RESUMO
Pode-se afirmar que a teoria pós-bioniana do campo analítico representa a complementação de alguns princípios freudianos clássicos que, finalmente, somos capazes de assumir em sua totalidade, filtrados através do pensamento de Bion: o inconsciente como função psicanalítica da personalidade, o inconsciente inacessível, o trabalho do sonho como atividade de simbolização, um método sistemático de dúvida (o equivalente da epoché em fenomenologia), o modelo pelo qual uma mente se desenvolve a partir de outra mente e da qualidade da sua capacidade de reverie, a reformulação dos escopos da terapia (não mais traduzir o inconsciente no consciente, mas criar/gerar o inconsciente), a ênfase nos continentes psíquicos mais do que nos conteúdos, a centralidade atribuída às transformações psíquicas e o esclarecimento dessas transformações graças às teorias da narratologia. O autor propõe, no presente trabalho, alguns aprofundamentos da teoria do campo analítico na forma de um pequeno glossário mais ou menos imaginifico. Os termos referem-se mais a ferramentas teórico-técnicas úteis para recontatar a dimensão oníricoinconsciente da conversa analítica: a diferença entre fazer análise/ser analista; a metáfora das forças do campo analítico; a nova maneira de conceber o inconsciente como transindividual e cultural ao invés de algo originário e constituído pelos instintos, pelo passado filogenético e pela animalidade removida; as nuances do termo metamorfose em relação ao de transformação; os conceitos de personagem, reverie e reverie corporal, receptividade, transformações em sonho e em alucinose; o conceito de verdade como imediato e uníssono(AU)
Post-Bionian analytic field theory can be said to complement some classic Freudian principles, which we are finally able to fully adopt, filtered through Bion's thought: the unconscious as the psychoanalytic function of personality, the inaccessible unconscious, the dream work as a symbolization activity, a method of systematic doubt (corresponding to epoché in phenomenology), the model by which the mind develops itself from another mind and from the quality of its capacity for reverie, the reformulation of the purposes of therapy (i.e., no longer translating the unconscious into the conscious, but creating/generating the unconscious), the emphasis on the psychic containers more than on contents, the centrality conferred to psychic transformations and the clarifying of these transformations thanks to narratological theories. The author herein presents some reflections regarding the analytic field theory in the form of a brief and roughly imaginifico glossary. The terms refer to theoretical and practical tools that can be used to re-establish contact with the unconscious-oneiric dimension of the analytic conversation: the difference between doing analysis/being an analyst; the metaphor of the analytic field forces; the new way of conceiving the unconscious as being transindividual and cultural instead of something primary and composed of instincts, a phylogenetic past and removed animality; the nuances of the term 'metamorphosis' compared to that of 'transformation'; the concepts of character, reverie and bodily reverie, receptivity, transformations in dreams and in hallucinosis; the concept of truth as immediacy and unison(AU)
Se puede afirmar que la teoría posbioniana del campo analítico representa el complemento de algunos principios freudianos clásicos que, al fin, somos capaces de asumir en su totalidad, filtrados por el pensamiento de Bion: el inconsciente como función psicoanalítica de la personalidad, lo inconsciente inaccesible, el trabajo del sueño como actividad de simbolización, un método sistemático de duda (el equivalente de la epoché en fenomenología), el modelo según el cual una mente se desarrolla a partir de otra mente y de la cualidad de su capacidad de reverie, la reformulación de los objetivos de la terapia (ya no traducir lo inconsciente en lo consciente, sino crear/generar lo inconsciente), el énfasis en los continentes psíquicos más que en los contenidos, la centralidad atribuida a las transformaciones psíquicas y la aclaración de esas transformaciones gracias a las teorías de la narratología. El autor plantea, en el presente trabajo, algunas profundizaciones de la teoría del campo analítico en la forma de un pequeño glosario más o menos imaginifico. Los términos se refieren más a herramientas teórico-técnicas útiles para reacceder a la dimensión onírico-inconsciente de la conversación analítica: la diferencia entre hacer análisis/ser analista; la metáfora de las fuerzas del campo analítico; la nueva manera de concebir lo inconsciente como transindividual y cultural en vez de como algo originario y constituido por los instintos, por el pasado filogenético y por la animalidad removida; los matices del término metamorfosis con relación a transformación; los conceptos de personaje, reverie y reverie corporal, receptividad, transformaciones en sueño y en alucinosis; el concepto de verdad como inmediato y unísono(AU)
Assuntos
Teoria Psicanalítica , Terapia Psicanalítica , Inconsciente PsicológicoRESUMO
