RESUMO
Foram estudados 20 pacientes submetidos à cirurgia cardíaca no HSE-RJ, de julho de 82 a junho de 86, portadores de endocardite infecciosa (EI) com infecçäo ativa. O critério diagnóstico utilizado foi a presença de pelo menos dois dos seguintes parámetros: a) quadro clínico típico; b) duas hemoculturas positivas para o mesmo germe; c) presença de vegetaçäo no ecocardiograma. Além disto foi critério obrigatório e excludente, a presença de vegetaçöes e demais evidências histopatológicas de infecçäo ativa na peça operatória. A doença cardíaca prévia mais freqüente foi a febre reumática em 35% dos pacientes. Apenas 15% dos pacientes näo exibiam doença cardíaca prévia, enquanto em 10% a EI assestou-se em próteses mecânicas. Outras patologias encontradas foram a cardiopatia congênita em 20% dos casos, a degeneraçäo mixomatosa em 10% e miocardiopatia hipertrófica em 5%. A indicaçäo cirúrgica baseou-se em insuficiência cardíaca grave, progressiva e refratária ao tratamento em 90% dos pacientes, enquanto nos 10% restantes foi a infecçäo incontrolável. O comprometimento da válvula aórtica em 70% dos nossos pacientes, parece indicar uma evoluçäo mais grave nesta localizaçäo da endocardite. A mortalidade (30%) se aproxima dos resultados obtidos nos grandes centros médicos internacionais. O tratamento cirúrgico na fase ativa da endocardite infecciosa em pacientes de alto risco proporciona uma sobrevida muito maior do que o tratamento clínico isolado. Todos os pacientes sobreviventes estudados apresentaram cura bacteriológica, grande melhora da funçäo cardíaca, bem como da qualidade de vida