RESUMO
Background: A better understanding of the consequences of the Coronavirus Disease 2019 (COVID-19) pandemic on lifestyle of patients with Chagas disease (ChD) is of paramount importance to facilitate the implementation of intervention strategies tailored to this specific population. Objective: The present study aimed to evaluate the level of physical activity (PA) in Chagas disease (ChD) patients during the Coronavirus Disease 2019 (COVID-19) pandemic and its main associated factors. Methods: This is a cross-sectional study with 187 patients of both sexes, aged ≥18 years, followed in a national infectious disease center (Rio de Janeiro, Brazil). The level of PA was determined by the International Physical Activity Questionnaire short version and expressed in terms of total volume of physical activity (PA) (MET-minutes per week). Individuals were classified as physically active following the 2020 World Health Organization PA guideline. The exposure variables were age, sex, race, marital status, schooling, income per capita, number of rooms per domicile, number of residents per domicile, body mass index, clinical form of ChD, COVID-19 antibodies, comorbidities, self-reported anxiety, self-reported depression, self-reported fear, and self-reported sadness. The association between the exposure variables with total PA (as a continuous variable) was determined using univariate and multivariate linear regression models. Results: Mean age was 61.1 ± 11.6 years. Most (62%) were women and self-declared their race as mixed (50.8%). The percentage of physically active individuals according to was 52%. The variables independently associated with total PA levels were non-white race (Exp ß = 1.39; 95% CI 1.02 to 1.90), dyslipidemia (Exp ß = 0.73; 95% CI 0.56 to 0.95) and self-reported depression during quarantine (Exp ß = 0.71; 95% CI 0.52 to 0.96). Conclusion: Non-white race was positively associated with total levels of PA, while dyslipidemia, and self-reported depression during quarantine were negatively associated with total levels of PA. The identification of associated factors can facilitate the development of tailored strategies to increase PA levels ChD patients.
RESUMO
The increase in life expectancy and the migration of individuals with Chagas disease (ChD) from rural to urban centers exposes them to the development of chronic-degenerative abnormalities that may increase the prevalence of metabolic syndrome (MetS). The present study aimed to identify the prevalence of MetS and its components in individuals with chronic ChD. This is a cross-sectional study with 361 patients of both sexes, aging >18 years, followed at a national reference center (Rio de Janeiro, Brazil). MetS diagnosis followed the International Diabetes Federation 2005 criteria. The association between the variables was determined through logistic regression models. The mean age was and 60.7±10.8 years. About half (56.2%) were female and the majority self-reported their race as mulatto (59.8%). The percentage of individuals with MetS was 40.4%. The variables independently associated with MetS were age (OR 1.06; 95%CI 1.04-1.09), high education levels (OR 0.36; 95%CI 0.17-0.79) and cardiac form with heart failure (OR 0.34; 95%CI 0.17-0.68). Therefore, a high prevalence of MetS was found in this Brazilian chronic ChD cohort. The identification of the associated factors can facilitate the development of effective approaches for preventing and managing MetS in ChD patients.
Assuntos
Doença de Chagas/complicações , Síndrome Metabólica/epidemiologia , Adulto , Brasil , Doença de Chagas/epidemiologia , Feminino , Humanos , Masculino , Pessoa de Meia-Idade , PrevalênciaRESUMO
A doença de Chagas (DC) é uma doença parasitária causada pelo protozoário flagelado Tripanosoma cruzi, com prevalência estimada de 6 a 7 milhões de indivíduos em todo o mundo. O aumento na expectativa de vida bem como a migração de grande parte da população da zona rural para os grandes centros urbanos expõem estes indivíduos a uma série de hábitos de vida que favorecem o desenvolvimento de alterações crônico-degenerativas, tais como obesidade, resistência insulínica, hipertensão arterial e dislipidemia, fatores estes que, em conjunto, elevam de forma importante o risco de eventos cardiovasculares e de morte, contribuindo para ocorrência de uma importante condição clínica conhecida como síndrome metabólica (SM). O presente trabalho teve como objetivo identificar a prevalência da SM em indivíduos com DC crônica, além de estimar as principais comorbidades que vêm acometendo essa população. Também foram analisadas as variáveis relacionadas ao perfil socioeconômico, estilo de vida, estado nutricional, pressão arterial e perfil metabólico. Trata-se de um estudo transversal com 361 pacientes de ambos os sexos, maiores de 18 anos, acompanhados regularmente no INI/Fiocruz. A classificação da forma clínica da DC seguiu critérios estabelecidos pelo II Consenso Brasileiro em DC de 2015. A classe funcional seguiu critérios estipulados pela New York Heart Association (NYHA), as comorbidades (obesidade, hipertensão arterial, diabetes mellitus e dislipidemia) seguiram os critérios estabelecidos pelas Sociedade Brasileira de Diabetes e Sociedade Brasileira de Cardiologia. Informações sobre idade, sexo, escolaridade, cor da pele e renda familiar também foram coletadas. Em relação ao estilo de vida foram coletadas informações sobre o uso de cigarros, álcool e nível de atividade física. Para definição da SM foram utilizados os critérios determinados pela Federação Internacional de Diabetes (2006). A associação entre as variáveis investigadas foi determinada por meio de modelos de regressão logística. O nível de significância estatística adotado para todos os testes foi de p<0,05. A amostra estudada apresentou uma frequência maior de mulheres (56,2%), mulatos (59,8%), baixa renda (R$925,60) e idade média de 60,7 anos. O percentual de indivíduos com SM foi 40,4%. Dentre as comorbidades, observou-se que as prevalências de hipertensão, dislipidemia, obesidade e diabetes foram de 67%, 53%, 26% e 21%, respectivamente. A forma cardíaca sem insuficiência cardíaca foi a mais prevalente (43,5%). A maior parte dos pacientes apresentou um nível moderado de atividade física (48%). As principais variáveis associadas a presença de SM foram idade (OR 1,05; IC 95% 1,02 \2013 1,08), baixa escolaridade (OR 0,27; IC 95% 0,11 \2013 0,64), gordura epicárdica (OR 1,28; IC 95% 1,11 \2013 1,46), fração de ejeção (OR 1,04; IC 95% 1,02 \2013 1,06) e classe funcional (OR 2,20; IC 95% 1,19 \2013 4,04). Os resultados do presente estudo permitem concluir que a população estudada apresentou uma elevada frequência de alterações crônico degenerativas que podem comprometer seu estado de saúde. Portanto, uma melhor compreensão do papel das comorbidades e dos fatores metabólicos associados a DC crônica serão essenciais para otimizar uma atenção integral desses pacientes no futuro.