RESUMO
Objetivo: caracterizar o perfil demográfico e clínico de crianças e adolescentes com tetralogia de Fallot e suas complicações clínicas. Materiais e método: estudo exploratório, de caráter descritivo, quantitativo, de corte transversal, com base na iniciativa Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (Strobe), a partir da análise dos prontuários eletrônicos de crianças e adolescentes acompanhadas em um ambulatório de referência em cardiologia e cirurgia cardiovascular pediátrica no Nordeste do Brasil. Os dados foram coletados de 2017 a 2019. Foram avaliadas variáveis demográficas, clínicas e complicações ocorridas, e calculadas a mediana, intervalo interquartil, frequências absolutas e relativas. Resultados: das 670 crianças e adolescentes atendidos com cardiopatia congênita, 104 (15,5%) apresentam diagnóstico de tetralogia de Fallot; a maioria era do sexo masculino (59,6%) e com idade entre 10 e 19 anos (49%). Foram evidenciadas complicações como acidente vascular cerebral isquêmico (6,7%), endocardite (2,9%) e insuficiência cardíaca (1,9%). Conclusões: faz-se necessário que os serviços e os profissionais de saúde, em especial o enfermeiro, estejam preparados para identificar os sinais e sintomas da tetralogia de Fallot e reconheçam as possíveis complicações relacionadas a essa cardiopatia congênita a fim de promover um cuidado de saúde com qualidade.
Objetivo: caracterizar el perfil demográfico y clínico de niños y adolescentes con tetralogía de Fallot y sus complicaciones clínicas. Materiales y método: estudio exploratorio, descriptivo, cuantitativo, transversal, basado en la iniciativa Fortalecimiento del Reporte de Estudios Observacionales en Epidemiología (STROBE), que incorpora el análisis de las historias clínicas electrónicas de niños y adolescentes en seguimiento por consulta externa en cardiología y cirugía cardiovascular pediátrica en el nordeste de Brasil. Se recolectaron datos de 2017 a 2019, analizando variables demográficas, clínicas y complicaciones. Además, se realizó el cálculo de la mediana, el rango intercuartílico y las frecuencias absolutas y relativas. Resultados: de los 670 niños y adolescentes tratados con cardiopatía congénita, 104 (15,5%) fueron diagnosticados con tetralogía de Fallot, la mayoría eran de sexo masculino (59,6%) entre 10 y 19 años (49%). Se evidenciaron complicaciones como ictus isquémico (6,7%), endocarditis (2,9%) e insuficiencia cardíaca (1,9%). Conclusiones: es necesario que los servicios y los profesionales de la salud, especialmente en enfermería, estén preparados para identificar los signos y síntomas de la tetralogía de Fallot y así reconocer posibles complicaciones relacionadas con esta cardiopatía congénita, con el fin de promover una atención de la salud con calidad.
Objective: To characterize the demographic and clinical profile of children and adolescents with tetralogy of Fallot and their clinical complications. Materials and method: Exploratory, descriptive, quantitative, cross-sectional study, based on the Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE) initiative. This study involved the analysis of electronic medical records of children and adolescents under follow-up at a reference outpatient clinic in cardiology and pediatric cardiovascular surgery in northeastern Brazil. Data were collected from 2017 to 2019. Demographic and clinical variables and complications were evaluated, and the median, interquartile range, absolute and relative frequencies were calculated. Results: Out of 670 children and adolescents treated with congenital heart disease, 104 (15.5%) were diagnosed with tetralogy of Fallot. Most of these were male (59.6%) aged between 10 and 19 (49%). Among the complications identified we can mention ischemic stroke (6.7%), endocarditis (2.9%), and heart failure (1.9%). Conclusions: It is necessary that health services and professionals, especially nurses, are prepared to identify the signs and symptoms of tetralogy of Fallot and recognize the possible complications related to this congenital heart disease in order to promote quality health care.
