RESUMO
The outbreaks of rabies in humans transmitted by Desmodus rotundus in 2004 and 2005, in the northeast of the Brazilian State of Para, eastern Amazon basin, made this a priority area for studies on this zoonosis. Given this, the present study provides data on this phenomenon in an urban context, in order to assess the possible circulation of the classic rabies virus (RABV) among bat species in Capanema, a town in the Amazon basin. Bats were collected, in 2011, with mist nets during the wet and dry seasons. Samples of brain tissue and blood were collected for virological and serological survey, respectively. None of the 153 brain tissue samples analyzed tested positive for RABV infection, but 50.34% (95% CI: 45.67-55.01%) of the serum samples analyzed were seropositive. Artibeus planirostris was the most common species, with a high percentage of seropositive individuals (52.46%, 95% CI: 52.31 52.60%). Statistically, equal proportions of seropositive results were obtained in the rainy and dry seasons (c2 = 0.057, d.f. = 1, p = 0.88). Significantly higher proportions of males (55.96%, 95% CI: 48.96-62.96%) and adults (52.37%, 95% CI: 47.35-57.39%) were seropositive. While none of the brain tissue samples tested positive for infection, the high proportion of seropositive specimens indicates that RABV may be widespread in this urban area.
Assuntos
Anticorpos Antivirais/sangue , Quirópteros/virologia , Vírus da Raiva/imunologia , Vírus da Raiva/isolamento & purificação , Raiva/veterinária , Saúde da População Urbana , Animais , Encéfalo/virologia , Brasil , Distribuição de Qui-Quadrado , Quirópteros/sangue , Cidades/estatística & dados numéricos , Vetores de Doenças , Raiva/sangue , Raiva/diagnóstico , Estações do Ano , Estudos Soroepidemiológicos , Fatores SexuaisRESUMO
The outbreaks of rabies in humans transmitted by Desmodus rotundus in 2004 and 2005, in the northeast of the Brazilian State of Para, eastern Amazon basin, made this a priority area for studies on this zoonosis. Given this, the present study provides data on this phenomenon in an urban context, in order to assess the possible circulation of the classic rabies virus (RABV) among bat species in Capanema, a town in the Amazon basin. Bats were collected, in 2011, with mist nets during the wet and dry seasons. Samples of brain tissue and blood were collected for virological and serological survey, respectively. None of the 153 brain tissue samples analyzed tested positive for RABV infection, but 50.34% (95% CI: 45.67-55.01%) of the serum samples analyzed were seropositive. Artibeus planirostris was the most common species, with a high percentage of seropositive individuals (52.46%, 95% CI: 52.31 52.60%). Statistically, equal proportions of seropositive results were obtained in the rainy and dry seasons (c2 = 0.057, d.f. = 1, p = 0.88). Significantly higher proportions of males (55.96%, 95% CI: 48.96-62.96%) and adults (52.37%, 95% CI: 47.35-57.39%) were seropositive. While none of the brain tissue samples tested positive for infection, the high proportion of seropositive specimens indicates that RABV may be widespread in this urban area.
Os surtos de raiva em humanos transmitida por Desmodus rotundus em 2004 e 2005 no nordeste do estado do Pará, Brasil, Amazônia Oriental, fizeram desta uma área prioritária para estudos sobre essa zoonose. Diante disso, o presente estudo fornece dados sobre esse fenômeno em contexto urbano, afim de avaliar uma possível circulação do vírus clássico da raiva (RABV) entre espécies de morcegos em Capanema, cidade localizada na bacia Amazônica. Os morcegos foram coletados em 2011, com auxílio de redes de espera durante as estações seca e chuvosa. Amostras de encéfalo e de sangue foram coletadas para o diagnóstico virológico e sorológico, respectivamente. Das 153 amostras de encéfalo analisadas, nenhuma encontrou-se positiva para infecção pelo RABV, porém, 50,34% (95% CI: 45,67-55,01) das amostras de soro analisadas estavam soropositivas. Artibeus planirostris foi a espécie mais comum, e seu percentual de indivíduos soropositivos foi bem elevado (52.46%, 95% CI: 52,31-52,60). Porções estatisticamente iguais de soropositivos foram registrados nas estações (c2 = 0,057, d.f. = 1, p = 0,88). Uma porção significativamente elevada de machos (55,96%, 95% CI: 48,96%-62,96%), e adultos (52,37%, 95% CI: 47,35%-57,39%) foram soropositivos. Apesar de nenhuma das amostras de encéfalo terem sido positivas para raiva, a alta proporção de espécimes soropositivos indica uma possível circulação do RABV nessa área urbana.
