RESUMO
Resumo O objetivo deste artigo é analisar como sujeitos doentes engendram tipos específicos de engajamento coletivo e participação política. Para tanto, acionamos o conceito de "biossociabilidade" a fim de compreender o associativismo de indivíduos que compartilham condições corporais e biológicas semelhantes. Além disso, discutimos como a atuação de associações de pacientes reverbera nas esferas política, econômica e científica. Nossos resultados sugerem que o ativismo dos grupos biossociais, de um lado, reforça os aspectos civis, políticos e sociais constitutivos da cidadania convencional e, de outro, aponta para o surgimento de uma dimensão biológica no exercício da cidadania. Dessa forma, o trabalho contribui para repensar as noções consolidadas em torno da doença, da participação política e da cidadania.
Abstract This article analyzes how sick people produce specific types of collective engagement and political participation. Through the concept of "biosociality" we discuss the engagement of individuals who share similar bodily and biological conditions. In addition, we debate how patient groups influence the political, economic, and scientific spheres. Our results show that, on the one hand, biosocial groups reinforce civil, political and social dimensions of traditional citizenship; on the other, those groups add a biological aspect to the exercise of citizenship. Thus, this article contributes to rethink the conventional concepts of illness, public participation and citizenship.
Assuntos
Humanos , Pacientes , Participação da Comunidade , Ativismo PolíticoRESUMO
O objetivo deste artigo é discutir, através de análise de conteúdo, as estratégias de comunicação pública adotadas pelas Indústrias Nucleares do Brasil no 'Espaço INB', um centro de informações localizado na cidade baiana de Caetité, onde a empresa realiza a mineração e o beneficiamento de urânio. Desde que foram iniciadas, essas atividades levantaram inúmeras suspeitas de danos ambientais e problemas de saúde pública. Diante disso, buscamos compreender como a INB se posiciona diante dessas suspeitas e se relaciona com as populações atingidas por suas atividades. De acordo com nosso argumento, ao adotar uma postura que denominamos tecnoentusiasta e tecnocrática, a empresa dificulta um debate público aberto e descentralizado sobre as controvérsias em torno da mineração de urânio.
RESUMO
O objetivo deste artigo é discutir, através de análise de conteúdo, as estratégias de comunicação pública adotadas pelas Indústrias Nucleares do Brasil no 'Espaço INB', um centro de informações localizado na cidade baiana de Caetité, onde a empresa realiza a mineração e o beneficiamento de urânio. Desde que foram iniciadas, essas atividades levantaram inúmeras suspeitas de danos ambientais e problemas de saúde pública. Diante disso, buscamos compreender como a INB se posiciona diante dessas suspeitas e se relaciona com as populações atingidas por suas atividades. De acordo com nosso argumento, ao adotar uma postura que denominamos tecnoentusiasta e tecnocrática, a empresa dificulta um debate público aberto e descentralizado sobre as controvérsias em torno da mineração de urânio
This article aims to use the content analysis to discuss the public communication stated by the 'Espaço INB', an information center managed by Indústrias Nucleares do Brasil located in the city of Caetité BA, where the company mines and processes uranium. Since INB started its activities in Caetité, several suspicions of environmental damage and public health problems emerged. Thus, we analyze how INB responds to these suspicions and relates to the populations affected by its activities. We argue that INB adopts an attitude that we call techno-enthusiastic and technocratic, hindering an open public and decentralized debate about the controversies surrounding uranium mining.
El objetivo de este artículo es discutir, a través del análisis de contenido, la comunicación pública transmitida por el 'Espaço INB', un centro de información administrado por Indústrias Nucleares do Brasil ubicado en la ciudad de Caetité/Bahia, donde la empresa hace la mínería y el procesamiento del uranio. Desde que comenzaron, estas actividades han generado numerosas sospechas de daños ambientales y problemas de salud pública. Por eso, analizamos como el INB contesta estas sospechas y se relaciona con las poblaciones afectadas por sus actividades. Argumentamos que el INB adopta una actitud que llamamos tecno-entusiasta y tecnocrática, lo que dificulta un debate público abierto y descentralizado sobre las controversias respecto a la minería de uranio.