RESUMO
La encefalopatía es un cuadro clínico característico de múltiples procesos neurológicos y sistémicos que no hay que confundir con la encefalitis, que es una inflamación cerebral, normalmente causadas por infecciones virales. Se presenta el caso de una mujer de 58 años con enfermedad renal crónica en diálisis peritoneal, que ingresa por sepsis de origen peritoneal con clínica de encefalopatía y crisis epilépticas parciales. La paciente presenta lesiones de herpes zóster en zona lumbar y se practica punción lumbar, con resultado del líquido cefalorraquídeo positivo para virus varicela-zóster, por lo que completa tratamiento con aciclovir. En la resonancia magnética no presenta ninguna alteración, y una segunda punción lumbar tras mejoría de las lesiones cutáneas es negativa. El curso de la paciente es fluctuante durante el ingreso, con mejoría significativa tras antibióticos, hemodiálisis y tratamiento antiepiléptico, y no respondiendo al aciclovir. La etiología sospechada es la debida al contexto infeccioso y metabólico de la paciente. Probablemente el resultado del líquido fue contaminado por la proximidad de las lesiones herpéticas, ya que además no es frecuente encontrar encefalitis infecciosas agudas sin alteraciones en las pruebas de imagen. La mejoría final fue debida tanto a la medicación antiepiléptica como al inicio de hemodiálisis
Encefalopathy is a clinical syndrome ocurring in multiple neurologic and systemic diseases which must not be mistaken with encephalitis, that is a cerebral inflammatory process, often caused by viral infections. We present the case of a 58-year-old woman with chronic renal failure receiving peritoneal dyalisis, who was admitted into hospital for sepsis secondary to infectious peritonitis, with encefalopathy and epileptic partial seizures. The patient presented lumbar herpetic cutaneous lesions and a lumbar punction is practiced, with a positive result in the cerebrospinal fluid for varicella-zoster virus. Treatment with aciclovir was completed. Her cerebral magnetic resonance was absolutely normal, and a second lumbar puncture when herpetic lesions got better was negative. The course is fluctuating during the stay, and a significant clinical improvement occurs after antibiotics, hemodyalisis and antiepileptic treatment. The patient did not respond to aciclovir. The suspected ethiology is the infectious and metabolic context. Positivity for the virus is thought to be a contamination from the nearby herpetic lesions. Also, it is rare for an infectious acute encephalitis to present with normal radiologic imaging. The final clinical improvement was probably due to hemodyalisis initiation and the antiepileptic treatment.
Assuntos
Humanos , Feminino , Pessoa de Meia-Idade , Encefalopatias Metabólicas/diagnóstico , Ácido Valproico/uso terapêutico , Diálise Renal , Encefalite por Varicela Zoster/diagnóstico , Encefalite/diagnóstico , Insuficiência Renal Crônica/terapia , Antibacterianos/uso terapêutico , Anticonvulsivantes/uso terapêuticoRESUMO
CONTEXTO: A epilepsia é uma doença cerebral crônica caracterizada pela recorrência de crises epilépticas não provocadas. Conforme Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) vigente do Ministério da Saúde (MS), o tratamento disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) inclui os agentes antiepilépticos fenobarbital, fenitoína, primidona, topiramato, lamotrigina, carbamazepina e valproato de sódio. As epilepsias idiopáticas generalizadas são classificadas como síndromes epilépticas. A EMJ é a mais comum dentre as síndromes da adolescência e uma das mais frequentemente diagnosticadas. A maioria dos pacientes com EMJ apresentam bom controle do quadro clínico com a utilização do valproato de sódio em monoterapia, mas na falha ou impossibilidade de seu uso, fármacos como a lamotrigina e o levetiracetam podem ser utilizados. TECNOLOGIA: levetiracetam (Keppra®). INDICAÇÃO: Terapia adjuvante, ou seja em associação com o valproato de sódio, em pacientes com epilepsia mioclônica juvenil (EMJ) resistentes à monoterapia. PERGUNTA: O uso do levetiracetam em regime de terapia adjuvante, é eficaz, seguro e custoefetivo em relação à continuação da monoterapia em pacientes com epilepsia mioclônica juvenil, resistentes a outros agentess antiepilépticos na perspectiva do SUS? EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS: A evidência da utilização do levetiracetam associado à tratamento prévio com um agente antiepiléptico para o tratamento da EMJ é baseada em um ensaio clínico duplo-cego que apresentou redução significante de 50% no número de dias por semana com crises convulsivas s (OR = 4,77; IC 95% 2,12 10,77; p<0,0001 e um maior número de pacientes, que receberam levetiracetam, apresentaram ausência total de crises durante