RESUMO
O Centro de Referência e Treinamento DST/Aids-SP da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, inaugurou, em junho de 2009, em suas dependências, o primeiro ambulatório voltado exclusivamente à saúde integral de travestis e transexuais do país, com ênfase no processo transexualizador do Sistema Único de Saúde (SUS) e nas necessidades dessa população. Este artigo tem por objetivo apresentar as modalidades assistenciais ofertadas no serviço, as demandas da população atendida no ambulatório, suas vulnerabilidades, fatores de risco e resiliência a que está submetida, assim como as considerações e os desafios no campo da política pública voltada à população trans para promover seu acesso à atenção em saúde de forma acolhedora, livre de preconceito, julgamentos morais e práticas discriminatórias.
RESUMO
Resumo O objetivo deste trabalho é discutir os fatores determinantes da vulnerabilidade das mulheres negras a HIV/aids. Pela descrição e análise de dados socioeconômicos, de incidência e mortalidade de aids e da mortalidade de outras patologias, desenha-se o quadro epidemiológico que ressalta as iniquidades em saúde da população negra e, em particular, das mulheres desse segmento populacional. Quando comparadas às mulheres brancas, as negras apresentam, repetidamente, maior risco de adoecimento e morte. A discussão sobre violência sexual e doméstica reitera as disparidades e a maior vulnerabilidade social da mulher negra. As desigualdades socioeconômicas e o racismo institucional são as hipóteses explicativas para a alta vulnerabilidade às DST/aids das mulheres negras. Apenas com uma ampla gama de ações multissetoriais, incisivo enfrentamento do racismo institucional pelo Estado e fortalecimento do movimento social será possível iniciar a longa jornada para se alcançar o propalado princípio de equidade na saúde.
Abstract The aim of this paper is to discuss the determinants of the vulnerability of black women to HIV/AIDS. By describing and analyzing socioeconomic data, incidence and mortality by AIDS and other diseases, we have drawn an epidemiological framework that emphasizes health inequities of black people, particularly black women. When compared to white women, black women have repeatedly increased risk of illness and death. The discussion of sexual and domestic violence reiterates disparities and social vulnerability of the black women. Socioeconomic inequalities and institutional racism are explanatory hypotheses for the high vulnerability of black women to STD/AIDS. Only a wide range of multisectoral actions, incisive facing of institutional racism by the governments and strengthening of the social movement will allow the beginning of a long journey to reach the principle of equity in health.
Assuntos
Humanos , Feminino , Saúde da Mulher , Síndrome da Imunodeficiência Adquirida , HIV , População Negra , Violência contra a Mulher , Saúde Sexual , Fatores Socioeconômicos , Grupos de Risco , Mortalidade , Equidade em Saúde , Vulnerabilidade Social , Racismo , Direitos HumanosRESUMO
BACKGROUND: HIV infection in children is an important public health problem in the world, mainly in poorer countries. If all recommendations are followed, the elimination of HIV vertical transmission is a concrete possibility. This study aims to estimate vertical transmission rates of HIV in São Paulo State, Brazil, based on pregnant women diagnosed and reported in 2006, identifying potentially associated factors. METHODS: This study involves a retrospective cross-sectional analysis of information systems and records of infected pregnant women and children exposed to HIV. The rate of vertical transmission was estimated and variables associated with the antenatal, delivery, and postnatal periods were analyzed by the chi-square test, and Fisher exact test was used for variables with an expected frequency <5. The relative risks were calculated with 95% confidence intervals. RESULTS: The rate of vertical transmission in São Paulo state was 2.7% (95% confidence interval: 1.86 to 3.94) in 2006, decreasing 83.1% in comparison with 1988-1993. The main associated variables were lack of prenatal visits or <6 visits, no antiretroviral prophylaxis during labor or neonatal use for <6 weeks, and maternal breastfeeding. CONCLUSIONS: There is a decreasing trend of HIV vertical transmission in São Paulo with levels approaching elimination, which seems to be associated with antiretroviral policy and interruption of breastfeeding. Although there are serious operational issues, conditions exist to respond effectively. São Paulo state demonstrates that it is possible to achieve advanced levels of control for this mode of HIV transmission.
