RESUMO
INTRODUÇÃO: A fisioterapia aquática é uma modalidade de hidroterapia realizada em recém-nascidos (RN) nas Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). Os efeitos sobre nível de dor, estado comportamental e função respiratória já são conhecidos, porém pouco se refere aos efeitos sobre a função diafragmática na população recém-nascida a termo prematura. OBJETIVO: Avaliar o efeito da fisioterapia aquática sobre a amplitude diafragmática por meio da ultrassonografia cinesiológica diafragmática (USCD) em RNs internados em UTIN, bem como a segurança de sua realização quanto a estabilidade clínica dos RNs, estado comportamental, dor e desconforto respiratório. MÉTODOS: Ensaio clínico tipo antes e depois, de caráter transversal. Os RNs participantes do estudo receberam uma única intervenção com fisioterapia aquática durante 10 minutos. Foi realizada a avaliação utilizando a USCD antes e depois da sessão, e anotado as frequências cardíaca e respiratória, estado comportamental, dor e desconforto respiratório. RESULTADOS: Participaram 26 RNs. Observou-se aumento significativo da amplitude diafragmática (p= 0,02) e da saturação periférica de oxigênio (p= 0,05); os parâmetros fisiológicos permaneceram nos limites da normalidade e a intervenção não provocou desorganização comportamental, dor ou desconforto respiratório aos RNs. CONCLUSÃO: A fisioterapia aquática promoveu aumento da amplitude diafragmática, sugerindo que esta técnica pode ser utilizada como forma de estimular a contração da musculatura respiratória em RN, além de se mostrar uma técnica segura, pois não gerou instabilidade clínica, desorganização comportamental, dor ou desconforto respiratório aos participantes.
INTRODUCTION: Aquatic physiotherapy is a modality of hydrotherapy performed on newborn babies (NB) in the Neonatal Intensive Care Unit (NICU). The effects on pain levels, behavior, and respiratory function are already known; however, little has been said about the effects on diaphragmatic function in the preterm newborn population. OBJECTIVE: To evaluate the effect of aquatic physiotherapy on diaphragmatic amplitude using diaphragmatic kinesiologic ultrasound (DKUS) in NBs admitted to a NICU, as well as the safety regarding the clinical stability of the NBs, behavioral state, pain, and respiratory distress. METHODS: Crosssectional before-and-after clinical trial. The NBs participating in the study received a single intervention with aquatic physiotherapy for 10 minutes. An assessment was performed using the USCD before and after the session, and heart and respiratory rates, behavioral state, pain, and respiratory discomfort were recorded. RESULTS: Twenty-six NBs participated. There was a significant increase in diaphragmatic amplitude (p= 0.02) and peripheral oxygen saturation (p= 0.05); physiological parameters remained within normal limits, and the intervention did not cause behavioral disorganization, pain, or respiratory discomfort in NBs. CONCLUSION: Aquatic physiotherapy promoted an increase in diaphragmatic amplitude, suggesting that this technique can be used as a way to stimulate the contraction of the respiratory muscles in NB, in addition to being a safe technique, as it did not generate clinical instability, behavioral disorganization, pain, or respiratory discomfort to the participants.
Assuntos
Fisioterapia Aquática , Recém-Nascido , UltrassonografiaRESUMO
Abstract Introduction The intervention of respiratory physio-therapy in neonatal units is in continuous development, having its own care characteristics related to the weight and gestational age of the newborn, respecting the immaturity of the organs and systems and the diseases of this patient. Through techniques, the objective is to optimize the respiratory function, assisting in the clearance of secretions, and the restoration of lung volumes. Objective To verify if the respiratory physiotherapy technique of selective insufflation alters the cerebral blood flow in premature infants under 34 weeks of gestational age. Methods This is an uncontrolled clinical trial, conducted in a Neonatal Intensive Care Unit of a level III hospital, between January 2019 and March 2020, with participation of premature newborns under 34 weeks of gestational age. All were submitted to transfontanellar Doppler ultrasonography to assess cerebral blood flow measurements, mainly the resistance index, before and after the application of the selective insufflation respiratory physiotherapy technique. Results Sixty-two newborns were included, with a mean gestational age of 29.3 ± 2.2 weeks and birth weight of 1,259 ± 388 grams. The resistance index did not change significantly (RI before: 0.55 ± 0.07; after: 0.54 ± 0.07; p = 0.06) before and after the intervention and no studied variables such as, gender, gestational age, weight, Apgar score or SNAPPE II score had an influence on cerebral blood flow measurements. Conclusion The selective insufflation technique did not alter cerebral blood flow in premature newborn infants under 34 weeks gestational age.
