clínicos sigue siendo un privilegio reservado para las mujeres que cuentan con los recursos económicos, logísticos y sociales indispensables para realizarlo en esos espacios. La existencia de un programa Interrupción Legal de Embarazo en solamente una entidad denota la existencia de una desigualdad jurídica y sanitaria. Los hallazgos de este estudio sobre mujeres acompañantes de abortos aportan elementos para que el Estado mexicano mejore el acceso a abortos seguros para todas las mujeres, sobre todo ahora que la Suprema Corte de la Justicia de la Nación decretó la despenalización, y la legalización inminente en todo el país.


The study aimed to identify the most frequent barriers in access to abortions in both clandestine and legal clinical contexts, from the perspective of accompanying persons, namely feminist activists who accompanied women that opted for voluntary abortions with medication. We performed 14 semi-structured interviews with accompanying persons in three regions of Mexico: Baja California and Chiapas, both of which are restrictive contexts, and Mexico City, where elective abortion is legal up to 12 weeks' gestational age. We identified four categories in which the social vulnerabilities of women who elect to undergo abortion intersect, namely lack of information, persistence of stigma, influence of the legal framework, and flaws in abortion care, including in clinics for legal termination of pregnancy (in Mexico City), and poor quality of the services provided, with verbal abuse, conscientious objection, and healthcare provider complaints, and finally the antichoice groups and their strategies. In the three regions, access to abortion clinics is still a privilege reserved for women with the necessary economic, logistic, and socials resources for the procedure in these settings. The existence of a program for legal termination of pregnancy (Interrupción Legal de Embarazo) in only one entity reveals the existence of a legal and health inequality. The study's findings on accompanying persons for women undergoing abortions provide backing for the Mexican government to improve access to safe abortions for all women, especially now that the country's Supreme Court has decreed the procedure's decriminalization and its imminent nationwide legalization.


O objetivo dessa pesquisa era identificar as barreiras mais recorrentes no acesso a abortos em contextos medicalizados (clandestinos ou legais), desde o ponto de vista de acompanhantes, ativistas feministas que acompanham mulheres que optaram por abortos autogeridos com medicamentos. Realizamos 14 entrevistas semiestruturadas com acompanhantes em três regiões mexicanas; Baja California e Chiapas, ambas com legislações restritivas, e Cidade de México, onde o aborto voluntário é legal até 12 semanas de gestação. Identificamos quatro categorias nas quais se mesclam as vulnerabilidades sociais das mulheres que decidem abortar, a falta de informação, a persistência de estigma, e a influência do marco legal, as falhas no atendimento para o aborto, inclusive nas clínicas de interrupção legal de gravidez (na Cidade de México), e a baixa qualidade dos serviços prestados - maus tratos, objeção de consciência e denúncia contra os profissionais de saúde -, e, por último, os grupos antiaborto e suas estratégias. Nas três regiões, o acesso a abortos medicalizados continua sendo um privilégio reservado as mulheres que dispõem dos recursos económicos, logísticos e sociais imprescindíveis para realizá-lo naqueles espaços. A presença de um programa de interrupção legal de gravidez (Interrupción Legal de Embarazo) em apenas uma entidade denota a existência de uma desigualdade jurídica e sanitária. Os resultados desse estudo sobre mulheres acompanhantes de abortos trazem elementos para que o Estado mexicano melhore o acesso a abortos seguros para todas as mulheres, sobre tudo agora que a Suprema Corte de Justiça do México decretou a descriminalização e que a legalização é iminente no país como um todo.


Assuntos
Humanos , Feminino , Gravidez , Aborto Induzido , Aborto Legal , Brasil , Disparidades nos Níveis de Saúde , México
3.
Ribeirão Preto; s.n; 2019. 226 p.
Tese em Português | LILACS, BDENF - Enfermagem | ID: biblio-1381994