Assuntos
Humanos , Recém-Nascido , Lactente , Pré-Escolar , Criança , Adolescente , Tetralogia de Fallot , Criança , Doença Crônica , Adolescente , EnfermagemRESUMO
O Contegra, um enxerto de veia jugular bovina, tem sido amplamente utilizado como biomaterial de preferência no tratamento cirúrgico das cardiopatias congênitas, especialmente como um conduto para a reconstrução da via de saída ventricular direita. Este artigo tem como objetivo fazer uma revisão abrangente sobre os desfechos clínicos do Contegra. Foram recuperados, coletados e analisados, relatos de Contegra publicados desde 2002. Havia 1.718 Contegra, aplicados em 1.705 pacientes. Os tamanhos dos condutos foram de 8-22 mm. As idades dos pacientes foram de recém-nascidos até 74,5 anos, com prevalência de pacientes pediátricos. O diagnóstico primário foi cardiopatia congênita em todos os casos, sendo os três diagnósticos principais: tetralogia de Fallot, tronco arterioso e atresia pulmonar, que representaram 25,6%, 16,7% e 13,1%, respectivamente. O Contegra foi utilizado como enxerto tubular na posição pulmonar em 1635 (95,9%) pacientes, como remendo monocúspide em 12 (0,7%), como enxerto na posição da valva pulmonar ou monocúspide em 40 (2,3%), e, como conduto artéria pulmonar-veia cava inferior na operação de Fontan, em 18 (1,1%) pacientes, respectivamente. O reimplante de conduto foi realizado em 141 (8,3%) pacientes, 33,8 ± 37 (8,6-106,8) meses após a inserção do conduto inicial. A plástica do conduto foi necessária em seis (0,4%) e a reintervenção em 83 (4,9%) dos pacientes. As indicações do reimplante do conduto incluíram estenose importante da anastomose distal, pseudoaneurisma da anastomose proximal e regurgitação importante do conduto. Quanto ao bom desempenho, disponibilidade e longevidade, o Contegra é um biomaterial adequado para a reconstrução da via de saída ventricular direita e como remendo para reparo de comunicação interventricular, mas não é apto para a operação de Fontan.
Contegra, a bovine jugular vein graft, has been widely used as a preferable biomaterial in the surgical treatment of congenital heart defects, especially as a conduit for the right ventricular outflow tract reconstruction. This article aims to make a comprehensive review on the clinical outcomes of Contegra. Reports of Contegra published since 2002 were comprehensively retrieved, collected and analyzed. There were 1718 Contegra, applied in 1705 patients. The sizes of the conduits were 8-22 mm. The patients aged from newborn to 74.5 years, prevailed by pediatrics. The primary diagnosis was congenital heart defects in all cases, with Tetralogy of Fallot, truncus arteriosus and pulmonary atresia being the first three diagnoses, representing 25.6%, 16.7%, and 13.1%, respectively. Contegra was used as a tube graft in the pulmonary position in 1635 (95.9%) patients, as a monocuspid patch in 12 (0.7%), as a graft in the position of the pulmonary valve or a monocusps in 40 (2.3%), and as an inferior vena cava-pulmonary artery conduit in the Fontan procedure in 18 (1.1%) patients, respectively. Conduit reimplantation was performed in 141 (8.3%) patients 33.8 ± 37 (8.6-106.8) months after the initial conduit insertion. Conduit plasty was necessary in 6 (0.4%), and reintervention in 83 (4.9%) patients. Indications for conduit reimplantation included severe stenosis of the distal anastomosis, pseudoaneurysm of the proximal anastomosis and severe conduit regurgitation. As for the good performance, availability and longevity, Contegra is a biomaterial suitable for the right ventricular outflow tract reconstruction and for patch repair for ventricular septal defect, but not apt for Fontan procedure.