Assuntos
Animais , Anticorpos Antivirais/sangue , Quirópteros/virologia , Vírus da Raiva/imunologia , Vírus da Raiva/isolamento & purificação , Raiva/veterinária , Saúde da População Urbana , Brasil , Encéfalo/virologia , Distribuição de Qui-Quadrado , Quirópteros/sangue , Cidades/estatística & dados numéricos , Vetores de Doenças , Raiva/sangue , Raiva/diagnóstico , Estações do Ano , Estudos Soroepidemiológicos , Fatores SexuaisRESUMO
A raiva é uma doença de caráter antropozoonótico, de distribuição cosmopolita, causada pelo Rabies lyssavirus. A identificação das variantes virais possibilita associar variante viral e hospedeiro auxiliando na compreensão do ciclo de manutenção do vírus da raiva em determinadas áreas geográficas. A caracterização antigênica e genética possibilita o entendimento dos múltiplos ciclos epidemiológicos e o potencial de transmissão interespécies, ou seja, identificar e conhecer as variantes antigênicas do RABV possibilitam o reconhecimento de questões associadas a transmissão, estratégias e elaboração de medidas de controle e prevenção do RABV. O objetivo do trabalho foi caracterizar antigênica e geneticamente cepas do vírus da raiva isoladas no Laboratório de Diagnóstico de raiva do Instituto Evandro Chagas (IEC), de amostras procedentes do Estado do Pará, no período de 2010 a 2017. De acordo com o banco de dados do laboratório, entre os anos de 2010 e 2017 foram diagnosticadas como positivas pelas provas de IFD e PB, 73 amostras provenientes do Estado do Pará. Estes isolados foram caracterizados antigenicamente pelo painel de anticorpos monoclonais cedido pelo CDC/OPAS, e caracterizados geneticamente segundo a metodologia adaptada de Barbosa (2007). Das 73 amostras positivas no período, 65,75% eram bovinos, 17,81% equinos, 8,22% caninos, 6,85% quirópteros e 1,37% felino. Das amostras positivas no período, 58 de 73 foram submetidas à caracterização antigênica, das quais 91,38% (53/58) foram compatíveis com algum padrão de leitura do painel de AcM. Das cepas virais isoladas de encéfalos de bovinos, 93,94% (31/33) mostraram-se compatíveis com o padrão de leitura da VAg3 e 6,06% (2/33) não corresponderam a nenhum padrão de leitura. Para as amostras de equinos, 84,62% (11/13) foram compatíveis com a VAg3 e 15,38% (2/13) não corresponderam a nenhum padrão de leitura. Das amostras de encéfalos caninos, 100% (6/6) foram compatíveis com VAg2 e, a única amostra positiva de felino correspondeu a VAg2. Das cepas virais isoladas de encéfalos de quirópteros, 80% (4/5) corresponderam a VAg3. Das 58 amostras que foram submetidas a caracterização antigênica, cinco apresentaram perfil de leitura não compatível com o painel de anticorpos monoclonais e outras 15, do ano de 2017, não foram submetidas à IFI, sendo submetidas somente ao sequenciamento parcial do gene N. De acordo com a análise filogenética, todas as amostras sequenciadas foram agrupadas no grupo da VAg3, relacionada ao morcego hematófago Desmodus rotundus, onde, a maioria das amostras se relaciona com amostras caracterizadas em estudos anteriores realizados no Estado Pará. A caracterização antigênica e genética do RABV de amostras do Estado do Pará, entre os anos de 2010 e 2017, permitiu concluir que a distribuição temporal demonstra que houve um aumento do número de casos no ano de 2015, decaindo no ano de 2016, para então aumentar novamente em 2017, sugerindo possíveis falhas nas ações de controle e prevenção. A associação das técnicas de caracterização antigênica e genética possibilitou uma melhor compreensão da epidemiologia molecular do vírus da raiva no Estado do Pará.
Assuntos
Raiva/veterinária , Vírus da Raiva/patogenicidade , Vírus da Raiva/genética , Reação em Cadeia da Polimerase/métodosRESUMO
Resumo: A Síndrome Pulmonar por Hantavírus (SPH) é uma doença antrozoonótica emergente reconhecida apenas no Novo Mundo e tem como agentes etiológicos os hantavírus (gênero Hantavírus, família Bunyaviridae), que são transmitidos aos humanos através de inalação de aerossóis de excretas de roedores infectados. O diagnóstico sorológico dos casos suspeitos de SPH é feito pelo ensaio ELISA para a detecção de anticorpos das classes IgG e IgM. Sendo assim, este trabalho visa à expressão de antígenos recombinantes baseados na nucleoproteína dos hantavírus para o uso em técnicas de ELISA. Para tal, foi realizada uma avaliação in silico, com base no alinhamento de sequencias do gene N de hantavírus Amazonicos, para a análise de hidrofobicidade, epitopos, otimização de expressão, seguida de síntese comercial. A proteína N inteira e truncada foram expressas em sistema Escherichia coli (BL21 DE3 Star), seguido de purificação por cromatografia de afinidade. Para a avaliação do reconhecimento dos antígenos recombinantes em ELISA indireto, foram selecionadas 370 amostras soro/sangue, sendo 140 sabidamente positivas para hantavírus e 176 sabidamente negativas para hantavírus, 54 positivas para outros patógenos, no período de 2006 a 2014. Foi obtido um alvo solúvel (HTN-120) e três alvos insolúveis (HTN-230/370, HTN-GPGPG e HTN-CONS), dos quais apenas a proteínas HTN-120 e HTN-CONS foram reconhecidas por imunobloting. Estes antígenos apresentaram uma sensibilidade de 62,14% e 90% para IgM e 75,71% e 57,14% para IgG, respectivamente. A coorte de amostras testadas apresentou uma diferença no reconhecimento das proteínas ao longo dos anos, por isso, a sensibilidade obtida no período de 2010 a 2014 apresentaram excelentes resultados de 87,40% (IgM) e 97,14% (IgG) para HTN-CONS e 97,14% (IgM) e 79,09% (IgG) para HTN-120. A especificidade obtida para a proteína HTN-CONS foi de 97,8% (IgG) a 100% (IgM), e para HTN-120 foi de 100% para os dois anticorpos. A análise da curva ROC, mostrou que o desempenho de todos os conjuntos (antígenos/anticorpos) foi estatisticamente significativo (p < 0,0001), representando testes com boa acurácia. Por fim, concluí-se que foi obtido dois antígenos recombinantes com grande potencial para o uso em diferentes técnicas imunológicas na detecção de anticorpos contra hantavírus, isso será de grande valia para a rede de vigilância brasileira, também podendo ser usado em estudos ecoepidemiológicos na Amazônia brasileira.
