RESUMO
O Dispositivo Intrauterino (DIU) é um método contraceptivo que encontra vários entraves para a ampliação da sua oferta na Atenção Primária à Saúde (APS). Uma das principais barreiras à sua inserção é a falta de treinamento dos profissionais. Por isso, o presente estudo tem como objetivo descrever as dificuldades encontradas nos procedimentos de inserção do DIU na Atenção Primária e os fatores associados a essa dificuldade. Foi feita a tentativa de realizar a inserção do DIU nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) em 152 mulheres em idade reprodutiva. Os dados foram coletados através de um questionário estruturado em amostragem não-probabilística por conveniência. A idade média das mulheres foi de 27 anos e 26,3% (40) dos procedimentos foram considerados com algum grau de dificuldade. O escore médio de dor foi maior nos procedimentos que apresentaram dificuldade, sendo de 4,59 e de 5,7 nas inserções sem e com dificuldade, respectivamente (p<0.0001). A média de tempo de formado entre os médicos que tiveram dificuldade foi de 33,5 meses e entre aqueles que não tiveram dificuldade foi de 64 meses (p< 0,0001). Entre as dificuldades, a mais referida foi o momento de realizar a histerometria. Outras dificuldades também foram encontradas: identificar e pinçar o colo uterino e identificar posição uterina.
The Intrauterine Device (IUD) is a contraceptive method that faces several obstacles to expanding its offer in Primary Health Care. One of the main barriers to its insertion is the lack of training of professionals. Therefore, this study aims to describe the difficulties found in IUD insertion procedures in Primary Care and the factors associated with this difficulty. An attempt was made to insert the IUD in the Basic Health Units in 152 women of reproductive age. Data were collected through a structured questionnaire in non-probabilistic convenience sampling. The mean age of women was 27 years and 26.3% (40) of the procedures were considered to have some degree of difficulty. The mean pain score was higher in procedures that presented difficulty, being 4.59 and 5.7 in insertions without and with difficulty, respectively (p<0.0001). The average time since graduation among physicians who had difficulty was 33.5 months and among those who had no difficulty, it was 64 months (p<0.0001). Among the difficulties, the most mentioned was the time to perform the hysterometry. Other difficulties were also encountered: identifying and clamping the cervix and identifying the uterine position