RESUMO
Descrevemos retrospectivamente a detecção de Mycobacterium tuberculosis (MT) e o seu perfil de suscetibilidade entre detentos de três presídios da região de São José do Rio Preto, São Paulo, Brazil. Entre 2003 e 2006 foram avaliados 1.070 detentos com suspeita de tuberculose (TB). A positividadedo Mycobacterium sp. foi avaliada pela baciloscopia e cultura. A análise estatística foi realizada utilizando o Epi Info e BioEstat. Não houve diferença significante nos resultados positivos entre as três unidades penitenciárias. Foi encontrado um percentual de 6,9por cento de positividade para MT e operfil de sensibilidade mostrou que 4,2por cento dos detentos apresentaram isolados resistentes a isoniazida,enquanto 6,2por cento foram resistentes à rifampicina. Todos os isolados resistentes foram obtidos de presos bacilíferos, apontando para a possibilidade de transmissão intra-institucional. Nossos dados abrem portas para o entendimento da magnitude da tuberculose e o perfil de resistência às drogas do MT no sistema penitenciário do Estado de São Paulo.
Assuntos
Humanos , Mycobacterium tuberculosis , Prisioneiros , Prisões , Resistência a Medicamentos , Tuberculose/transmissão , BrasilRESUMO
A tuberculose, doença causada pelo Mycobacterium tuberculosis é uma das enfermidades que mesmo sendo curável, causa aproximadamente três milhões de mortes, por ano, no mundo. A partir dos anos 80 houve aumento do número de casos da doença em todo o mundo e observou-se a relação deste com a epidemia da Aids. A tuberculose já foi considerada uma doença romântica, um mal social, acreditando - se também que era hereditária. Hoje se sabe que está associada às más condições de vida e o risco de infecção depende da oportunidade de inalar o bacilo. O diagnóstico laboratorial se dá pela busca de bacilos álcool- ácido- resistente em materiais biológicos, através da baciloscopia e cultura. Algumas técnicas novas estão sendo desenvolvidas, como vacinas e diagnóstico imunológico. Quanto à multiplicação do bacilo da tuberculose, existe uma divisão dada pelo tempo de crescimento das colônias: as de crescimento rápido e as de crescimento lento. Estão no último grupo as espécies do complexo M. tuberculosis e as denominadas micobactérias não tuberculosas (MNT). O tratamento é padronizado, existindo quatro esquemas, adequado à fase em que o paciente se encontra. Em 1953, foi publicado no Brasil o primeiro estudo sobre bacilos resistentes; sendo essa resistência o resultado da inter- relação do fenômeno da mutação espontânea e seleção de população predominantemente resistente. Estima-se que no mundo 1/3 da população esteja contaminada pelo M.tuberculosis e, no Brasil, cerca de 40 milhões de pessoas. A tuberculose é uma doença presente que exige uma mudança de mentalidade, seja na reformulação de políticas, no gerenciamento ou na assistência aos portadores da doença.