Assuntos
Síndrome Pulmonar por Hantavirus/patologia , Infecções por Hantavirus/patologia , Ensaio de Imunoadsorção Enzimática/métodos , Proteínas Recombinantes/genética , Síndrome Pulmonar por Hantavirus/virologiaRESUMO
Resumo: O Vírus chikungunya (VCHIK) é um arbovírus emergente que vem causando epidemias em diversos países de diferentes continentes, demonstrando elevada capacidade de expansão e se tornando uma preocupação mundial. Uma investigação epidemiológica e clínica criteriosa, antes da solicitação de exames laboratoriais específicos, é de extrema importância tanto para as condutas laboratoriais quanto para os serviços de vigilância epidemiológica, quando se deseja um diagnóstico fidedigno. Este estudo teve por objetivo realizar uma avaliação epidemiológica, clínica e laboratorial de série de casos humanos diagnosticados pelo IEC com infecção pelo vírus chikungunya, procedentes de diversos estados do Brasil, no período de janeiro de 2014 a julho de 2015. Para isso, utilizou-se um estudo com análise descritiva e analítica, e de abordagem quantitativa. Considerou-se necessário agrupar as informações importantes para o estudo em variáveis (epidemiológica, clínica e laboratorial) e a partir disso, empregar as análises multivariadas. Na análise descritiva, utilizou-se o MicrosoftExcel® 2016. Já para análise analítica, aplicou-se o teste de Kruskal-Wallis para correlacionar à positividade dos métodos laboratoriais utilizados ao tempo de doença dos pacientes, considerando o nível de significância de 5% (p < 0,05). A maioria dos casos era proveniente da região norte; sendo o Amapá o estado mais prevalente com 96 (55,21%). Observou-se oscilação no número de casos positivos durante todo o período do estudo; com predominância do segundo semestre de 2014. Dos pacientes que confirmaram viagem para outra localidade dias antes da primeira consulta, a maioria relatava como destino, locais que já haviam registrado casos de febre chikungunya. A artralgia e a febre foram os sintomas mais frequentes entre os acometidos pela infecção. À média do tempo de doença foi de 11 dias no ano de 2014 e 18, em 2015. Acerca das técnicas de diagnóstico laboratorial específico, utilizando amostras biológicas (soro e/ou sangue), 37 delas foram submetidas ao método de isolamento viral em cultivo celular, sendo 22 (59,46%) positivas para o VCHIK. Para RT-qPCR, 69 amostras foram analisadas e 40 (57,97%) positivas. Com relação à técnica de MAC-ELISA, 160 amostras foram investigadas, sendo que 132 (85,50%) apresentaram anticorpos IgM anti-VCHIK. Baseado nessa análise constatou-se ainda que a positividade dessas amostras para a infecção pelo VCHIK foi confirmada principalmente pelo diagnóstico sorológico em 132 (68,02%) casos. O momento ideal para a coleta da amostra biológica tanto para a técnica de isolamento viral em cultivo celular quanto para a RT- qPCR foi o 1 dia do início dos sinais e sintomas. Já para o MAC-ELISA constatou-se que foi o 6 dia. Diante disso, este é um estudo de grande valia, uma vez que retrata a realidade brasileira quanto à epidemiologia, às características clínicas e laboratoriais específicas das amostras procedentes de diversos estados do Brasil e à identificação do momento ideal da coleta da amostra biológica para cada técnica laboratorial, informações estas, que são valiosas quando se deseja um diagnóstico fidedigno.
Assuntos
Vírus Chikungunya/patogenicidade , Alphavirus/isolamento & purificação , Febre de Chikungunya , Monitoramento Epidemiológico , Técnicas de Laboratório Clínico/métodos , Pesquisa/métodosRESUMO
Resumo: O Rinovírus, outrora tido apenas como agente causador de infecções brandas ou autolimitadas, como o resfriado comum, hoje é o mais comum entre os agentes virais associados à infecção respiratória aguda (IRA). Investigações conduzidas em anos recentes, em diferentes regiões do mundo reforçam a importância do rinovírus no cenário da saúde pública, principalmente a partir do advento das ferramentas moleculares de diagnóstico, evidenciando o importante papel do rinovírus no desencadeamento de crises asmáticas, bem como a associação dos HRV em infecções do trato respiratório inferior tais como bronquiolites, com impacto considerável em pacientes menores de cinco anos de idade. O diagnóstico clínico da infecção por Rinovírus humano é dificultado pela similaridade dos sintomas apresentados em todas as infecções respiratórias. Desta forma, torna-se necessária a realização do diagnóstico laboratorial para confirmar a infecção por este agente infeccioso. O presente estudo possui como objetivo descrever a ocorrência dos tipos de Rinovírus humano isolados em amostras de pacientes atendidos com queixas sugestivas de infecção respiratória aguda na cidade de Belém, Pará, Brasil, no ano de 2015. A população de estudo compreendeu 274 indivíduos com queixas sugestivas de infecção respiratória aguda (IRA), atendidos no período de janeiro a dezembro de 2015. A prevalência da infecção por HRV foi de 15,6% (43/274), sendo mais frequente na faixa etária entre 0 a 5 anos Das 274 amostras clínicas de pacientes, 43 (15,6%) mostraram-se positivas para o HRV, sendo os pacientes situados na faixa de zero a cinco anos os mais acometidos com 14 (26,9%). Das 43 amostras positivas na rRT-PCR foi possível realizar a caracterização por sequenciamento em 21 delas. A análise evidenciou a circulação das três espécies de HRV na população investigada. Sendo 14 (66,7%) HRV-A, 1 (4,8%) HRV-B e 6 (28,5%) HRV-C. Quanto a distribuição mensal dos casos positivos de HRV durante o ano de 2015, nota-se que 95% da incidência dos casos se concentrou no primeiro semestre do ano. O Rinovírus humano apresentou-se como um importante agente de doença respiratória na população investigada, sendo a faixa etária de zero a cinco anos de idade foi a mais acometida entre os casos de infecção respiratória associada ao HRV. O pico de atividade do HRV na cidade de Belém, Pará, ocorreu principalmente nos primeiros seis meses, período este reconhecido por apresentar altos índices pluviométricos na região amazônica e observou-se também a co-circulação das espécies de HRV, com leve predomínio da espécie HRV-A.
