Artigo
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| LILACS, Index Psi (psicologia) | ID: biblio-981354
A autora apresenta, de forma evolutiva e resumida, algumas ideias de Freud em relação ao sentimento de ódio e seu papel na gênese do Eu. Mostra como na teoria freudiana, primeiramente, o ódio surge relacionado à ambivalência amor-ódio em relação ao mesmo objeto. Em seguida, desenvolve os aspectos teóricos que sofreram alterações com a introdução do narcisismo, para, então, complementar com o que surge a partir da introdução da dialética de 1920, pulsão de vida e pulsão de morte. O texto pretende estabelecer uma conexão teórica entre o surgimento do ódio e a nova ação psíquica, ação que tende a complexizar o narcisismo. A autora estabelece conexões teóricas com movimentos pulsionais de destruição, resultantes do duplo retorno da pulsão de destruição, força propulsora que desestabiliza a construção de um alicerce narcísico estruturante do sujeito, abrindo as vias para o surgimento de um narcisismo destrutivo. Finalmente, apresenta uma síntese dos argumentos teóricos que permitem pensar a hipótese de que a relação do ódio e a nova ação psíquica se baseiam em elementos teóricos que irão se entrelaçar entre as duas tópicas (a) conflito de ambivalência; (b) desamparo, narcisismo primordial e angústia primordial; (c) sensorialidade-não-ligada; (d) interrupção no ritmo presença-ausência e a periodicidade; (e) trabalho do negativo estruturante e narcisismo negativo ou mortífero; (f) ódio como marcador de uma intensidade energética destrutiva; (g) a nova ação psíquica resultado da progressiva complexidade do narcisismo; (h) ódio e Drang; (i) objeto primário revestido de ódio e a falha na estratificação narcísica.