RESUMO

Introdução: inúmeras questões morais e religiosas obstaculizam o acesso das mulheres aos serviços de saúde para solicitar aborto de gravidez decorrente de estupro, apesar de, nesses casos, o procedimento ter respaldo legal. Objetivo: Compreender as necessidades em saúde que emergem durante a rota crítica percorrida por mulheres vítimas de violência sexual para realização do aborto legal. Método: estudo exploratório, descritivo, de abordagem qualitativa, desenvolvido no Hospital Pérola Byington, localizado em São Paulo. Os dados foram coletados por meio de entrevista em profundidade, mediante roteiro semiestruturado, com dez mulheres com idade superior a 18 anos, provenientes de municípios localizados fora da Região Metropolitana de São Paulo ou de outros estados brasileiros que recorreram ao referido hospital para solicitar aborto legal. As narrativas foram gravadas, transcritas e organizadas, conforme estabelecido por Pierre Bourdieu; em seguida, foram submetidas à análise de conteúdo, com apoio do Software Web Qualitative Data Analysis (WebQDA). O estudo recebeu aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo e do Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Pérola Byington. Os resultados foram analisados segundo as categorias analíticas Violência de gênero, Necessidades em saúde e Organização dos serviços para enfrentamento da violência contra a mulher e acesso ao aborto legal. Resultados: a violência sexual apresentou-se como principal elemento motivador na busca pelo aborto legal, sendo os serviços de saúde, majoritariamente, procurados para solicitar o procedimento. A postura dos profissionais de saúde perante o pedido das mulheres baseou-se, em geral, no modelo biomédico hegemônico, desconsiderando a subjetividade inerente ao processo da rota crítica. As respostas ofertadas tiveram forte conotação religiosa e moral, expressas em atitudes de descaso que obrigavam as mulheres a peregrinar na busca por efetivação de direitos, revelando fragmentação da rede de atendimento às vítimas de violência e processos de trabalho descompassados. O Hospital Pérola Byington despontou como um espaço de acolhida e respeito, embora, em situações pontuais, constatou-se revitimização das mulheres. As necessidades em saúde suscitadas nas rotas críticas remeteram às necessidades propriamente humanas e estiveram relacionadas, principalmente, à dimensão individual, apesar de haver alguma compreensão por parte das pesquisadas acerca da influência da dimensão estrutural da sociedade nos obstáculos vivenciados nesse processo. Conclusão: entende-se como necessário uma reestruturação dos serviços para atuarem de modo intersetorial, em uma perspectiva de rede, visando minimizar a peregrinação das mulheres na busca por efetivação de direitos. Ainda, é fundamental a capacitação dos profissionais de saúde no intuito de sensibilizá-los para questões relacionadas às desigualdades de gênero que submetem as mulheres a diferentes formas de opressão na sociedade.


Introduction: several moral and religious issues hamper womens access to health services to request abortion of pregnancy resulting from rape, although, in these cases, the procedure is legally supported. Objective: it is intended to understand the health needs that emerge during the critical path taken by women victims of sexual violence to achieve legal abortion. Method: this is an exploratory and descriptive study, with a qualitative approach, which was developed at the Pérola Byington Hospital, located in São Paulo. Data were collected through in-depth interviews, using a semi-structured script, with ten women older than 18 years of age, coming from cities situated outside the São Paulo Metropolitan Region or other Brazilian states, who searched for the aforementioned hospital to request legal abortion. The narratives were recorded, transcribed and organized as established by Pierre Bourdieu; subsequently, they were submitted to content analysis, with the support of the Web Qualitative Data Analysis Software (WebQDA). The study was approved by the Research Ethics Committee of the School of Nursing of the University of São Paulo and by the Research Ethics Committee of the Pérola Byington Hospital. The results were analyzed according to the analytical categories Gender violence, Health needs and Organization of services to cope with violence against women and provide access to legal abortion. Results: sexual violence was the main motivating element in the search for legal abortion, and health services were mostly sought to request this procedure. The posture of health professionals before the request of women was generally based on the hegemonic biomedical model, disregarding the subjectivity inherent in the critical path process. The answers offered had a strong religious and moral connotation, expressed in neglectful attitudes that forced women to pilgrimage in the search for the achievement of rights, thereby revealing the fragmentation of the care network for victims of violence as well as unbalanced work processes. The Pérola Byington Hospital appeared as a space of welcome and respect, although, in specific situations, we noted the re-victimization of women. The health needs raised in the critical paths referred to the human needs and were mainly related to the individual dimension, despite some misunderstanding of the surveyed women about the influence of the structural dimension of society on the barriers faced in this process. Conclusion: we understand that there is a need to perform a restructuring of services so that they can act in an intersectoral way, based on a network perspective, aiming to minimize the pilgrimage of women in the search for the achievement of rights. In addition, the training of health professionals is essential to sensitize them about issues related to gender inequalities that subject women to different forms of oppression in society.