Assuntos
Rhinovirus/patogenicidade , Sistema Respiratório/patologia , Resfriado Comum/virologiaRESUMO
Ao menos cinco epidemias causadas por arbovírus (Vírus da Febre Amarela, Vírus Dengue, Vírus Febre do Nilo Ocidental, Vírus Chikungunya e Vírus Zika) têm surgido nos últimos séculos. Muitos outros arbovírus são zoonóticos, infectando artrópodes e animais selvagens em seus habitats silvestres, bem como humanos, acidentalmente. Com a intensificação da agricultura, pecuária, desmatamento, mobilidade de pessoas e densidade humana, o padrão de interação vírus-vetor-hospedeiro também tem sido alterado. Neste estudo, monitoramos artrópodes, animais e populações humanas para avaliar o risco de arboviroses em áreas rurais entremeadas por fragmentos da Mata Atlântica na Bahia, Brasil. Entre 2006 e 2014, coletamos 196 amostras de sangue de primatas de vida livre (Leontopithecus chrysomelas e Sapajus xanthosthernos) e 47 amostras de preguiças (Bradypus torquatus e Bradypus variegatus). Além disso, fezes de micos-leões foram coletadas para testes coproparasitológicos. Nos mesmos locais onde mamíferos foram amostrados, investigamos potenciais vetores de arboviroses com capturadores e armadilhas de CDC. Finalmente, em 2014, foram coletados sangue de 523 pessoas de 11 comunidades que viviam perto dos locais onde os animais silvestres eram monitorados. Embora saudáveis, micos estavam parasitados com nematódeos e/ou cestódeos. Além disso, durante necropsia de um Leontopithecus encontrado morto, identificamos o acantocéfalo Prosternochis elegans. A coleta de sangue em preguiça-de-coleira gerou os primeiros valores hematológicos para esta espécie, que poderá ser útil em avaliações de saúde. Anticorpos contra 26 arbovírus pertencentes a quatro gêneros (Flavivirus, Alphavirus, Orthobunyavirus e Phlebovirus) foram investigados. A prevalência de anticorpos contra arbovírus em mamíferos selvagens foi de 26,8%, sendo maior para B. torquatus (41%), seguido de L. chrysomelas (25,4%), S. xanthosthernos (14,3%) e B. variegatus (14,3%). Usando modelos lineares generalizados, descobrimos que a exposição não estava associada ao sexo ou idade, mas foi maior em preguiças do que micos-leões. Em humanos, a prevalência foi de 70,3%. Entre os gêneros, Flavivirus apresentou a maior prevalência tanto para animais (21,1%) como pessoas (69,8%). Os animais silvestres e pessoas foram expostos a 13 e cinco espécies de arbovírus, respectivamente, quatro dos quais foram comuns em ambos os hospedeiros (ILHV, DENV-3, EEEV, CARV). Através de regressões logísticas, constatamos que devido pessoas viverem perto de fragmentos de floresta e com macacos de vida livre em torno das áreas diminuiu o risco de infecção. Isso pode ser explicado pelo efeito de diluição, onde aumento da biodiversidade tende a diluir interações parasita-hospedeiro-ambiente-vetor e consequentemente, risco de doenças. Finalmente, nossa pesquisa identificou 49 artrópodes, sendo culicídeos com maior abundância e riqueza. Teste de RT-PCR com primers gênero-específicos foram utilizados para detecção viral em artrópodes. Seguido por sequenciamento, detectamos ROCV, MAYV, Kamiti river e Mosquitos flavivirus. A alta prevalência em mamíferos selvagens e humanos, juntamente com a presença de vetores infectados, sugerem circulação e risco de transmissão de arbovírus nas áreas amostradas. O risco de exposição pode aumentar com desmatamento e contato entre pessoas, animais selvagens e vetores. Os resultados foram compartilhados com universidades, serviços de saúde e meio ambiente, zoológicos e comunidade local. Este estudo apresenta uma iniciativa para integrar saúde das pessoas, animais e meio ambiente em uma abordagem One Health.
Assuntos
Arbovírus , Conservação dos Recursos Naturais , Monitoramento Ambiental , Animais Selvagens/virologia , Conservação dos Recursos Naturais , ArtrópodesRESUMO
A ocorrência recente de surtos de raiva humana transmitida por morcegos hematófagos Desmodus rotundus vem sendo registrada no Estado do Pará desde 2004. Neste artigo, é realizado um estudo retrospectivo de caracterização genética de 37 cepas do vírus rábico de diferentes mamíferos, incluindo o homem, isoladas de 2000 a 2005, de diferentes regiões paraenses. Foi obtido o sequenciamento nucleotídico parcial do gene N e construída árvore filogenética baseada no método Neighbor-joining. A análise filogenética determinou a formação de cinco clades principais e agrupou as cepas isoladas no Estado do Pará em três distintas clades: clade I, cepas da variante antigênica 3 (VAg3), comumente encontrada nos morcegos D. rotundus; clade II, cepa relacionada à VAg3, porém com topologia diferenciada isolada de morcego frugívoro Uroderma bilobatum; e clade IV, cepas da variante antigênica 2 (VAg2), comumente isoladas de cães domésticos. No Pará, no período estudado, circularam as variantes VAg2 e VAg3. A VAg3 da clade I se encontra subdividida em três linhagens virais (I-a, I-b, e I-c) associadas à distribuição geográfica: duas delas (I-a e I-b) circulam no continente nas regiões paraenses do Sudeste, Nordeste e Baixo Amazonas, enquanto a linhagem I-c restringe-se à ilha do Marajó. A associação dos dados genéticos com os ecológicos fornece uma melhor compreensão da epidemiologia molecular da raiva no Estado do Pará e sugere que duas distintas variantes antigênicas isoladas do vírus da raiva foram associadas com a transmissão da doença por morcegos hematófagos entre 2000 e 2005. Finalmente, foi demonstrado neste estudo a presença de pelo menos três distintas linhagens genéticas de VAg3 no estado, e a emergência de uma possível nova variante, que foi isolada de um morcego frugívoro U. bilobatum capturado na localidade de Ajará, município de Portel, durante o surto ocorrido em 2004.