O autor propõe teorias fracas como meio de investigação psicanalítica, tanto para a clínica quanto para os conceitos. Inicia com as dificuldades em grupos psicanalíticos, tanto em discutir a situação clínica quanto os conceitos. Como instrumento de trabalho descreve quatro situações clínicas que são acompanhadas de comentários, tanto os feitos durante a sessão quanto as reflexões que essas situações suscitaram e que desaguaram nas teorias fracas, como as do despontar da criatividade, prudência, hipnotismo, de causalidade e outras. Estas serviram de instrumento para o exame de uma teoria forte - transformação em alucinose - e permitiram sugerir que está ligada ao vínculo de ódio, enquanto com o uso das teorias fracas, salienta-se a importância dos vínculos de amor e conhecimento. A correlação destes fatos vai determinar um novo posicionamento teórico e clínico. Com o exame do fator probabilidade encaminha-se para a conclusão sobre a pluralidade das teorias na psicanálise atual, por enquanto mantendo uma unidade. Breve exame das teorias cognitivas e neurociências trazem perspectivas de enriquecimento, embora de difícil uso para um psicanalista comum, sendo que estes acréscimos não mudam a situação de pluralidade
El autor propone teorías débiles como medio de investigación psicoanalítica, tanto para la clínica cuanto para los conceptos. Inicia con las dificultades en grupos psicoanalíticos, tanto en discutir la situación clínica cuanto los conceptos. Como instrumento de trabajo describe cuatro situaciones clínicas acompañadas de comentarios, tanto los hechos durante la sesión cuanto las reflexiones que éstas situaciones despertaron y desembocaron en las teorías débiles, como las de despuntar de la creatividad, prudencia, hipnotismo, de causalidad y otras. Estas sirvieron de instrumento para el examen de una teoría fuerte - transformación en alucinosis - y permitieron sugerir que está ligada al vínculo de odio, mientras que, con el uso de las teorías débiles, resalta la importancia de los vínculos de amor y conocimiento. La correlación de estos hechos va a determinar un nuevo posicionamiento teórico y clínico. Con el examen del factor probabilidad se encamina para la conclusión manteniendo la unidad. Breve examen de las teorías cognitivas y neurociencias traen perspectivas de enriquecimiento, a pesar de difícil uso para un psicoanalista común, siendo que estos acrecimos no cambian la situación de pluralidad
The author proposes weak theories as a mean of psychoanalytical investigation, both for clinical purposes and for the concepts. It starts out with the difficults in psychoanalytical groups, both in discussing the clinical situation and the concepts. As work tool, it describes four clinical situations that are followed by comments, both those made during the session, and the reflections that these situations have evoked and that flown into weak theories, as well as those belonging to the drawn of creativity, caution, hypnotism, causality and others. These have served as a tool for the examination of a strong theory - transformation in hallucinosis - and allowed the suggestion that it is connected to the bond of hatred, while, with the use of weak theories, the importance of the bonds of love and knowledge is highlighted. The correlation of these facts will establish a new theoretical and clinical positioning. With the examination of the probability factor, one walks toward the conclusion on the plurality of present psychoanalysis theories, while keeping a unity. A brief review of the cognitive theories and neurosciences bring perspectives of enrichment, albeit of difficult use for the ordinary psychoanalyst, when these additions do not change the situation of plurality
Assuntos
Humanos , Prática Profissional , Teoria PsicanalíticaRESUMO
O autor propõe teorias fracas como meio de investigação psicanalítica, tanto para a clínica quanto para os conceitos. Inicia com as dificuldades em grupos psicanalíticos, tanto em discutir a situação clínica quanto os conceitos. Como instrumento de trabalho descreve quatro situações clínicas que são acompanhadas de comentários, tanto os feitos durante a sessão quanto as reflexões que essas situações suscitaram e que desaguaram nas teorias fracas, como as do despontar da criatividade, prudência, hipnotismo, de causalidade e outras. Estas serviram de instrumento para o exame de uma teoria forte - transformação em alucinose - e permitiram sugerir que está ligada ao vínculo de ódio, enquanto com o uso das teorias fracas, salienta-se a importância dos vínculos de amor e conhecimento. A correlação destes fatos vai determinar um novo posicionamento teórico e clínico. Com o exame do fator probabilidade encaminha-se para a conclusão sobre a pluralidade das teorias na psicanálise atual, por enquanto mantendo uma unidade. Breve exame das teorias cognitivas e neurociências trazem perspectivas de enriquecimento, embora de difícil uso para um psicanalista comum, sendo que estes acréscimos não mudam a situação de pluralidade.(AU)
El autor propone teorías débiles como medio de investigación psicoanalítica, tanto para la clínica cuanto para los conceptos. Inicia con las dificultades en grupos psicoanalíticos, tanto en discutir la situación clínica cuanto los conceptos. Como instrumento de trabajo describe cuatro situaciones clínicas acompañadas de comentarios, tanto los hechos durante la sesión cuanto las reflexiones que éstas situaciones despertaron y desembocaron en las teorías débiles, como las de despuntar de la creatividad, prudencia, hipnotismo, de causalidad y otras. Estas sirvieron de instrumento para el examen de una teoría fuerte - transformación en alucinosis - y permitieron sugerir que está ligada al vínculo de odio, mientras que, con el uso de las teorías débiles, resalta la importancia de los vínculos de amor y conocimiento. La correlación de estos hechos va a determinar un nuevo posicionamiento teórico y clínico. Con el examen del factor probabilidad se encamina para la conclusión manteniendo la unidad. Breve examen de las teorías cognitivas y neurociencias traen perspectivas de enriquecimiento, a pesar de difícil uso para un psicoanalista común, siendo que estos acrecimos no cambian la situación de pluralidad.(AU)
