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Mielite transversa por citomegalovírus em pessoa vivendo com HIV/AIDS: relato de caso e revisão da literatura / Cytomegalovirustransversemyelitis in a person living with HIV / AIDS: case reportandliterature review

Paula, Isadora Souza.
São Paulo; s.n; 2020. 57 p. tab. (BR).
Tese Português | SES-SP | ID: biblio-1102777
Pessoas que vivem com HIV/AIDS (PVHA) têm tido maior sobrevida na era das terapias antirretrovirais altamente eficazes, porém ainda há diagnósticos tardios no contexto de imunossupressão avançada ou em pessoas com falência de tratamento, o que pode culminar em desenvolvimento de doenças oportunistas, tais como as causadas pelo citomegalovírus (CMV). As principais síndromes neurológicas pelo CMV em aids são relativamente incomuns, incluindo encefalite difusa, ventriculoencefalite, polirradiculopatia, e neuropatia periférica. Excepcionalmente, mielite transversa pode ser observada. Objetivou-se descrever um relato de caso de homem que faz sexo com homem de 26 anos de idade, que deu entrada hospitalar referindo fraqueza e formigamentos nos membros inferiores e incapacidade para urinar nos últimos dois dias associados à perda de peso e disfagia, com evidências de candidíase orofaríngea. Ao exame físico, evidenciou-se importante emagrecimento, e foi constatada paraparesia flácida com nível sensitivo em T12. Realizado estudo do líquido cefalorraquidiano, o qual mostrou 17 células (100% linfo-mononuclear), proteínas de 218 mg/dl, glicose de 18 mg/dl e PCR-DNA CMV com 1076 cópias/ml. Adicionalmente, na ressonância magnética, foi observado hipersinal em T2 e FLAIR em coluna torácica (T11-T12). Colocada a hipótese diagnóstica de mielite transversa por CMV, foi iniciado ganciclovir 5 mg 12/12h por 4 semanas e, após, mantida profilaxia secundária por três meses. Durante a internação, foi confirmada infecção pelo HIV e imunossupressão grave (contagem de células T-CD4 = 23 células/mm3; carga viral-HIV = 98.410 cópias/ml). Após duas semanas do início do ganciclovir, foi introduzida terapia antirretroviral (zidovudina, lamivudina e lopinavir/ritonavir). Evolui com melhora do status geral e controle imunológico e virológico, mas persistiu com paraparesia flácida, restrito à cadeira de rodas. Na revisão da literatura, existem 10 casos bem documentados de mielite transversa em imunocompetentes, porém o presente relato de caso é o primeiro descrito em PVHA. Mielite transversa faz parte do espectro de síndromes neurológicas causadas pelo CMV e deve ser incluída no diagnóstico diferencial de PVHA que apresentam paraparesia flácida e nível sensitivo. O tratamento antiviral deve ser instituído o mais rápido possível, visando reduzir a letalidade, mas sequela neurológica é a regra.
Biblioteca responsável: BR31.1
Selo DaSilva