Assuntos
Animais , Humanos , Quirópteros , Epidemiologia Molecular , Vírus da Raiva , BrasilRESUMO
As infecções virais do sistema nervoso central (SNC) são importantes causas de doenças, a exemplo das encefalites, que acometem a população em geral, ocasionando alterações neurológicas em diferentes graus de severidade, isso porque os vírus se apropriam de mecanismos que facilitam a neuroinvasão, infectando células específicas do SNC. O vírus Jurona (VJUR) apresenta genoma constituído de RNA de fita simples (ssRNA), não segmentado e com polaridade negativa, pertencente à família Rhabdoviridae e gênero Vesiculovirus. Este vírus foi isolado pelo Instituto Evandro Chagas (IEC) em 1962, a partir de mosquitos Haemagogus sp. capturados na floresta Amazônica no Km 87 da Rodovia Belém-Brasília. O objetivo desse estudo foi caracterizar a encefalite induzida pelo VJUR em camundongos albinos BALB/c adultos. Foram utilizados camundongos da linhagem BALB/c fêmeas com aproximadamente 8 semanas de idade inoculdos por via intranasal. Ensaios histopatológicos, imunohistoquímicos, imunoenzimáticos e quantificação de óxido nítrico foram realizados e analisados no 4º, 8º, 12º e 16º dia pós inoculação (d.p.i.). Os resultados demonstraram que animais inoculados com o VJUR apresentaram sinais clínicos como eriçamento de pêlos, coluna encurvada, hipoatividade progressiva e perda de peso, com ausência de tremores, paralisia e óbito. As lesões histológicas foram evidentes a partir do 4º d.p.i. com maior grau de intensidade no 8º d.p.i. em áreas focais do bulbo olfatório, corpo estriado, hipocampo e região cortical, áreas essas que coincidiram com a detecção de antígenos virais. As citocinas pró-inflamatórias IFN-γ, IL-6, IL-12p40, TNF-α, IL-6 e quimiocina MCP-1 apresentaram um pico de elevação no 8º d.p.i., com exceção da IL-12p70, tendo esses mediadores inflamatórios níveis de redução no 16º d.p.i., periodo em que os sinais clínicos estavam ausentes. A citocina anti-inflamatória IL-10, não apresentou níveis significativos nos tempos de sobrevida analisados, assim como o óxido nítrico (NO). Desse modo, o VJUR induziu a encefalite aguda em camundongos adultos, produzindo alterações histopatológicas no parênquima cerebral que regrediram gradativamente, levando a recuperação espontânea de acordo com a resposta imunológica do hospedeiro.
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Encefalite , Encefalite por Arbovirus , Vírus da Encefalite , Sistema Nervoso Central , Óxido Nítrico , CitocinasRESUMO
A Síndrome Cardiopulmonar por Hantavírus é uma antropozoonose grave, com taxa de letalidade entre 40% a 60%, e que ocorre somente no continente Americano. Com o objetivo de detectar anticorpos anti-hantavírus em amostras biológicas de roedores silvestres o Instituto Evandro Chagas (IEC) desenvolveu uma proteína recombinante baseada na sequência do gene N de hantavírus circulantes na Amazônia, visando à padronização de um método imunoenzimático (ELISA). Para isso, foram selecionadas 20 amostras sabidamente positivas e 20 amostras sabidamente negativas de roedores silvestres capturados durante estudos eco-epidemiológicos realizados pelo IEC com intuito de estabelecer os valores de sensibilidade, especificidade, valores preditivos positivos e negativos, acurácia e curva ROC do protocolo de ELISA indireto, onde foi utilizado duas proteínas recombinantes de hantavírus, HTN-CONS e HTN-120, e antígeno negativo (proteína recombinante TOP7). Os desempenhos das proteínas recombinantes foram comparados ao protocolo de ELISA do antígeno ANDES utilizado na rotina. Posteriormente, 419 amostras de roedores silvestres capturados na área da Vale do Rio Doce, foram testadas por cegamento tanto pelo ELISA ANDES quanto pelo ELISA HTN-CONS. A concentração dos antígenos recombinantes HTN-CONS, HTN-120 e TOP7 foi 4µg/ mL e a concentração final do conjugado foi de 1:500. O teste apresentou 100% de sensibilidades para ambas proteínas(HTN- CONS/ 120) e 100% de especificidade para a proteína HTN-CONS e 95,83% para a HTN-120. A analise da curva ROC, mostrou que o ELISA HTN-120 obteve melhor desempenho (0,15). As amostras pertencentes ao projeto Vale do Rio Doce, foram negativas para os dois antígenos (HTN- CONS e ANDES). Por fim, concluí-se que o protocolo de ELISA HTN-CONS apresentou a mesma sensibilidade/especificidade que ELISA ANDES e que o ELISA HTN-120 obteve uma sensibilidade um pouco maior que os ELISA HTN-CONS/ ANDES. Mais estudos tornam-se necessários para definir se há a circulação de hantavírus na área da Vale do Rio Doce / Fapespa
Assuntos
Orthohantavírus/isolamento & purificação , Infecções por Hantavirus , Síndrome Pulmonar por Hantavirus/patologia , Ensaio de Imunoadsorção Enzimática/métodos , RoedoresRESUMO
Os autores descrevem a ocorrência de epidemias causadas pelo vírus Oropouche (Oro) nos Estados dpo Maranhäo (MA) e Goiás (GO) em 1988. 36 amostras de vírus foram obtidas a partir da inoculaçäo do sangue de 120 pacientes em camundongos recém nascidos. A doença foi caracterizada por febre, cefaléia, dores musculares, articulares, fotofobia, dor retro ocular, náuseas e tontura. 128 das 197 pessoas examinadas em Porto Franco, MA, tinham anticorpos inibidores da hemaglutinaçäo (IH) para o agente e, em 106 foram detectados anticorpos IGM por MACELISA. Todos os grupos etários foram infectados, embora a incidência tenha sido mais elevada entre aqueles com 10 a 19 anos de idade. Quanto ao sexo, a infecçäo ocorreu igualmente em ambos os sexos. Recorrência dos sintomas foi observada em 56% dos casos positivos estudados. A inoculaçäo em camundongos Swiss recém nascidos de 3.624 Culicoides paraensis (Ceratopogonidae) e 1.970 Culex (Culex) quinquefasciatus (Culicidae), coletados em Porto Francos-MA, resultou em um único isolamento do vírus ORO a partir dos Culicoides. Essa é a primeira descriçäo de casos confirmados de infecçäo pelo vírus Oropouche nos Estados do Maranhäo e Goiás, Brasil