Assuntos
Humanos , Feminino , Delitos Sexuais , Violência contra a Mulher , Aborto , Acessibilidade aos Serviços de Saúde
4.
São Paulo; s.n; 2019. 226 p
Tese em Português | LILACS, BDENF - Enfermagem | ID: biblio-1397981

RESUMO

Introdução: inúmeras questões morais e religiosas obstaculizam o acesso das mulheres aos serviços de saúde para solicitar aborto de gravidez decorrente de estupro, apesar de, nesses casos, o procedimento ter respaldo legal. Objetivo: Compreender as necessidades em saúde que emergem durante a rota crítica percorrida por mulheres vítimas de violência sexual para realização do aborto legal. Método: estudo exploratório, descritivo, de abordagem qualitativa, desenvolvido no Hospital Pérola Byington, localizado em São Paulo. Os dados foram coletados por meio de entrevista em profundidade, mediante roteiro semiestruturado, com dez mulheres com idade superior a 18 anos, provenientes de municípios localizados fora da Região Metropolitana de São Paulo ou de outros estados brasileiros que recorreram ao referido hospital para solicitar aborto legal. As narrativas foram gravadas, transcritas e organizadas, conforme estabelecido por Pierre Bourdieu; em seguida, foram submetidas à análise de conteúdo, com apoio do Software Web Qualitative Data Analysis (WebQDA). O estudo recebeu aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo e do Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Pérola Byington. Os resultados foram analisados segundo as categorias analíticas Violência de gênero, Necessidades em saúde e Organização dos serviços para enfrentamento da violência contra a mulher e acesso ao aborto legal. Resultados: a violência sexual apresentou-se como principal elemento motivador na busca pelo aborto legal, sendo os serviços de saúde, majoritariamente, procurados para solicitar o procedimento. A postura dos profissionais de saúde perante o pedido das mulheres baseou-se, em geral, no modelo biomédico hegemônico, desconsiderando a subjetividade inerente ao processo da rota crítica. As respostas ofertadas tiveram forte conotação religiosa e moral, expressas em atitudes de descaso que obrigavam as mulheres a peregrinar na busca por efetivação de direitos, revelando fragmentação da rede de atendimento às vítimas de violência e processos de trabalho descompassados. O Hospital Pérola Byington despontou como um espaço de acolhida e respeito, embora, em situações pontuais, constatou-se revitimização das mulheres. As necessidades em saúde suscitadas nas rotas críticas remeteram às necessidades propriamente humanas e estiveram relacionadas, principalmente, à dimensão individual, apesar de haver alguma compreensão por parte das pesquisadas acerca da influência da dimensão estrutural da sociedade nos obstáculos vivenciados nesse processo. Conclusão: entende-se como necessário uma reestruturação dos serviços para atuarem de modo intersetorial, em uma perspectiva de rede, visando minimizar a peregrinação das mulheres na busca por efetivação de direitos. Ainda, é fundamental a capacitação dos profissionais de saúde no intuito de sensibilizá-los para questões relacionadas às desigualdades de gênero que submetem as mulheres a diferentes.


Introduction: several moral and religious issues hamper womens access to health services to request abortion of pregnancy resulting from rape, although, in these cases, the procedure is legally supported. Objective: it is intended to understand the health needs that emerge during the critical path taken by women victims of sexual violence to achieve legal abortion. Method: this is an exploratory and descriptive study, with a qualitative approach, which was developed at the Pérola Byington Hospital, located in São Paulo. Data were collected through in-depth interviews, using a semi-structured script, with ten women older than 18 years of age, coming from cities situated outside the São Paulo Metropolitan Region or other Brazilian states, who searched for the aforementioned hospital to request legal abortion. The narratives were recorded, transcribed and organized as established by Pierre Bourdieu; subsequently, they were submitted to content analysis, with the support of the Web Qualitative Data Analysis Software (WebQDA). The study was approved by the Research Ethics Committee of the School of Nursing of the University of São Paulo and by the Research Ethics Committee of the Pérola Byington Hospital. The results were analyzed according to the analytical categories Gender violence, Health needs and Organization of services to cope with violence against women and provide access to legal abortion. Results: sexual violence was the main motivating element in the search for legal abortion, and health services were mostly sought to request this procedure. The posture of health professionals before the request of women was generally based on the hegemonic biomedical model, disregarding the subjectivity inherent in the critical path process. The answers offered had a strong religious and moral connotation, expressed in neglectful attitudes that forced women to pilgrimage in the search for the achievement of rights, thereby revealing the fragmentation of the care network for victims of violence as well as unbalanced work processes. The Pérola Byington Hospital appeared as a space of welcome and respect, although, in specific situations, we noted the re-victimization of women. The health needs raised in the critical paths referred to the human needs and were mainly related to the individual dimension, despite some misunderstanding of the surveyed women about the influence of the structural dimension of society on the barriers faced in this process. Conclusion: we understand that there is a need to perform a restructuring of services so that they can act in an intersectoral way, based on a network perspective, aiming to minimize the pilgrimage of women in the search for the achievement of rights. In addition, the training of health professionals is essential to sensitize them about issues related to gender inequalities that subject women to different forms of oppression in society.