Assuntos
Infecções por HIV/prevenção & controle , Infecções por HIV/transmissão , Transmissão Vertical de Doenças Infecciosas/prevenção & controle , Adolescente , Adulto , Fármacos Anti-HIV/uso terapêutico , Brasil , Aleitamento Materno , Estudos Transversais , Feminino , Fidelidade a Diretrizes , Humanos , Incidência , Lactente , Recém-Nascido , Pessoa de Meia-Idade , Gravidez , Estudos Retrospectivos , Adulto JovemRESUMO
INTRODUÇÃO: O artigo apresenta experiência de implantação e implementação do quesito cor/raça nos serviços de atendimento às DST/Aids no Estado de São Paulo (ESP), através de parceria firmada em 2004 entre a Divisão de Prevenção do Programa Estadual DST/Aids do ESP e o Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdade (CEERT), visando executar um projeto serviços. Trinta e cinco serviços de atendimento às DST/Aids foram envolvidos no projeto e foram realizadas, de 2004 e 2006, sete oficinas de sensibilização e monitoramento do processo de implantação do quesito cor/raça, segundo metodologia de construção participativa e compartilhada do conhecimento, proposta pelo CEERT. Como resultado, verificou-se que o processo de discussão e de reflexão da temática étnico-racial torna a implantação do quesito cor/raça mais fácil. Os folhetos e cartazes propiciam o esclarecimento de profissionais e usuários, facilitando a implantação do quesito. Investir na capacitação dos profissionais da recepção dos usuários é importante para a implantação desse quesito nos serviços de saúde. CONCLUSÃO: A partir desta experiência o Grupo de Trabalho Etnias do Programa Estadual DST/Aids vem ampliando sua atuação. Em 2006, com a parceria das profissionais do Instituto AMA-Psique, iniciou-se o processo para 13 novos municípios, consolidando a implantação do quesito cor/raça no ESP. Esperamos que as informações produzidas possam sensibilizar as diversas esferas, para que sejam propostas e aprovadas políticas públicas que promovam a eqüidade racial na saúde e a qualidade de vida para população negra e indígena.(AU)
This paper describes the experience to implement a systematic collection of these data on color/race in the STD/Aids care services in the State of São Paulo (SSP), through a partnership signed in 2004 between the Prevention Division of the STD/Aids State Program of the SSP and CEERT (initials in Portuguese for Center of Studies on Work Relations and Inequality) to carry out a project question in these services. Thirty-five STD/Aids care services were involved in the project and between 2004 and 2006, seven workshops of sensitization and monitoring of the process of implementation of the color/race question were held. It was observed that the process of discussion and reflection on the ethnic-racial theme renders the implementation easier. The campaign material provides clarification for the team of professionals and for the users, facilitating the implementation of this question. Investing in the qualification of reception professionals is important for the implementation of this question in the health services. CONCLUSION: With this experience, the Work Group Ethnicities of the STD-Aids State Program has broadened its performance. In 2006, with the partnership of the professionals of the AMA-Psique Institute, the process was extended to 13 new cities, consolidating the implementation of the color/race question in the STD-Aids services in the SSP. We hope that the produced information can sensitize the diverse spheres, so that public policies that promote racial equity in health and quality of life for black and aboriginal population are proposed and approved.(AU)
Assuntos
Etnicidade , Serviços de SaúdeRESUMO
INTRODUÇÃO: O artigo apresenta experiência de implantação e implementação do quesito cor/raça nos serviços de atendimento às DST/Aids no Estado de São Paulo (ESP), através de parceria firmada em 2004 entre a Divisão de Prevenção do Programa Estadual DST/Aids do ESP e o Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdade (CEERT), visando executar um projeto serviços. Trinta e cinco serviços de atendimento às DST/Aids foram envolvidos no projeto e foram realizadas, de 2004 e 2006, sete oficinas de sensibilização e monitoramento do processo de implantação do quesito cor/raça, segundo metodologia de construção participativa e compartilhada do conhecimento, proposta pelo CEERT. Como resultado, verificou-se que o processo de discussão e de reflexão da temática étnico-racial torna a implantação do quesito cor/raça mais fácil. Os folhetos e cartazes propiciam o esclarecimento de profissionais e usuários, facilitando a implantação do quesito. Investir na capacitação dos profissionais da recepção dos usuários é importante para a implantação desse quesito nos serviços de saúde. CONCLUSÃO: A partir desta experiência o Grupo de Trabalho Etnias do Programa Estadual DST/Aids vem ampliando sua atuação. Em 2006, com a parceria das profissionais do Instituto AMA-Psique, iniciou-se o processo para 13 novos municípios, consolidando a implantação do quesito cor/raça no ESP. Esperamos que as informações produzidas possam sensibilizar as diversas esferas, para que sejam propostas e aprovadas políticas públicas que promovam a eqüidade racial na saúde e a qualidade de vida para população negra e indígena.