Resumo Introdução A intervenção da fisioterapia respiratória nas unidades neonatais está em contínuo desenvolvimento, tendo características próprias de atendimento relacio-nadas ao peso e à idade gestacional do recém-nascido, respeitando a imaturidade dos órgãos e sistemas e as doenças desse paciente. Objetivo Verificar se a técnica de fisioterapia respiratória de insuflação seletiva altera o fluxo sanguíneo cerebral de prematuros menores de 34 semanas de idade gestacional. Métodos Trata-se de um ensaio clínico não controlado, realizado em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal de um hospital nível III, entre janeiro de 2019 e março de 2020, com a participação de recém-nascidos prematuros menores de 34 semanas de idade gestacional. Todos foram submetidos ao exame de ultrassonografia transfontanela com Doppler para avaliar as medidas de fluxo sanguíneo cerebral, principalmente o índice de resistência, antes e depois da aplicação da técnica de fisioterapia respiratória de insuflação seletiva. Resultados Sessenta e dois recém-nascidos foram incluídos, com média de idade gestacional de 29,3 ± 2,2 semanas e peso de nascimento de 1259 ± 388 gramas. O índice de resistência não se modificou de forma significativa antes e depois da intervenção (IR antes: 0,55 ± 0,07; depois: 0,54 ± 0,07; p = 0,06) e nenhuma variável estudada, como sexo, idade gestacional, peso, escore de Apgar ou escore SNAPPE II, teve influência nas medidas de fluxo sanguíneo cerebral. Conclusão A técnica de insuflação seletiva não alterou o fluxo sanguíneo cerebral de recém-nascidos prematuros menores de 34 semanas de idade gestacional.
RESUMO
A posição canguru é uma estratégia do Método Canguru que aproxima as mães de seus filhos, promovendo estabilidade fisiológica. OBJETIVO: Analisar a estabilidade fisiológica e equilíbrio sono-vigília dos RNPTs de uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) em um hospital público universitário, bem como a percepção materna quanto a posição canguru. MÉTODO: Estudo observacional com análise de resultados qualitativos e quantitativos. Desenvolveu-se entre julho a dezembro de 2017 na UTIN. Os dados foram coletados dos prontuários dos RNs. Os parâmetros fisiológicos e estado comportamental de escala sono vigília, antes e após 50 minutos na posição canguru. E as mães responderam à 10 perguntas abertas quanto a seus sentimentos no contato pele a pele. RESULTADOS: Foram incluídos 18 recém-nascidos e 10 mães responderam a entrevista. Os RNs mantiveram a frequência cardíaca (p=0,28) e saturação periférica de oxigênio (p=0,77) nos limites da normalidade, a temperatura corporal apresentou diferença estatisticamente significante (p=0,01) variando entre 36,5 e 36,7o. Os RNs mudaram o estado comportamental e as mães perceberam estas mudanças durante a realização da posição canguru e se sentiram mais próximas dele por meio do contato pele a pele. CONCLUSÃO: Os recém-nascidos posicionados em canguru no tórax de suas mães mantiveram seus dados fisiológicos estáveis e a temperatura corporal dos mesmos apresentou pequeno acréscimo dentro da normalidade, mostrando ser seguro estar na posição canguru. As mães perceberam que tal ato as aproximou de seus filhos despertando sentimentos positivos de alegria, emoção e amor, indo ao encontro do que é preconizado pelo Método Canguru.
The kangaroo position is a strategy of the Kangaroo Method that brings mothers closer to their children, promoting physiological stability. OBJECTIVE: To analyze the physiological stability and sleep-wake balance of premature newborn from a Neonatal Intensive Care Unit (NICU) in a public university hospital, as well as the maternal perception of the kangaroo position. METHOD: Observational study with analysis of qualitative and quantitative results. It developed between July and December 2017 at the NICU. Data were collected from the newborns' medical records. The physiological parameters and behavioral state of sleep wake scale, before and after 50 minutes in the kangaroo position. And the mothers answered 10 open questions about their feelings about skinto-skin contact. RESULTS: 18 newborns were included and 10 mothers answered the interview. Prelatures maintained their heart rate (p =0.28) and peripheral oxygen saturation (p = 0.77) within normal limits, body temperature showed a statistically significant difference (p = 0.01) ranging between 36.5 and 36.7o. Newborns changed their behavioral state and mothers noticed these changes during the performance of the kangaroo position and felt closer to them through skin-to-skin contact. CONCLUSION: Newborns positioned in a kangaroo on their mothers' thorax kept their physiological data stable and their body temperature showed a small increase within normal limits, showing that it is safe to be in the kangaroo position. The mothers realized that such an act brought them closer to their children, arousing positive feelings of joy, emotion and love, in line with what is recommended by the Kangaroo Method.