Assuntos
Enfermagem , Aborto , Estupro , Delitos Sexuais , Atenção à Saúde , Violência contra a Mulher
5.
Salud colect ; 14(3): 425-432, jul.-sep. 2018.
Artigo em Espanhol | LILACS | ID: biblio-979105

RESUMO

RESUMEN La enorme movilización por el derecho al aborto legal, que se produjo en 2018 en Argentina, es la coronación de una lucha de muchos años que tuvo sus hitos, como todo movimiento emancipatorio y también sus marchas y contramarchas, pero nunca fue abandonada. En este artículo recorremos algunas de las acciones que jalonaron esa historia, que comienza con las pioneras de los años setenta, para continuar con las luchas después de la recuperación de la democracia, con la Comisión por el Derecho al Aborto; luego con las experiencias de Mujeres Autoconvocadas por el Derecho a Decidir, y la Asamblea por el Derecho al Aborto, hasta llegar a la actual Campaña por el Derecho al Aborto Legal, Seguro y Gratuito, que logró en 2018, que el proyecto de ley que despenaliza y legaliza el aborto llegara al Congreso de la Nación.


ABSTRACT The huge mobilization seen in 2018 around the right to legal abortion in Argentina is the crowning point of a struggle that has been going on for many years, and that like any emancipatory movement has had different milestones as well as victories and setbacks, but that has never been abandoned. This article considers some of the actions that have marked that history, beginning with the pioneering women of the seventies, and continuing with the Commission for the Right to Abortion [Comisión por el Derecho al Aborto] after the restoration of democracy in the 1980s, followed by the experiences of Women Coming Together for the Right to Choose [Mujeres Autoconvocacadas por el Derecho a Decidir], the Assembly for the Right to Abortion [Asamblea por el Derecho al Aborto], and the present Campaign for the Right to Legal, Safe and Free Abortion [Campaña por el Derecho al Aborto Legal, Seguro y Gratuito], which succeeded in getting the bill that decriminalizes and legalizes abortion treated in the National Congress.


Assuntos
Humanos , Feminino , Gravidez , História do Século XX , História do Século XXI , Direitos da Mulher/história , Aborto Induzido/história , Feminismo/história , Ativismo Político , Argentina , Direitos da Mulher/legislação & jurisprudência , Aborto Induzido/legislação & jurisprudência , Política de Saúde/história , Política de Saúde/legislação & jurisprudência
6.
Rev. chil. obstet. ginecol. (En línea) ; 83(3): 240-249, jun. 2018. tab, graf
Artigo em Espanhol | LILACS | ID: biblio-959511

RESUMO

RESUMEN Antecedentes: La muerte materna por aborto inseguro es un severo problema de salud pública, países con leyes de aborto liberales tendrían menor riesgo de aborto inseguro y de mortalidad por aborto. Cuba tiene una legislación que no penaliza el aborto inducido, mientras en Chile es ilegal en todos los casos hasta su reciente despenalización en 3 causales. Objetivo: Se postula que Cuba tendría una menor mortalidad materna por aborto que Chile, por lo que se propone comparar la evolución de la razón de mortalidad materna por aborto entre ambos países, en el período 2000-2015. Material y Método: Los datos crudos de muertes asociadas al aborto y nacidos vivos se obtienen de las bases de datos de estadísticas vitales de ambos países. La oportunidad relativa de muerte se estima según Odds Ratio (OR) con intervalo de confianza del 95% (IC 95%) de las razones de mortalidad materna. Resultados: La razón de muerte materna asociada al aborto fue mayor en Cuba que en Chile (OR: 1,91; IC 95%: 1,331 a 2,739; p=0,0004). Se observa una tendencia al descenso en Cuba y mientras no se observan cambios en Chile. Conclusiones: Contrario a lo postulado basado en las diferentes legislaciones de ambos países, en el período 2000-2015, Cuba presentó mayor razón de mortalidad materna asociada al aborto que Chile. Se comentan posibles condicionantes de la diferencia encontrada.


