O aumento de
susceptibilidade a
infecções por
micobactérias , notadamente
Mycobacterium avium e
Mycobacterium tuberculosis , é uma conseqüência bem conhecida da
infecção pelo
Vírus da Imnudeficiência Humana (
HIV ) refletindo em maior morbi/
letalidade nos
pacientes co-infectados. À
medida que o
HIV se dissemina em regiões tropicais e subtropicais endêmicas para a
hanseníase , como é o
caso do
Brasil , os efeitos do
HIV na
hanseníase deveriam ser aparentes. No entanto, várias questões, como as listadas, ainda não estão totalmente esclarecidas. A
infecção pelo
HIV constitui fa or de
risco para a
hanseníase ? Agravaria a
hanseníase pré-existente? Altera a progressão da
resposta imune para o
Mycobacterium leprae e as manifestações da
doença levando a amior
incidência de formas multibacilares? Altera a histoarquitetura e a compisição celular da
pele ? Favorece maior número de reações tipo 2? Representa
fator de risco para incapacidades? Infuência o
tratamento MDT-hansênico? Aumenta a
letalidade ?
Relatos de casos isolados ou pequenas casuísticas de
pacientes co-infectados descritos indicam que a interação
HIV -M. leprae é incerta, pouco conhecida e representa um enigma do ponto de vista imunológico. A
imunidade celular , gradativamente comprometida na
infecção pelo
HIV , representa o mecanismo protetor crucial para ambos
patógenos . Embora pudéssemos prever um resultado desfavorável à
medida que a
imunossupressão se instala e a
imunidade celular diminui, não está definido até que ponto a
infecção por um
patógeno influencia o
curso da outra
infecção . No contexto de uma região de alta endemicidade para a
hanseníase e média endemicidade para o
HIV , como é o
Estado de Goiás, o presente estudo se propôs a avaliar a situação de co-
infecção HIV -M. leprae entre os
pacientes atendidos no centro de
referência HAA/HDT. Dezoito
pacientes co-infectados, atendidos no HAA/HDT, Goiânia, Goiás, no período de 1986 a 2001, que assinaram
consentimento informado , tiveram biópsias de
lesões de
pele disponíveis para a
análise histopatológica (HE e Fite-Faraco) e imunofenotípica (
imuno-histoquímica ). Utilizaram-se os critérios de
classificação de Ridley-Jopling. A metade das biópsias analisadas era de
pacientes virgens de
tratamento e as demais, de
pacientes em
tratamento (n=3), em
lesão residual
pós tratamento (n=3) e nos
casos de
retratamento (n=3). Contagens de
linfócitos T CD8 + periféricos (
Citometria de Fluxo , FACSCount, BD) e valores de
carga viral (NASBA,
Organon ), obtidos