RESUMO
Este trabalho teve por objetivo analisar a cobertura do acompanhamento dos óbitos pelas Equipes de Saúde da Família às pessoas residentes na área de atuação de três Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Londrina (PR). Partindo da listagem dos óbitos ocorridos na área, fornecida pela Secretaria Municipal de Saúde, foram consultados os registros das unidades (formulários do Sistema de Informação de Atenção Básica - SIAB - e prontuários) e realizados contatos domiciliares. Foram identificados 95 óbitos de residentes com predomínio do sexo masculino e faixa etária de 50 anos ou mais. Dos óbitos, 28,4% foram em decorrência de doenças do aparelho circulatório, seguido pelas causas externas (17,9%) e neoplasias (15,8%). Em relação à utilização do serviço, 16,7% não tiveram nenhum tipo de atendimento registrado nos seis meses que antecederam o óbito e a concentração de atendimento foi em média de 5,1 por pessoa. Dos 60 prontuários encontrados, em 48 havia o registro de que a pessoa havia falecido, e 10 ainda estavam arquivados entre os ativos. Em 16 casos, não havia registro em nenhuma fonte consultada. Conclui-se que há uma baixa cobertura do acompanhamento do óbito, o que indica uma vinculação parcial entre as Equipes de Saúde da Família e a população residente em sua área de abrangência.
The aim of this study was to analyze the coverage of the death surveillance by family health teams regarding the people living in the area assisted by three basic health units (BHU) in Londrina city, Paraná, Brazil. Data was obtained from the deaths lists in the area, provided by the municipal health secretariat; from records of the BHUs (basic health information system forms and patient charts); and from home visits. Ninety-five deaths of local inhabitants were identified, mostly males, aged 50 and older. A total of 28.4% of the deaths were due to circulatory system diseases, followed by external causes (17.9%) and neoplasms (15.8%). It has been found that 16.7% of the people who died were not seen by the BHUs during the six months prior to their deaths, and the appointments average was at 5.1 per person. Out of the 60 medical records found, 48 mentioned the patient?s death, and 10 were still kept as active file. In 16 cases, no records were found in any of the sources. It has been concluded that there is a low coverage of death surveillance, which indicates a weak link between the Family Health Teams and the population living in the area which is under their responsibility.