o tratamento (16,7% dos pacientes, p = 0,03, vs 3,3 % do grupo que recebeu placebo). AVALIAÇÃO ECONÔMICA: Foi apresentado um modelo de custo-efetividade comparando a monoterapia com ácido valpróico ao tratamento adjuvante do levetiracetam (associado) ao ácido valpróico. Foi elaborado um modelo baseado primeiramente em uma árvore de decisão, seguido por um modelo de Markov. No caso-base a razão de custo-utilidade incremental (RCUI) foi de R$ 58.294 por ano de vida ajustada pela qualidade, que na análise de sensibilidade univariada variou entre R$ 22.119 e R$ 80.359. Avaliação de Impacto Orçamentário: Conforme as estimativas feitas pelo demandante o impacto orçamentário será de aproximadamente R$ 1,58 milhão no primeiro ano e de R$ 43,6 milhões nos primeiros 5 anos após a incorporação. Na análise de sensibilidade realizada o impacto orçamentário para os próximos 5 anos variou entre R$ 14,5 e R$ 87,3 milhões. EXPERIÊNCIA INTERNACIONAL: o levetiracetam é utilizado em terapia adjuvante para o tratamento de crises mioclônicas em agências como o National Institute for Health and Clinical Excellence (NICE) e Canadian Agency for Drugs and Technologies in Health (CADTH), de acordo com condições estabelecidas Discussão: A evidência do tratamento com levetiracetam em pacientes resistentes à monoterapia padrão, associado ao medicamento já utilizado, ocasionou em redução significante de pelo menos 50% no número de dias por semana com crises convulsivas e um maior número de pacientes apresentaram ausência total de crises convulsivas durante seu período de seguimento. Porém trata-se de evidência indireta e de baixa qualidade. Os estudos para essa indicação da tecnologia são escassos e há baixa probabilidade de novos estudos serem realizados. A avaliação econômica foi custo-efetiva na adição do levetiracetam ao medicamento previamente utilizado em monoterapia, em pacientes resistentes, com um impacto orçamentário de até R$ 87,3 milhões em 5 anos, de acordo com a análise de sensibilidade. A secretaria executiva da CONITEC estimou o número de pacientes, que considera mais adequada para o cálculo, que foi 7,8% maior que a população considerada na análise do demandante, o que levaria a um impacto orçamentário ainda maior. RECOMENDAÇÃO DA CONITEC: A CONITEC em sua 54ª reunião no dia 06 de abril de 2017, recomendou preliminarmente a incorporação no SUS do levetiracetam como terapia adjuvante em pacientes com epilepsia mioclônica juvenil resistentes à monoterapia, condicionada à redução de preço e consonância com a atualização do PCDT de Epilepsia. Consulta pública: Foi realizada a Consulta Pública nº 22/2017, entre os dias 25/04/2017 e 16/05/2017 e recebeu 105 contribuições, sendo 88 sobre experiência ou opinião e 17 técnicocientíficas. Todas as contribuições foram avaliadas quantitativamente e qualitativamente. Seu conteúdo não trouxe novas evidências e informações que pudessem modificar a recomendação inicial da CONITEC. DELIBERAÇÃO FINAL: Os membros da CONITEC presentes na 56ª reunião ordinária do plenário do dia 07/06/2017 deliberaram, por unanimidade, por recomendar a incorporação do levetiracetam para pacientes com epilepsia mioclônica juvenil (EMJ) resistentes à monoterapia, associando-o ao medicamento já utilizado, condicionado à negociação de preço e conforme Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Ministério da Saúde. Foi assinado o Registro de Deliberação nº 264/2017.(AU)
Assuntos
Humanos , Anticonvulsivantes/uso terapêutico , Epilepsias Mioclônicas/tratamento farmacológico , Nootrópicos/uso terapêutico , Piracetam/análogos & derivados , Brasil , Quimioterapia Adjuvante , Análise Custo-Benefício , Avaliação em Saúde/economia , Avaliação da Tecnologia Biomédica , Sistema Único de Saúde , Ácido Valproico/uso terapêuticoRESUMO
Objective : Convulsive status epilepticus (CSE) is very rarely observed after ischaemic stroke. Sodium valproate (SV) is one of the agents used in the treatment of CSE, but its role still controversial, and its degree of efficacy in treating CSE that develops following stroke is unclear. Method : We evaluated 19 patients who were treated with intravenous (IV) SV (20 mg/kg, 2 mg/kg/h-12h) after diazepam. Patients’ modified Rankin scores (mRS), SE types, and changes in biochemical parameters after treatment were assessed. Results : CSE was successfully treated in 12 (63.15%) patients. Side effects such as hypotension and allergic reactions were observed in two patients. Refractory SE development was observed in 5 (29.4%) patients with high mRS (˃ 3). No significant deterioration in patients’ laboratory evaluations, conducted before and after status, was observed. Conclusion : SV may be safe and effective in the treatment of CSE observed after ischaemic stroke, especially in patients with low mRS. .
