Biodiversity and spatial distribution of epiphytic ferns on Alsophila setosa Kaulf. (Cyatheaceae) caudices in Rio Grande do Sul, Brazil / Biodiversidade e distribuição espacial de filicíneas epifíticas sobre cáudices de Alsophila setosa Kaulf. (Cyatheaceae) no Rio Grande do Sul, Brasil

ABSTRACT

The extractive exploitation of the tree fern Alsophila setosa Kaulf. alters forest formations and diminishes the availability of micro-habitat for epiphytes. A survey of epiphytic fern communities on A. setosa at 16 study sites in different forest formations in the State of Rio Grande do Sul, Brazil, documented the occurrence of 31 species representing 16 genera and six families. The greatest richness of species occurred in Polypodiaceae (39 percent) and in the genus Asplenium L. (22 percent). Habitual holoepiphyte was the predominant ecological category, representing 61 percent of the species. Similarity analysis demonstrated heterogeneity in the composition of the epiphytic ferns at the study sites and indicated that the vegetation type is not the main factor for floristic difference. The lowest total specific richness (5) was recorded for the seasonal deciduous forest site. The majority of the sites presented similar averages of phorophyte height and epiphyte richness per caudex. In 25 percent of the sites the height of the host plants presented significant correlation with specific richness. Considering that the majority of the epiphytes are habitual and that some of them occur exclusively or preferentially on tree ferns, the maintenance of these host plants in the vegetation is essential for the conservation of epiphytic species.

RESUMO

A exploração extrativista da samambaia arborescente Alsophila setosa Kaulf. altera as formações florestais e diminui a disponibilidade de microhabitats para epífitos. Um levantamento das comunidades de filicíneas epifíticas sobre A. setosa em 16 sítios de diferentes formações florestais, no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, documentou a ocorrência de 31 espécies representando 16 gêneros e seis famílias. A maior riqueza de espécies ocorreu em Polypodiaceae (39 por cento) e no gênero Asplenium L. (22 por cento). A categoria ecológica predominante foi a de holoepífito habitual, representando 61 por cento das espécies. A análise de similaridade evidenciou heterogeneidade na composição de filicíneas epifíticas dos sítios estudados e indicou que o tipo vegetacional não é o principal fator de diferenciação florística. A menor riqueza específica total (5) foi registrada em sítio de floresta estacional decidual. A maioria dos sítios apresentou médias similares de altura dos forófitos e de riqueza de epífitos por cáudice. Em 25 por cento dos sítios, a altura das plantas hospedeiras apresentou correlação significativa com riqueza específica. Considerando que a maioria dos epífitos é habitual e que alguns deles ocorrem exclusivamente ou preferencialmente sobre samambaias arborescentes, a manutenção dessas plantas hospedeiras, na vegetação, é essencial para a conservação de espécies epifíticas.