OBJETIVOS: Estão disponíveis na
literatura poucos estudos, ou ainda, séries com pequeno número de
pacientes na área de
cirurgia de
revascularização miocárdica envolvendo
pacientes jovens . Neste estudo foi avaliada a
morbimortalidade hospitalar, assim como a evolução a longo prazo, de
pacientes jovens , com idades inferior ou igual a 45 anos, submetidos à
cirurgia de revascularização do
miocárdio isolada (CRM).
MÉTODOS: Análise retrospectiva da
morbimortalidade hospitalar e evolução a longo prazo de todos os
pacientes jovens com idades ≤ 45 anos, consecutivamente submetidos à CRM no período de 01/01/1999 a 31/12/2015.
RESULTADOS: No período avaliado, 8889
pacientes foram submetidos a
cirurgia , sendo 408
pacientes jovens (4,5%). Os
pacientes com idade ≤ 45 anos apresentaram mais frequentemente
história de
tabagismo ,
hipertrigliceridemia ,
história familiar positiva e
infarto agudo do miocárdio (IAM) prévio, enquanto os
pacientes com idade > 45 anos eram mais sintomáticos no momento da
cirurgia .
Enxertos com
artéria torácica interna foram mais utilizados nos
jovens , 96,1% versus 91,8%, p < 0,001. Os
pacientes com idade < 45 anos apresentaram baixas taxas de
complicações pós-operatórias . A
mortalidade hospitalar foi de 1,7% e 5,1% em
jovens e
idosos respectivamente. A
sobrevida da
população jovem a longo prazo foi de 91,73% e 87,74% em 10 e 15 anos respectivamente, segundo modelo de Kaplan-Meier.
CONCLUSÕES: Os
pacientes com idade ≤ 45 anos apresentavam mais frequentemente
história de
tabagismo atual,
hipertrigliceridemia ,
história familiar positiva para
doença arterial coronária (DAC) e
infarto prévio, quando comparados aos mais
idosos . A
cirurgia de revascularização na
população jovem apresenta ótimos resultados, com baixas taxas de
complicações e
mortalidade hospitalar .