This paper describes the experience to implement a systematic collection of these data on color/race in the STD/Aids care services in the State of São Paulo (SSP), through a partnership signed in 2004 between the Prevention Division of the STD/Aids State Program of the SSP and CEERT (initials in Portuguese for Center of Studies on Work Relations and Inequality) to carry out a project question in these services. Thirty-five STD/Aids care services were involved in the project and between 2004 and 2006, seven workshops of sensitization and monitoring of the process of implementation of the color/race question were held. It was observed that the process of discussion and reflection on the ethnic-racial theme renders the implementation easier. The campaign material provides clarification for the team of professionals and for the users, facilitating the implementation of this question. Investing in the qualification of reception professionals is important for the implementation of this question in the health services. CONCLUSION: With this experience, the Work Group Ethnicities of the STD-Aids State Program has broadened its performance. In 2006, with the partnership of the professionals of the AMA-Psique Institute, the process was extended to 13 new cities, consolidating the implementation of the color/race question in the STD-Aids services in the SSP. We hope that the produced information can sensitize the diverse spheres, so that public policies that promote racial equity in health and quality of life for black and aboriginal population are proposed and approved.
Assuntos
Etnicidade , Serviços de SaúdeRESUMO
The first case of AIDS due to occupational exposure in Brazil is described. The accident occurred in 1994 and the health care worker was classified as AIDS-positive with unidentified risk in 1997. The correct classification as occupational exposure occurred after an epidemiological investigation conducted in 1999.
Assuntos
Humanos , Ferimentos Penetrantes Produzidos por Agulha , Exposição Ocupacional , Pessoal de Saúde , Síndrome da Imunodeficiência Adquirida/diagnóstico , Síndrome da Imunodeficiência Adquirida/transmissão , Brasil , Anticorpos Anti-HIV , Fatores de Risco , Fármacos Anti-HIV , Síndrome da Imunodeficiência Adquirida/tratamento farmacológico , Síndrome da Imunodeficiência Adquirida/etiologiaRESUMO
O HIV, inicialmente vinculado a homens que fazem sexo com homens (HSH), particularmente nos países industrializados e na América Latina, disseminou-se rapidamente entre os diversos segmentos, alcançado mulheres, homens com prática heterossexual e crianças. A crescente desigualdade entre países desenvolvidos e em desenvolvimento reflete-se, tanto na propagaçäo do HIV, quanto na mortalidade por aids. Na medida em que se acentuam as diferenças de acesso ao tratamento, diminui a mortalidade por aids no países mais ricos e aumenta nos países mais pobres, exceçäo feita ao Brasil, um dos poucos países que adotaram a política de distribuiçäo gratuita de antiretrovirais. Os maiores coeficientes de incidência aparecem nos indivíduos de 30 a 39 anos, sendo que tanto o número de casos como o de óbitos mostra um ligeiro aumento nas idades mais avançadas, indicando um leve ôenvelhecimentoö da epidemia. O crescimento do número de casos entre homens heterossexuais, junto ao marcante predomínio desta forma de transmissäo na populaçäo feminina, corrobora a hipótese de heterossexualizaçäo da epidemia. O atual sistema de vigilância epidemiológica de aids é baseado na notificaçäo de casos e tem sido utilizado como principal fonte de informaçäo para observaçäo das tendências da epidemia e para o planejamento das atividades de prevençäo e assistência, assim como para divulgaçäo da doença para a populaçäo em geral. Reflete uma situaçäo de vários anos após a infecçäo ter acontecido, e este intervalo de tempo tende a aumentar em virtude de diversos fatores, tais como a introduçäo dos anti-retrovirais, entre outros, levando ao aumento do tempo para os casos entrarem no sistema de informaçäo, fazendo com que as informaçöes do sistema atual fiquem cada vez mais distantes da real magnitude da infecçäo pelo HIV. Dessa forma, outras estratégias têm sido implementadas para se avaliar as tendências da infecçäo pelo HIV e para subsidiar novas atividades de prevençäo e controle, tais como: a notificaçäo compulsória de gestantes HIV positivas e crianças expostas ao HIV; notificaçäo dos portadores assintomáticos do HIV; aprimoramento da investigaçäo sobre a situaçäo de risco dos casos de HIV/aids e incorporaçäo do quesito cor/raça na notificaçäo de casos de aids para subsidiar a definiçäo de grupos de risco acrescido e de maior vulnerabilidade; assim como os sistemas de vigilância de segunda geraçäo, que objetivam identificar as tendências do comportamento e de prevalência da infecçäo