Assuntos
Humanos , Animais , Masculino , Feminino , Criança , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Adolescente , Infecções por Bunyaviridae/epidemiologia , Surtos de Doenças , Anticorpos Anti-Idiotípicos/análise , Anticorpos Antivirais/análise , Brasil , Culex/microbiologia , Ensaio de Imunoadsorção Enzimática , Imunoglobulina M/análise , Vírus Simbu/imunologia , Vírus Simbu/isolamento & purificaçãoRESUMO
In order to investigate the pathogenicity of the virus strain GOI 4191 that was isolated from a fatal adverse event after yellow fever virus (YFV) vaccination, an experimental assay using hamsters (Mesocricetus auratus) as animal model and YFV 17DD vaccine strain as virus reference was accomplished. The two virus strains were inoculated by intracerebral, intrahepatic and subcutaneous routes. The levels of viremia, antibody response, and aminotransferases were determined in sera; while virus, antigen and histopathological changes were determined in the viscera. No viremia was detected for either strain following infection; the immune response was demonstrated to be more effective to strain GOI 4191; and no significant aminotransferase levels alterations were detected. Strain GOI 4191 was recovered only from the brain of animals inoculated by the IC route. Viral antigens were detected in liver and brain by immunohistochemical assay. Histothological changes in the viscera were characterized by inflammatory infiltrate, hepatocellular necrosis, and viral encephalitis. Histological alterations and detection of viral antigen were observed in the liver of animals inoculated by the intrahepatic route. These findings were similar for both strains used in the experiment; however, significant differences were observed from those results previously reported for wild type YFV strains.
Visando investigar a possível patogenicidade do vírus isolado (GOI 4191) de um evento adverso fatal pela vacinação antiamarílica, realizou-se um ensaio experimental em Syrian hamsters (Mesocricetus auratus), usando-se a cepa vacinal 17DD como parâmetro. As amostras virais foram inoculadas por via intracerebral, intra-hepática e subcutânea. Nos soros foram determinados níveis de viremia, resposta imune e aminotransferases, e nas vísceras a presença de vírus, antígeno e lesões teciduais. Não se detectou viremia para as duas amostras, a resposta imune foi maior para GOI 4191, e as aminotransferases não apresentaram alterações compatíveis com danos hepáticos. Nos animais inoculados por via intracerebral o vírus foi recuperado somente a partir do cérebro, sendo o antígeno viral detectado, por imuno-histoquímica, no cérebro e fígado. Infiltrado inflamatório e corpúsculos acidófilos foram observados no fígado e lesões tipo encefalite viral no sistema nervoso central. Alterações histológicas e antígeno viral foram observados, também, no fígado dos animais infectados por via intra-hepática, e ausentes naqueles inoculados por via subcutânea. Os resultados foram similares para as duas amostras testadas, entretanto distintos daqueles relatados na literatura para cepas silvestres do vírus amarílico.
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Animais , Cricetinae , Masculino , Alanina Transaminase/sangue , Anticorpos Antivirais/sangue , Vacina contra Febre Amarela , Febre Amarela/virologia , Vírus da Febre Amarela/patogenicidade , Encéfalo/patologia , Encéfalo/virologia , Chlorocebus aethiops , Modelos Animais de Doenças , Imuno-Histoquímica , Fígado/patologia , Fígado/virologia , Mesocricetus , Fenótipo , Células Vero , Febre Amarela/imunologia , Febre Amarela/prevenção & controle , Vírus da Febre Amarela/imunologiaRESUMO
A Síndrome Pulmonar por Hantavírus (SPH) na Amazônia brasileira vem sendo diagnosticada desde 1995, com a identificação do hantavírus Castelo dos Sonhos. Até setembro de 2007 já foram registrados 158 casos de SPH procedentes dos estados do Amazonas, Pará, Rondônia e Mato Grosso. O objetivo principal deste estudo foi à caracterização genética de hantavírus e determinação da associação vírus-hospedeiro dos hantavírus brasileiros associados com SPH em distintos ecossistemas amazônicos no Maranhão e Pará-Mato Grosso. As amostras biológicas, estudadas, procederam de casos de SPH, de inquérito sorológico humano e de espécimes de roedores provenientes de estudos ecoepidemiológicos realizados nos municípios de Anajatuba/MA, Campo Novo do Parecis/MT, Tangará da Serra/MT e Altamira/PA. Amostras de soros e/ou sangue de humanos, bem como sangue de roedores foram, inicialmente, submetidos ao teste imunoenzimático (ELISA) visando à detecção de anticorpos anti-hantavírus. A RT Nested-PCR e/ou RT Hemi-Nested-PCR, seguidas do seqüenciamento nucleotídico parcial do gene N e análises filogenéticas das amostras positivas foram realizados para caracterização genética. A amplificação do genoma viral foi obtida em três amostras humanas do Maranhão; três do Pará; e 20 de Mato Grosso; bem como em 14 amostras de roedores capturados, sendo três de Anajatuba [Necromys lasirus (n=1) e Oligoryzomys aff. fornesi (n=2)]; cinco roedores de Campo Novo do Parecis e dois de Tangará da Serra, todos da espécie Calomys aff. callosus; e quatro amostras de roedores da espécie Oligoryzomys aff. moojeni, dos estudos em Campo Novo do Parecis. O inquérito sorológico em humanos realizado no ano de 2005 em Anajatuba mostrou imunidade em 10,9por cento da população local estudada sugerindo a circulação de hantavírus autóctones e ocorrência silenciosa dessa virose na região. As análises filogenéticas entre as seqüências obtidas neste estudo e de outros hantavírus disponíveis no GenBank demonstraram...futuros.(AU)
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Orthohantavírus/classificação , Síndrome Pulmonar por Hantavirus/epidemiologia , Síndrome Pulmonar por Hantavirus/terapia , Ecossistema Amazônico , Epidemiologia Molecular , Brasil/epidemiologiaRESUMO