The author proposes weak theories as a mean of psychoanalytical investigation, both for clinical purposes and for the concepts. It starts out with the difficults in psychoanalytical groups, both in discussing the clinical situation and the concepts. As work tool, it describes four clinical situations that are followed by comments, both those made during the session, and the reflections that these situations have evoked and that flown into weak theories, as well as those belonging to the drawn of creativity, caution, hypnotism, causality and others. These have served as a tool for the examination of a strong theory - transformation in hallucinosis - and allowed the suggestion that it is connected to the bond of hatred, while, with the use of weak theories, the importance of the bonds of love and knowledge is highlighted. The correlation of these facts will establish a new theoretical and clinical positioning. With the examination of the probability factor, one walks toward the conclusion on the plurality of present psychoanalysis theories, while keeping a unity. A brief review of the cognitive theories and neurosciences bring perspectives of enrichment, albeit of difficult use for the ordinary psychoanalyst, when these additions do not change the situation of plurality.(AU)
RESUMO
O autor propõe teorias fracas como meio de investigação psicanalítica, tanto para a clínica quanto para os conceitos. Inicia com as dificuldades em grupos psicanalíticos, tanto em discutir a situação clínica quanto os conceitos. Como instrumento de trabalho descreve quatro situações clínicas que são acompanhadas de comentários, tanto os feitos durante a sessão quanto as reflexões que essas situações suscitaram e que desaguaram nas teorias fracas, como as do despontar da criatividade, prudência, hipnotismo, de causalidade e outras. Estas serviram de instrumento para o exame de uma teoria forte - transformação em alucinose - e permitiram sugerir que está ligada ao vínculo de ódio, enquanto com o uso das teorias fracas, salienta-se a importância dos vínculos de amor e conhecimento. A correlação destes fatos vai determinar um novo posicionamento teórico e clínico. Com o exame do fator probabilidade encaminha-se para a conclusão sobre a pluralidade das teorias na psicanálise atual, por enquanto mantendo uma unidade. Breve exame das teorias cognitivas e neurociências trazem perspectivas de enriquecimento, embora de difícil uso para um psicanalista comum, sendo que estes acréscimos não mudam a situação de pluralidade.
El autor propone teorías débiles como medio de investigación psicoanalítica, tanto para la clínica cuanto para los conceptos. Inicia con las dificultades en grupos psicoanalíticos, tanto en discutir la situación clínica cuanto los conceptos. Como instrumento de trabajo describe cuatro situaciones clínicas acompañadas de comentarios, tanto los hechos durante la sesión cuanto las reflexiones que éstas situaciones despertaron y desembocaron en las teorías débiles, como las de despuntar de la creatividad, prudencia, hipnotismo, de causalidad y otras. Estas sirvieron de instrumento para el examen de una teoría fuerte - transformación en alucinosis - y permitieron sugerir que está ligada al vínculo de odio, mientras que, con el uso de las teorías débiles, resalta la importancia de los vínculos de amor y conocimiento. La correlación de estos hechos va a determinar un nuevo posicionamiento teórico y clínico. Con el examen del factor probabilidad se encamina para la conclusión manteniendo la unidad. Breve examen de las teorías cognitivas y neurociencias traen perspectivas de enriquecimiento, a pesar de difícil uso para un psicoanalista común, siendo que estos acrecimos no cambian la situación de pluralidad.
The author proposes weak theories as a mean of psychoanalytical investigation, both for clinical purposes and for the concepts. It starts out with the difficults in psychoanalytical groups, both in discussing the clinical situation and the concepts. As work tool, it describes four clinical situations that are followed by comments, both those made during the session, and the reflections that these situations have evoked and that flown into weak theories, as well as those belonging to the drawn of creativity, caution, hypnotism, causality and others. These have served as a tool for the examination of a strong theory - transformation in hallucinosis - and allowed the suggestion that it is connected to the bond of hatred, while, with the use of weak theories, the importance of the bonds of love and knowledge is highlighted. The correlation of these facts will establish a new theoretical and clinical positioning. With the examination of the probability factor, one walks toward the conclusion on the plurality of present psychoanalysis theories, while keeping a unity. A brief review of the cognitive theories and neurosciences bring perspectives of enrichment, albeit of difficult use for the ordinary psychoanalyst, when these additions do not change the situation of plurality.