ABSTRACT Background: Maternal death due to unsafe abortion is a severe public health problem; countries with liberal abortion laws would have a lower risk of unsafe abortion and abortion mortality. Cuba has a legislation that does not penalize induced abortion, while in Chile it is illegal in all cases until its recent decriminalization in 3 grounds. Objective: It is postulated that Cuba would have a lower maternal mortality due to abortion than Chile, for which purpose it is proposed to compare the evolution of the maternal mortality by abortion between both countries, in the period 2000-2015. Material and Method: Raw data on deaths associated with abortion and live births are obtained from the vital statistics databases of both countries. The relative chance of death is estimated according to the Odds Ratio (OR) with a 95% confidence interval (95% CI) of the maternal mortality. Results: The maternal death rate associated with abortion was higher in Cuba than in Chile (OR: 1.91, 95% CI: 1.331 to 2.739; p = 0.0004). A downward trend is observed in Cuba and without changes in Chile. Conclusions: Contrary to the postulate based on the different legislations of both countries, in the period 20002015, Cuba had a higher maternal mortality associated with abortion than Chile. Possible conditioning factors of the difference found are discussed.


Assuntos
Humanos , Feminino , Gravidez , Mortalidade Materna , Aborto Induzido/mortalidade , Aborto Induzido/estatística & dados numéricos , Chile , Saúde Pública , Aborto Induzido/legislação & jurisprudência , Cuba
7.
Cad. saúde pública ; 31(2): 345-353, 02/2015. tab
Artigo em Português | LILACS | ID: lil-742182

RESUMO

No Brasil, a realização de interrupção legal de gestação consequente à violência sexual é permitida por lei. O objetivo deste estudo foi relatar vivências de mulheres após a violência sexual, no diagnóstico de gravidez, na busca pelo serviço de interrupção legal da gestação e durante a internação em um hospital universitário. Foi realizada pesquisa qualitativa com entrevistas semiestruturadas em dez mulheres de 18-38 anos e escolaridade ≥ 8 anos, após 1-5 anos da interrupção legal da gestação. As mulheres desconheciam o direito à interrupção legal da gestação, sentiram a violência sexual como experiência vergonhosa, mantiveram segredo e não procuraram qualquer atendimento imediato. O diagnóstico de gravidez provocou sentimentos de angústia e desejo de abortar. Para as mulheres que procuraram o setor de saúde suplementar as orientações foram precárias ou não aconteceram. O atendimento dos profissionais mostrou-se relevante para assimilação da experiência do aborto. É necessário divulgar o direito à interrupção legal da gestação e a existência de serviços que a realizam, e capacitar profissionais de saúde e segurança pública para atender esses casos.


In Brazil, abortion is permitted by law in cases of rape-related pregnancy. This study reports on various aspects in the experience of women that have been sexually assaulted: diagnosis of the pregnancy, seeking legal abortion, and hospitalization in a university hospital. This was a qualitative study that interviewed ten women 18 to 38 years of age, with at least eight years of schooling, one to five years after legal abortion. The women had been previously unaware of their right to a legal abortion, were ashamed about the sexual assault, kept it secret, and had not sought immediate care. The diagnosis of pregnancy provoked anxiety and the wish to undergo an abortion. Women treated through private health plans received either insufficient orientation or none at all. Respectful treatment by the healthcare staff proved relevant for the women to cope with the abortion. The study highlights the need to publicize the right to abortion in cases of rape-related pregnancy and the healthcare services that perform legal abortion, in addition to training healthcare and law enforcement teams to handle such cases.


En Brasil, la interrupción legal del embarazo, como consecuencia de actos de violencia sexual, está permitido por la ley. El objetivo de este trabajo es presentar la experiencia de mujeres tras actos de violencia sexual, el diagnóstico de su embarazo, su búsqueda del servicio de interrupción legal del embarazo y su internamiento en un hospital universitario. La investigación cualitativa se llevó a cabo mediante entrevistas semiestructuradas con 10 mujeres de 18-38 años, más de 8 años de escolaridad, tras 1-5 años de la interrupción legal del embarazo. Las mujeres no eran conscientes de su derecho a la interrupción legal del embarazo, sintieron la experiencia de sus violaciones como algo vergonzoso, las mantuvieron en secreto y no buscaron ninguna atención inmediata. El diagnóstico de embarazo les causó sentimientos de angustia y deseo de abortar. Para las mujeres que buscaron atención adicional de salud la información recibida era pobre o no se produjo. La asistencia de profesionales resultó relevante para asimilar la experiencia del aborto. Es necesario promover el derecho a la interrupción legal del embarazo y la existencia de servicios que lo realicen.


Assuntos
Adolescente , Adulto , Feminino , Humanos , Gravidez , Adulto Jovem , Atitude do Pessoal de Saúde , Aborto Legal/legislação & jurisprudência , Estupro , Aborto Legal/psicologia , Brasil , Acessibilidade aos Serviços de Saúde , Educação de Pacientes como Assunto , Pesquisa Qualitativa , Fatores Socioeconômicos
SELEÇÃO DE REFERÊNCIAS
DETALHE DA PESQUISA