A Síndrome Pulmonar por Hantavírus (SPH) na Amazônia brasileira vem sendo diagnosticada desde 1995, com a identificação do hantavírus Castelo dos Sonhos. Até setembro de 2007 já foram registrados 158 casos de SPH procedentes dos estados do Amazonas, Pará, Rondônia e Mato Grosso. O objetivo principal deste estudo foi à caracterização genética de hantavírus e determinação da associação vírus-hospedeiro dos hantavírus brasileiros associados com SPH em distintos ecossistemas amazônicos no Maranhão e Pará-Mato Grosso. As amostras biológicas, estudadas, procederam de casos de SPH, de inquérito sorológico humano e de espécimes de roedores provenientes de estudos ecoepidemiológicos realizados nos municípios de Anajatuba/MA, Campo Novo do Parecis/MT, Tangará da Serra/MT e Altamira/PA. Amostras de soros e/ou sangue de humanos, bem como sangue de roedores foram, inicialmente, submetidos ao teste imunoenzimático (ELISA) visando à detecção de anticorpos anti-hantavírus. A RT Nested-PCR e/ou RT Hemi-Nested-PCR, seguidas do seqüenciamento nucleotídico parcial do gene N e análises filogenéticas das amostras positivas foram realizados para caracterização genética. A amplificação do genoma viral foi obtida em três amostras humanas do Maranhão; três do Pará; e 20 de Mato Grosso; bem como em 14 amostras de roedores capturados, sendo três de Anajatuba [Necromys lasirus (n=1) e Oligoryzomys aff. fornesi (n=2)]; cinco roedores de Campo Novo do Parecis e dois de Tangará da Serra, todos da espécie Calomys aff. callosus; e quatro amostras de roedores da espécie Oligoryzomys aff. moojeni, dos estudos em Campo Novo do Parecis. O inquérito sorológico em humanos realizado no ano de 2005 em Anajatuba mostrou imunidade em 10,9por cento da população local estudada sugerindo a circulação de hantavírus autóctones e ocorrência silenciosa dessa virose na região. As análises filogenéticas entre as seqüências obtidas neste estudo e de outros hantavírus disponíveis no GenBank demonstraram...futuros.(AU)
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Orthohantavírus/classificação , Síndrome Pulmonar por Hantavirus/epidemiologia , Síndrome Pulmonar por Hantavirus/terapia , Ecossistema Amazônico , Epidemiologia Molecular , Brasil/epidemiologiaRESUMO
Os flavivírus são conhecidos por seu complexo ciclo biológico e importância na saúde pública e na economia mundial. Os aspectos ecológicos e quadros clínicos estão estreitamente relacionados à filogenia e evolução dos flavivírus. Este trabalho objetiva a caracterização molecular dos genomas dos flavivírus Bussuquara (VBSQ), Iguape (VIGU), Ilhéus (VILH) e Rocio (VROC), determinando relações filogenéticas com os demais integrantes do gênero Flavivirus. Foi realizado o seqüenciamento completo da região codificadora (ORF) e regiões não codificantes (RNC) 5 e 3 ; análise da estrutura secundária do RNA viral e das sequências conservadas da 3 RNC; determinação dos sítios de clivagem, glicosilação, resíduos Cis e motivos conservados na poliproteína; e as análises de similaridade e filogenética. Os genomas dos VBSQ, VIGU, VILH e VROC apresentaram a mesma organização que os demais flavivírus, medindo 10.815 nt, 10.922 nt, 10.775 nt, 10.794 nt, respectivamente. O padrão das sequências conservadas da 3 RNC do VBSQ foi RCS2-CS2-CS1, enquanto que para os VIGU, VILH e VROC foram CS3-RCS2-CS2-CS1. As características das estruturas secundárias do RNAs dos flavivírus em estudo foram similares aos demais flavivírus. O número dos sítios de glicosilação das proteínas PrM, E e NS1 foi distinto entre os flavivírus brasileiros, porém o padrão 6,12,12 dos resíduos de Cis e do sítios de clivagem permaneceram conservados. Na proteína E, alterações aminoacídicas pontuais foram observadas no peptídeo de fusão dos VBSQ, VIGU e VROC, e a sequência do tripepídeo RGD foi distinta para os quatro vírus em estudo. Os motivos determinantes das atividades de MTase-SAM da NS5, bem como da helicase e protease da NS3, permanecem conservados. Dentre os oito motivos da polimerase viral (NS5), somente os motivos V, VI e VII possuem alguma substituição nucleotídica para o VILH e VROC...(AU) / Flaviviruses have been known due their complex biological cycle and their relevance in public health and global economy. The ecologic aspected and clinic pictures are related with phylogeny and evolution of flaviviruses. This work aims the molecular characterization of Bussuquara (BSQV), Iguape (IGUV), Ilheus (VILH) e Rocio (VROC) flaviviruses genomes, determining their phylogenetic relationships with others members of genus Flavivirus. The study included: the full-length sequencing of the four Brazilian flaviviruses; analyzes of the predictive secondary structure of RNA and conserved sequences in the 3 NCR; determination of cleavage and glicosilation sites, cisteine residues and conserved motifs in the polyprotein; and similarity and phylogenetic analyzes. The BSQV, IGUV, VILH and VROC genomes present 10815 nt, 10922 nt,10775 nt, and 10794 nt, respectively. The conserved standard sequences in 3 NCR of BSQV was RCS2-CS2-CS1, while to IGUV, ILHV and ROCV were CS3-RCS2-CS2-CS1. The secondary structure of RNA obtained for the Brazilian flaviviruses were similar to the other flaviviruses. The numbers of the glicosilation sites to PrM, E and NS1 proteins were distinct among the studied Brazilian flaviviruses, therefore the pattern 6,12,12 Cis residues and the cleavage sites were conserved. In the E protein, some singles mutations were observed in fusion peptide of BSQV, IGUV and ROCV, and the RGD motif were distinct for the flaviviruses under study. The motif that determines the MTase-SAM activity in NS5, as well as the helicase and protease activity in NS3 were conserved. Among the eight polimerase motifs in NS5, only the V, VI and VII motifs were observed single mutations in ILHV and ROCV...(AU).
