A
profilaxia antimicrobiana é uma das
medidas de controle da
infecção da ferida cirúrgica . Mesmo com os princípios básicos hoje bem estabelecidos, cerca de 40 por cento das indicações habituais de
profilaxia são inadequadas e um dos erros mais comuns está relacionado à duração, em geral superior a 48 horas. Ajustes na
profilaxia , além de favorecer sua
eficácia na
prevenção da
infecção cirúrgica, provavelmente contribuiriam para reduzir a
pressão seletiva sobre a
emergência de
bactérias resistentes e
custos hospitalares . A simples
instituição de uma rotina de
antibiótico -
profilaxia não garante a adesão dos
cirurgiões para adequação do uso de
antimicrobianos . No presente estudo, uma intervenção foi realizada na Disciplina de
Gastroenterologia Cirúrgica da
Universidade Federal de São Paulo -
Escola Paulista de
Medicina , com a implantação de uma rotina de
profilaxia , com a
supervisão direta de um infectologista. Os
objetivos deste estudo foram avaliar a adequação do uso do
antibiótico profilático e seu efeito sobre a
infecção cirúrgica
pós -operatória. Foi considerada adequada a
profilaxia com duração
menor ou igual a 24 horas. Dos 318
procedimentos cirúrgicos realizados nos períodos pré e
pós -intervenção, em 67,9 por cento foi usado um
antibiótico profilático. A intervenção reduziu o uso inadequado de
antibiótico de 46,3 por cento para 20,4 por cento (X²= 15,59; p<0,05).
Infecção do sítio cirúrgico ocorreu em 35,8 por cento dos
procedimentos , não se observando modificação deste índice com a adequação da
antibiótico -
profilaxia . A participação do infectologista é importante na difícil tarefa de racionalizar o uso dos
antimicrobianos em nível hospitalar