O
Brasil é um dos países mais afetados pela pandemia de COVID-19. O alto número de
casos de
COVID19 pressionou o
sistema de saúde e exigiu uma reorganização na
assistência à saúde e no modo de
vida das
pessoas . Num
país desigual, a
pandemia não afeta de forma igual todos os
grupos populacionais .
Negros e
indígenas acumulam os efeitos mais deletérios da
pandemia , pois se encontram em condições vulnerabilizantes na sociedade. Nesse sentido, é importante compreender o efeito da
pandemia na
mortalidade da
população , principalmente para as outras morbidades que não a
COVID19 .
Objetivo: Identificar o
excesso de mortalidade e suas principais
causas na
população adulta de Franco da Rocha (20 a 59 anos), nos anos de 2020 e 2021, quando comparados a 2019, considerando o quesito
raça /
cor .
Metodologia: Trata-se de estudo epidemiológico descritivo a partir de dados secundários sobre
mortalidade extraídos do
Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da
Saúde (MS).
Resultados: Foram analisados 798 óbitos da
população adulta 30,73% do total de óbitos registrados no município. Notou-se que houve
excesso de mortalidade em 4 meses no ano de 2020 e em 4 meses dos 6 meses analisados em 2021 quando comparados a 2019. A
população branca apresenta uma redução nas suas taxas de
mortalidade no período enquanto a
população preta apresentou as taxas de
mortalidade mais elevadas em todo período. Os dados demonstram que a diferença entre as taxas de
mortalidade da
população preta e parda em relação a
população branca se amplia nos anos de 2020 e 2021. Dentre as principais
causas de óbito , os capítulos XX.
Causas externas de
morbidade e
mortalidade e XXII.
Códigos para propósitos especiais foram comuns aos três
grupos populacionais . Ao todo a
população branca apresentou excesso de moratalidade em 5 capítulos, a
população preta em 8 e a
população parda 10.
Conclusão: As diferenças entre as taxas de
mortalidade da
população branca , preta e parda e nas
causas de óbito que apresentaram
excesso de mortalidade demonstra a necessidade de debateras condições vulnerabilizantes da
população e o
racismo como um determinante social que impacta diretamente no
processo saúde-doença .