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Flavivirus/classificação , Arbovírus/classificação , Filogenia , Genoma/genética , Infecções por Flavivirus/transmissão , GenótipoRESUMO
A Síndrome Pulmonar por Hantavírus (SPH) na Amazônia brasileira vem sendo diagnosticada desde 1995, com a identificação do hantavírus Castelo dos Sonhos. Até setembro de 2007 já foram registrados 158 casos de SPH procedentes dos estados do Amazonas, Pará, Rondônia e Mato Grosso. O objetivo principal deste estudo foi à caracterização genética de hantavírus e determinação da associação vírus-hospedeiro dos hantavírus brasileiros associados com SPH em distintos ecossistemas amazônicos no Maranhão e Pará-Mato Grosso. As amostras biológicas, estudadas, procederam de casos de SPH, de inquérito sorológico humano e de espécimes de roedores provenientes de estudos ecoepidemiológicos realizados nos municípios de Anajatuba/MA, Campo Novo do Parecis/MT, Tangará da Serra/MT e Altamira/PA. Amostras de soros e/ou sangue de humanos, bem como sangue de roedores foram, inicialmente, submetidos ao teste imunoenzimático (ELISA) visando à detecção de anticorpos anti-hantavírus. A RT Nested-PCR e/ou RT Hemi-Nested-PCR, seguidas do seqüenciamento nucleotídico parcial do gene N e análises filogenéticas das amostras positivas foram realizados para caracterização genética. A amplificação do genoma viral foi obtida em três amostras humanas do Maranhão; três do Pará; e 20 de Mato Grosso; bem como em 14 amostras de roedores capturados, sendo três de Anajatuba [Necromys lasirus (n=1) e Oligoryzomys aff. fornesi (n=2)]; cinco roedores de Campo Novo do Parecis e dois de Tangará da Serra, todos da espécie Calomys aff. callosus; e quatro amostras de roedores da espécie Oligoryzomys aff. moojeni, dos estudos em Campo Novo do Parecis. O inquérito sorológico em humanos realizado no ano de 2005 em Anajatuba mostrou imunidade em 10,9por cento da população local estudada sugerindo a circulação de hantavírus autóctones e ocorrência silenciosa dessa virose na região. As análises filogenéticas entre as seqüências obtidas neste estudo e de outros hantavírus disponíveis no GenBank demonstraram...futuros.
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Ecossistema Amazônico , Orthohantavírus/classificação , Epidemiologia Molecular , Síndrome Pulmonar por Hantavirus/epidemiologia , Síndrome Pulmonar por Hantavirus/terapia , Brasil/epidemiologiaRESUMO
A Síndrome Pulmonar por Hantavírus (SPH) na Amazônia brasileira vem sendo diagnosticada desde 1995, com a identificação do hantavírus Castelo dos Sonhos. Até setembro de 2007 já foram registrados 158 casos de SPH procedentes dos estados do Amazonas, Pará, Rondônia e Mato Grosso. O objetivo principal deste estudo foi à caracterização genética de hantavírus e determinação da associação vírus-hospedeiro dos hantavírus brasileiros associados com SPH em distintos ecossistemas amazônicos no Maranhão e Pará-Mato Grosso. As amostras biológicas, estudadas, procederam de casos de SPH, de inquérito sorológico humano e de espécimes de roedores provenientes de estudos ecoepidemiológicos realizados nos municípios de Anajatuba/MA, Campo Novo do Parecis/MT, Tangará da Serra/MT e Altamira/PA. Amostras de soros e/ou sangue de humanos, bem como sangue de roedores foram, inicialmente, submetidos ao teste imunoenzimático (ELISA) visando à detecção de anticorpos anti-hantavírus. A RT Nested-PCR e/ou RT Hemi-Nested-PCR, seguidas do seqüenciamento nucleotídico parcial do gene N e análises filogenéticas das amostras positivas foram realizados para caracterização genética. A amplificação do genoma viral foi obtida em três amostras humanas do Maranhão; três do Pará; e 20 de Mato Grosso; bem como em 14 amostras de roedores capturados, sendo três de Anajatuba [Necromys lasirus (n=1) e Oligoryzomys aff. fornesi (n=2)]; cinco roedores de Campo Novo do Parecis e dois de Tangará da Serra, todos da espécie Calomys aff. callosus; e quatro amostras de roedores da espécie Oligoryzomys aff. moojeni, dos estudos em Campo Novo do Parecis. O inquérito sorológico em humanos realizado no ano de 2005 em Anajatuba mostrou imunidade em 10,9por cento da população local estudada sugerindo a circulação de hantavírus autóctones e ocorrência silenciosa dessa virose na região. As análises filogenéticas entre as seqüências obtidas neste estudo e de outros hantavírus disponíveis no GenBank demonstraram...futuros.(AU)
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Orthohantavírus/classificação , Síndrome Pulmonar por Hantavirus/epidemiologia , Síndrome Pulmonar por Hantavirus/terapia , Ecossistema Amazônico , Epidemiologia Molecular , Brasil/epidemiologiaRESUMO
Aborda, com enfoque histórico, episódios causados por arbovírus associados com doença no homem e decorrentes de projetos de desenvolvimento realizados em Manaus e alguns municípios do Estado do Amazonas.