RESUMO
OBJECTIVE: To evaluate the assistance provided to women victims of sexual violence and their participation in the follow-up treatment after the traumatic event, presenting a sociodemographic profile, gynecological background, and circumstances of the event, and reporting the results, acceptance, and side effects of prophylaxis for sexually transmitted infections (STIs) and pregnancy. METHODS: A retrospective cohort study comprising the period between 2007 and 2016. All women receiving medical care and clinical follow-up after a severe episode of sexual violence were included. Records of domestic violence, male victims, children, and adolescents who reported consensual sexual activity were excluded. The present study included descriptive statistics as frequencies and percentages. RESULTS: A total of 867 medical records were reviewed and 444 cases of sexual violence were included. The age of the victims ranged from 10 to 77 years old, most of them self-declared white, with between 4 and 8 years of education, and denying having a sexual partner. Sexual violence occurred predominantly at night, on public thoroughfare, being committed by an unknown offender. Most victims were assisted at the referral service center within 72 hours after the violence, enabling the recommended prophylaxis. There was high acceptance of antiretroviral therapy (ART), although half of the users reported side effects. Seroconversion to human immunodeficiency virus (HIV) or to hepatitis B virus (HBV) was not detected in women undergoing prophylaxis. CONCLUSION: In the present cohort, the profile of victims of sexual violence was low-educated, young, white women. The traumatic event occurred predominantly at night, on public thoroughfare, being committed by an unknown offender. Assistance within the first 72 hours after sexual violence enables the healthcare center to provide prophylactic interventions against STIs and unwanted pregnancies.
OBJETIVO: Avaliar a assistência prestada às mulheres vítimas de violência sexual e seu acompanhamento após o evento traumático, caracterizando o perfil sociodemográfico, antecedentes ginecológicos e circunstâncias do evento, além de relatar a aceitação e os efeitos colaterais da profilaxia para infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e a ocorrência de gravidez resultante da violência sexual. MéTODOS: Estudo de coorte retrospectivo compreendendo o período entre 2007 e 2016. Foram incluídas todas as mulheres em acompanhamento médico e clínico após episódio de violência sexual. Foram excluídos registros de violência doméstica, vítimas do sexo masculino e crianças e adolescentes que relataram atividade sexual consensual. O estudo incluiu estatísticas descritivas, com frequências e percentuais. RESULTADOS: Foram revisados 867 prontuários e 444 casos de violência sexual foram incluídos. A faixa etária foi 10 a 77 anos; a maioria das vítimas se autodeclarou branca, com entre 4 e 8 anos de escolaridade, e negou ter um parceiro sexual fixo. A violência sexual ocorreu predominantemente à noite, em via pública, por um agressor desconhecido. A maioria foi atendida no serviço de referência em até 72 horas após a violência, possibilitando profilaxias preconizadas. Houve alta aceitação da terapia antirretroviral (TARV), embora metade das usuárias relatasse efeitos colaterais. A soroconversão para o vírus da imunodeficiência humana (HIV, na sigla em inglês) ou para o vírus da hepatite B (HBV, na sigla em inglês) não foi detectada entre as vítimas. CONCLUSãO: Nesta coorte, o perfil das vítimas de violência sexual foi de mulheres brancas, de baixa escolaridade, e jovens. O evento traumático ocorreu predominantemente à noite, em via pública, por um agressor desconhecido. A assistência nas primeiras 72 horas após a violência sexual permite que o serviço de saúde realize intervenções profiláticas contra ISTs e gravidez indesejada.
Assuntos
Violência Doméstica , Delitos Sexuais , Adolescente , Adulto , Idoso , Criança , Feminino , Humanos , Masculino , Pessoa de Meia-Idade , Gravidez , Encaminhamento e Consulta , Estudos Retrospectivos , Comportamento Sexual , Adulto JovemRESUMO
Abstract Objective To evaluate the assistance provided to women victims of sexual violence and their participation in the follow-up treatment after the traumatic event, presenting a sociodemographic profile, gynecological background, and circumstances of the event, and reporting the results, acceptance, and side effects of prophylaxis for sexually transmitted infections (STIs) and pregnancy. Methods A retrospective cohort study comprising the period between 2007 and 2016. All women receiving medical care and clinical follow-up after a severe episode of sexual violence were included. Records of domestic violence, male victims, children, and adolescents who reported consensual sexual activity were excluded. The present study included descriptive statistics as frequencies and percentages. Results A total of 867medical records were reviewed and 444 cases of sexual violence were included. The age of the victims ranged from10 to 77 years old, most of them selfdeclared white, with between 4 and 8 years of education, and denying having a sexual partner. Sexual violence occurred predominantly at night, on public thoroughfare, being committed by an unknown offender. Most victims were assisted at the referral service center within 72 hours after the violence, enabling the recommended prophylaxis. There was high acceptance of antiretroviral therapy (ART), although half of the users reported side effects. Seroconversion to human immunodeficiency virus (HIV) or to hepatitis B virus (HBV) was not detected in women undergoing prophylaxis. Conclusion In the present cohort, the profile of victims of sexual violence was loweducated, young, white women. The traumatic event occurred predominantly at night, on public thoroughfare, being committed by an unknown offender. Assistance within the first 72 hours after sexual violence enables the healthcare center to provide prophylactic interventions against STIs and unwanted pregnancies.
Resumo Objetivo Avaliar a assistência prestada às mulheres vítimas de violência sexual e seu acompanhamento após o evento traumático, caracterizando o perfil sociodemográfico, antecedentes ginecológicos e circunstâncias do evento, além de relatar a aceitação e os efeitos colaterais da profilaxia para infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e a ocorrência de gravidez resultante da violência sexual. Métodos Estudo de coorte retrospectivo compreendendo o período entre 2007 e 2016. Foram incluídas todas as mulheres em acompanhamento médico e clínico após episódio de violência sexual. Foram excluídos registros de violência doméstica, vítimas do sexo masculino e crianças e adolescentes que relataram atividade sexual consensual. O estudo incluiu estatísticas descritivas, com frequências e percentuais. Resultados Foram revisados 867 prontuários e 444 casos de violência sexual foram incluídos. A faixa etária foi 10 a 77 anos; a maioria das vítimas se autodeclarou branca, com entre 4 e 8 anos de escolaridade, e negou ter um parceiro sexual fixo. A violência sexual ocorreu predominantemente à noite, em via pública, por um agressor desconhecido. A maioria foi atendida no serviço de referência em até 72 horas após a violência, possibilitando profilaxias preconizadas. Houve alta aceitação da terapia antirretroviral (TARV), embora metade das usuárias relatasse efeitos colaterais. A soroconversão para o vírus da imunodeficiência humana (HIV, na sigla em inglês) ou para o vírus da hepatite B (HBV, na sigla em inglês) não foi detectada entre as vítimas. Conclusão Nesta coorte, o perfil das vítimas de violência sexual foi de mulheres brancas, de baixa escolaridade, e jovens. O evento traumático ocorreu predominantemente à noite, em via pública, por um agressor desconhecido. A assistência nas primeiras 72 horas após a violência sexual permite que o serviço de saúde realize intervenções profiláticas contra ISTs e gravidez indesejada.