A partir de ações do
poder público durante o
enfrentamento da pandemia de Covid-19 no que tange aos
direitos sexuais e reprodutivos , busca-se refletir sobre o descaso do
Estado brasileiro em relação à
saúde das mulheres , sobretudo as usuárias do
Sistema Único de Saúde , descumprindo princípios assegurados constitucionalmente. A
pandemia vem atingindo sobremaneira no
país populações historicamente excluídas por diversos eixos de opressão e subalternização social. Sublinha-se o arrefecimento da
assistência em saúde sexual e reprodutiva, que pode redundar em gravidezes imprevistas, abortos inseguros e mortes maternas, agravando
condições sociais de
vida de um grande contingente populacional. Argumenta-se que aportes teóricos oriundos dos estudos do
feminismo negro , nomeadamente
interseccionalidade e
justiça reprodutiva, ao articularem os marcadores sociais da diferença ao princípio de
justiça social , auxiliam-nos na
compreensão dessas
desigualdades sociais e na resistência coletiva ao desmonte das
políticas de saúde . (AU)
Through the
analysis of
government actions during the response to the Covid-19 pandemic related to sexual and
reproductive rights , this article reflects on the Brazilian
government 's neglect of
women's health , especially in relation to users of the country's
unified health system , violating the principles enshrined in the
constitution . The
pandemic has particularly affected
populations who have been historically excluded by various forms of oppression and subjugation. The findings highlight the slackening of
sexual and reproductive health care, which can result in
unplanned pregnancy , unsafe
abortion and
maternal death , worsening the
social conditions of a large segment of the
population . By articulating the social markers of difference and the principle of
social justice , it is argued that theoretical contributions from the field of black
feminism , namely
intersectionality and reproductive
justice , can help understand
social inequalities and promote collective resistance to the dismantling of the country's
health policies . (AU)
A partir de acciones del
poder público durante el
enfrentamiento de la pandemia de Covid-19 en lo que se refiere a los
derechos sexuales y reproductivos , se busca reflexionar sobre la desatención del
Estado brasileño con relación a la
salud de las mujeres , principalmente de las usuarias del
Sistema Único de Salud , incumpliendo principios asegurados constitucionalmente. La pandemia ha golpeado en el país principalmente a poblaciones históricamente excluidas por diversos ejes de opresión y subalternización social. Se subraya la disminución de la asistencia de
salud sexual y reproductiva que puede causar embarazos imprevistos, abortos inseguros, muertes maternas, agravando
condiciones sociales de
vida de un gran
grupo poblacional . Se argumenta que contribuciones teóricas provenientes de los estudios del
feminismo negro , notablemente
interseccionalidad y
justicia reproductiva, por articular los marcadores sociales de la diferencia al principio de
justicia social , nos auxilian en la
comprensión de estas
desigualdades sociales y en la resistencia colectiva al desmontaje de las
políticas de salud . (AU)