Perfil epidemiológico da sífilis congênita e fatores de risco associados na Rede Regional de Atenção à Saúde 3, São Paulo, Brasil / Congenital syphilis epidemiological profile and associated risk factors in the Regional Healthcare Network 3, Sao Paulo, Brazil

RESUMO

Introdução: A incidência da sífilis congênita teve aumento significativo nos últimos anos e passou a ser considerada uma doença reemergente em vários países. As áreas de maior vulnerabilidade socioeconômica são as que apresentam os índices mais preocupantes. Objetivos: Este estudo teve como objetivo descrever as características epidemiológicas da sífilis congênita dos casos notificados na Rede Regional de Atenção à Saúde 3 ­ RRAS 3 (estado de São Paulo). Métodos: A coleta de dados foi realizada no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), por meio do site do Departamento de Informática do SUS (Datasus), no período de 2018 a 2022. Os dados analisados foram sífilis congênita, sífilis em gestante, características sociodemográficas maternas, acesso ao pré-natal e momento do diagnóstico de sífilis na gestante. Resultados: Aproximadamente 29% das gestantes com sífilis eram adolescentes; 86,3% das gestantes notificadas realizaram mais que 7 consultas de pré-natal e o diagnóstico de sífilis na gestante,em mais de 60% dos casos, ocorreu durante o pré-natal. Apenas 3,6% das gestantes com sífilis receberam tratamento adequado. Conclusão: O enfrentamento da sífilis congênita requer mudanças profundas e robustas no âmbito da atenção básica à saúde, com o objetivo de corrigir as deficiências que perpetuam o problema.

ABSTRACT

Introduction: The incidence of congenital syphilis has shown a significant increase in recent years, to the point of it being considered, in several countries, as a reemerging disease. The areas in high socioeconomic vulnerability are those with the most worrying rates. Objectives: This study aimed to describe the epidemiological characteristics of congenital syphilis in cases reported in the Regional Health Care Network 3 (RRAS 3) int the state of São Paulo). Methods: Data collection was carried out in the Notifiable Diseases Information System (Sinan), through the website of the Department of Informatics of the Brazilian unified health system (Datasus), in the period from 2018 to 2022. The data analyzed were congenital syphilis, syphilis in pregnant women, maternal sociodemographic characteristics, access to prenatal care and time of diagnosis of syphilis in pregnant women. Results: Approximately 29% of pregnant women with syphilis were teenagers. 86.3% of the notified pregnant women had more than 7 prenatal consultations and the diagnosis of syphilis in the pregnant woman in more than 60% of the cases occurred during prenatal care. Only 3.6% of pregnant women with syphilis received adequate treatment. Conclusion: Confronting congenital syphilis requires deep and robust changes in the scope of primary health care, so that the deficiencies that perpetuate such problems can finally be efficiently addressed.