As
anomalias congênitas constituem importante
causa de
morbimortalidade infantil. Foz do Iguaçu apresenta uma
incidência de 9,23/1.000
nascidos vivos , maior que a observada no
Brasil e no Paraná que é de 8,07/1.000 e 7,03/1.000
nascidos vivos , respectivamente, entretanto, sua
epidemiologia e determinantes são desconhecidos. A
pesquisa foi realizada em duas etapas e teve como objetivo descrever a
epidemiologia e identificar os
fatores sociodemográficos e ambientais associados às
anomalias congênitas em Foz do Iguaçu. As informações foram extraídas do Sistema de Informações Sobre
Nascidos Vivos . Foram incluídos os
registros de todos os
nascidos vivos entre 2012 e 2017. Na primeira
pesquisa , realizou-se um estudo seccional. Foram coletadas variáveis sociodemográficas maternas, assistenciais e do
recém-nascido , descritas em números absolutos e relativos; foram calculadas as taxas de
incidência e a tendência para o total de anomalias; para o tipo de sistema afetado, calculou-se a proporção por ano de
registro e a tendência; para as
anomalias congênitas maiores calculou-se a
taxa de incidência e verificou-se sua
associação com a
idade materna . Para identificar os fatores associados às anomalias, foram propostos modelos de
regressão logística simples e múltipla. Na segunda
pesquisa , realizou-se um estudo ecológico, considerando como unidade de
análise os setores censitários de Foz do Iguaçu. Os dados foram georreferenciados nos mapas em shapefile. Foram calculadas taxas de
incidência para o total de anomalias, e para anomalias do
sistema nervoso , musculoesquelético,
fenda labial e/ou palatina e
gastrosquise . A
análise espacial foi realizada através do Índice de Moran Global, LISA,
análise de G e varredura espacial. Modelos de
regressão logística simples e múltipla foram aplicados para verificar a
associação entre taxa de anomalias e taxa de
parturientes adolescentes ,
parturientes acima de 35 anos,
pré-natal tardio,
população sem
renda ,
população com
renda acima de 5 salários mínimos e distância da Linha de
Transmissão de Energia. Foram identificados 230
casos de
anomalias congênitas , dos quais 102 eram
anomalias congênitas maiores. A
taxa de incidência média de anomalia no período foi de 9,9/1.000
nascidos vivos . O sistema mais prevalentemente afetado foi o musculoesquelético, e a categoria de outras anomalias apresentou tendência crescente. As
anomalias congênitas maiores mais prevalentes foram
fenda labial e/ou palatina e
gastrosquise , que apresentou
associação com a
idade materna precoce. Os fatores associados às anomalias foram início do
pré-natal após o 1° trimestre,
parto cesárea ,
recém-nascido prematuro , do
sexo masculino , baixo peso e com baixo
escore de Apgar . Com relação a
análise espacial realizada, não se observou autocorrelação espacial entre as taxas de anomalia. A taxa de
Gastrosquise foi a única associada com a distância da Linha de
Transmissão de Energia. (AU)