Prevalência e características associadas à depressäo: revisäo de estudos epidemiológicos com base populacional / Prevalence and associated characteristics of depression: a review of population-based epidemiological studies

RESUMO

Neste trabalho é apresentada uma revisäo da prevalência e dos fatores associados à depressäo observados em estudos epidemiológicos de base populacional. Os artigos foram obtidos a partir de pesquisas na Medline e Lilacs, nos últimos cinco anos, nas línguas inglesa, portuguesa e espanhola. Também foram utilizados artitos referenciados. As principais palavras-chave utilizads na pesquisa foram: epidemiologia, distribuiçäo, prevalência, depressäo maior, transtorno depressivo, transtornos afetivos, transtornos de humor, estudo populacional, estudo de comunidade e CIDI (Composite International Diagnostic Interview). Foram considerados para o presente trabalho os artigos relativos a estudos que investigaram amostras da populaçäo geral e que utilizaram critérios diagnósticos padronizados, assim como as classificações diagnósticas da CID ou do DSM. Os aspectos enfatizados säo a prevalência da depressäo e as características associadas à mesma, a saber: sexo, idade, estado civil, escolaridade, raça/etnia, trabalho, renda e status socioeconômico, urbanizaçäo, tabagismo e outros fatores, incluindo-se o uso de serviços de saúde, e suicídio. Os episódios depressivos e o transtorno depressivo recorrente tiveram prevalências significativas em todos os países ocidentais. Nestes países, as prevalências de episódios depressivos nos últimos 30 dias, no último ano e durante a vida, de acordo com o DSM (III a IV), variaram de 2,2 por cento a 5,4 por cento, 3,5 por cento a 10,3 por cento e 3,7 por cento a 15,7 por cento, respectivamente. O fator descrito como mais consistentemente associado à depressäo foi o sexo feminino. Associações entre depressäo e os demais fatores acima mencionados foram encontrados em alguns trabalhos, mas näo em todos. Na presente revisäo ficou evidente a carência de estudos epidemiológicos sobre depressäo em países menos desenvolvidos. Estes estudos säo importantes para se estabelecer a carga da depressäo na comunidade e os seus determinantes e, desta forma, subsidiar políticas e programas de saúde pública