Objetivo : Status epilepticus convulsivo (SEC) é muito raramente observado após acidente vascular cerebral isquêmico. Valproato de sódio (VS) é um dos agentes utilizados no tratamento do SEC, mas seu papel ainda é controverso e seu grau de eficácia não é claro no SEC pós acidente vascular. Método Avaliamos 19 pacientes que foram tratados com AV endovenoso (EV) (20 mg/kg, 2 mg/kg/h-12h) após diazepam. Valores da escala modificada de Rankin (mRS) dos pacientes, tipos de SE e mudanças nos parâmetros bioquímicos foram avaliados. Resultados SEC foi tratado com sucesso em 12 pacientes (63,15%). Efeitos colaterais como hipotensão e reações alérgicas foram observados em dois pacientes. Desenvolvimento de SE refratário foi observado em cinco pacientes (29,4%) com altos valores de mRS (˃ 3). Não houve deterioração significativa nas avaliações laboratoriais dos pacientes feitas antes ou depois do status. Conclusão AV pode ser eficaz no tratamento do SEC observado após acidente vascular cerebral isquêmico, especialmente nos pacientes com baixo mRS. .
Assuntos
Idoso , Idoso de 80 Anos ou mais , Feminino , Humanos , Masculino , Pessoa de Meia-Idade , Anticonvulsivantes/uso terapêutico , Convulsões/tratamento farmacológico , Estado Epiléptico/tratamento farmacológico , Acidente Vascular Cerebral/complicações , Ácido Valproico/uso terapêutico , Administração Intravenosa , Fatores Etários , Estudos Retrospectivos , Fatores de Risco , Fatores Sexuais , Convulsões/etiologia , Estado Epiléptico/etiologia , Fatores de Tempo , Resultado do TratamentoRESUMO
Barbitúricos säo considerados tratamento anti-epiléptico de primeira escolha em países do terceiro mundo devido a razöes econômicas e tradicionais. Este estudo prospectivo e näo-controlado de 52 pacientes com idades entre 15 e 64 anos (média de 24) demonstra que pacientes que se tornam refratários a barbitúricos säo principalmente aqueles com crises parciais com ou sem generalizaçäo secundária ou com uma anormalidade focal no eletrencefalograma (71%). As crises parecem se tornar refratárias aproximadamente 6 anos após o início do tratamento com barbitúricos. Retirada progressiva em um período de dois a 8 meses (média de 5) com início de tratamento com carbamazepina, difenil-hidantoína ou valproato de sódio permitiu retirada completa dos barbitúricos em 42 dos 52 pacientes (81%). Além disso a freqüência mensal de crises naqueles de quem barbitúricos foram retirados diminuiu de 7,1 para 1,7 por paciente. Melhora no estado mental foi observada, porém näo medida. Estes resultados indicam que barbitúricos näo deveriam ser drogas de primeira escolha em pacientes com doença crônica tal como epilepsia, e indicam uma forma de retirada de barbitúricos que é segura e independente de hospitalizaçäo ou de monitorizaçäo de níveis séricos de drogas anti-epilépticas