Assuntos
Adolescente , Adulto , Idoso , Criança , Pré-Escolar , Feminino , Humanos , Lactente , Recém-Nascido , Masculino , Pessoa de Meia-Idade , Adulto Jovem , Bioprótese , Materiais Biocompatíveis/uso terapêutico , Próteses Valvulares Cardíacas , Cardiopatias Congênitas/cirurgia , Fatores Etários , Materiais Biocompatíveis/efeitos adversos , Bioprótese/efeitos adversos , Bioprótese , Implante de Prótese de Valva Cardíaca/estatística & dados numéricos , Próteses Valvulares Cardíacas/efeitos adversos , Próteses Valvulares Cardíacas , Veias Jugulares/transplante , Fatores de Risco , Fatores de Tempo , Resultado do TratamentoRESUMO
FUNDAMENTO: Experiências de serviços em adultos com cardiopatias congênitas não têm sido relatadas no nosso meio. OBJETIVO: Descrever o perfil clínico básico de adultos com cardiopatias congênitas atendidos ambulatorialmente em centro terciário. MÉTODOS: Anotaram-se dados referentes a idade, sexo, procedência, diagnóstico principal e diagnósticos secundários de 413 pacientes atendidos durante sete anos. RESULTADOS: G1 (não tratados): 195 pacientes, 51 por cento mulheres, 57 por cento entre 14 e 30 anos, 80 por cento residentes na região. As cardiopatias mais frequentes foram comunicação interventricular (CIV) (31 por cento), comunicação interatrial (CIA) (29 por cento) e estenose pulmonar (7 por cento). Os diagnósticos secundários predominantes foram hipertensão arterial (9 por cento) e arritmias (5 por cento). G2 (tratados): 218 pacientes, 56 por cento mulheres, 57 por cento entre 14 e 30 anos, 81 por cento residentes na região. As cardiopatias mais frequentemente tratadas foram CIA (36 por cento), tetralogia de Fallot (14 por cento), coarctação da aorta (12 por cento) e CIV (11 por cento). Sessenta e nove (32 por cento) pacientes foram operados na idade adulta. Dezesseis (7 por cento) foram submetidos a um cateterismo intervencionista. Os diagnósticos secundários predominantes foram hipertensão arterial (18 por cento) e arritmias (8 por cento). CONCLUSÃO: Na casuística, predominaram pacientes tratados invasivamente, residentes na região e a maioria com idade abaixo de 40 anos. Defeitos como CIA, CIV e estenose pulmonar predominaram no grupo não tratado, ao passo que, nos tratados, a maioria tinha sido submetida à correção de CIA, tetralogia de Fallot, coarctação da aorta e CIV. Hipertensão arterial e arritmias foram relevantes em ambos os grupos, sendo também registrada grande diversidade de outras comorbidades.
BACKGROUND: Service experiences for adults with congenital heart disease have not been reported in our country. OBJECTIVE: To describe the basic clinical profile of adults with congenital heart disease in an outpatient tertiary care center. METHODS: We compiled data on age, gender, place of residence, primary diagnosis, and secondary diagnoses of 413 patients treated for seven years. RESULTS: G1 (untreated): 195 patients, 51 percent women, 57 percent between 14 and 30 years, 80 percent living in the region. The most frequent heart diseases were ventricular septal defect (VSD) (31 percent), atrial septal defect (ASD) (29 percent), and pulmonary stenosis (7 percent). The predominant secondary diagnoses were hypertension (9 percent) and arrhythmias (5 percent). G2 (treated): 218 patients, 56 percent women, 57 percent between 14 and 30 years, 81 percent living in the region. The most frequently treated heart diseases were: ASD (36 percent), tetralogy of Fallot (14 percent), coarctation of the aorta (12 percent), and VSD (11 percent). Sixty-nine (32 percent) patients were operated on for congenital heart diseases in adulthood. Sixteen (7 percent) underwent an interventional catheterization. The predominant secondary diagnoses were hypertension (18 percent) and arrhythmias (8 percent). CONCLUSION: In the study, most patients were treated invasively, all of them were residents in the region, and most of them were under 40 years of age. Defects such as ASD, VSD, and pulmonary stenosis predominated in the untreated group, whereas in the treated group, most patients had undergone surgical correction of ASD, tetralogy of Fallot, aortic coarctation, and VSD. Hypertension and arrhythmias were relevant in both groups, and a large variety of other comorbidities were also observed.