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Envelhecimento , HIV , Heterossexualidade , Feminização , Síndrome da Imunodeficiência Adquirida , Monitoramento EpidemiológicoRESUMO
O HIV, inicialmente vinculado a homens que fazem sexo com homens (HSH), particularmente nos países industrializados e na América Latina, disseminou-se rapidamente entre os diversos segmentos, alcancado mulheres, homens com prática heterossexual e criancas. A crescente desigualdade entre países desenvolvidos e em desenvolvimento reflete-se, tanto na propagacão do HIV, quanto na mortalidade por aids. Na medida em que se acentuam as diferencas de acesso ao tratamento, diminui a mortalidade por aids no países mais ricos e aumenta nos países mais pobres, excecão feita ao Brasil, um dos poucos países que adotaram a política de distribuicão gratuita de antiretrovirais. Os maiores coeficientes de incidência aparecem nos indivíduos de 30 a 39 anos, sendo que tanto o número de casos como o de óbitos mostra um ligeiro aumento nas idades mais avancadas, indicando um leve ôenvelhecimentoõ da epidemia. O crescimento do número de casos entre homens heterossexuais, junto ao marcante predomínio desta forma de transmissão na populacão feminina, corrobora a hipótese de heterossexualizacão da epidemia. O atual sistema de vigilância epidemiológica de aids é baseado na notificacão de casos e tem sido utilizado como principal fonte de informacão para observacão das tendências da epidemia e para o planejamento das atividades de prevencão e assistência, assim como para divulgacão da doenca para a populacão em geral. Reflete uma situacão de vários anos após a infeccão ter acontecido, e este intervalo de tempo tende a aumentar em virtude de diversos fatores, tais como a introducão dos anti-retrovirais, entre outros, levando ao aumento do tempo para os casos entrarem no sistema de informacão, fazendo com que as informacões do sistema atual fiquem cada vez mais distantes da real magnitude da infeccão pelo HIV. Dessa forma, outras estratégias têm sido implementadas para se avaliar as tendências da infeccão pelo HIV e para subsidiar novas atividades de prevencão e controle, tais como: a notificacão compulsória de gestantes HIV positivas e criancas expostas ao HIV; notificacão dos portadores assintomáticos do HIV; aprimoramento da investigacão sobre a situacão de risco dos casos de HIV/aids e incorporacão do quesito cor/raca na notificacão de casos de aids para subsidiar a definicão de grupos de risco acrescido e de maior vulnerabilidade; assim como os sistemas de vigilância de segunda geracão, que objetivam identificar as tendências do comportamento e de prevalência da infeccão (AU)
Assuntos
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida , HIV , Heterossexualidade , Feminização , Envelhecimento , Monitoramento EpidemiológicoRESUMO
Um dos grandes avancos conquistados nesta decada para evitar a transmissao vertical e a terapia anti-retroviral. Para usufruir desse beneficio, no entanto, as mulheres gravidas devem ser testadas e diagnosticadas precocemente. Apesar de disseminada informacao sobre HIV/AIDS e frequente que as gestantes cheguem ao parto sem nunca terem realizado o teste HIV e, se infectadas, sem utilizarem terapia anti-retroviral. Nesse sentido, o presente estudo avalia se as gestantes receberam informacoes sobre HIV no pre-natal, se realizaram testes sorologicos de HIV no pre-natal e no parto ea prevalencia do HIV em parturientes de cinco maternidades. O principal objetivo deste estudo é avaliar nas paulistanas as informacoes e o impacto do teste rapido HIV para prevencao da transmissao vertical. Os dados demograficos, partos pregressos e as informacoes sobre conhecimento do HIV, foram coletados mediante aplicacao de um questionario associado a oferta do teste rapido de HIV. Participaram 1325 parturientes que procuraram as cinco maternidades do municipio de Sao Paulo, por um periodo de 30 dias. 1196 mulheres informaram sobre a idade, 50 porcento delas tinhas entre 21 e 30 anos e 41(3,4 porcento) eram jovens entre 12 e 15 anos. A media de partos pregressa foi de 2,5 com mediana de 2,0 partos. De 1007 gestantes (76 porcento) realizaram o pre-natal e 175(13,2 porcento) nao o fizeram. A media do inicio do pre-natal foi no 18ª semana e a media de consultas na gestacao foi de 5,9 com mediana de 6,0
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Gravidez , Recém-Nascido , HIV , Transmissão Vertical de Doenças Infecciosas , Maternidades , Testes SorológicosRESUMO
Säo estudados os óbitos por acidentes do trabalho quanto a sua distribuiçäo por sexo, ramo de atividade, horário e dias de ocorrência, entre outros fatores, em populaçäo da Grande Säo Paulo, no período de 1979 a 1982, analisando-se informaçöes de laudos técnicos de acidentes encontrados no Instituto de Criminalística de Säo Paulo