Perfil sociodemográfico e de formação dos enfermeiros atuantes na atenção primária à saúde no Distrito Federal / Sociodemographic and training profile of nurses working in primary care health in the Federal District / Perfil sociodemográfico y formativo de los enfermeiros que actúan em atención primaria salud en el Distrito Federal

RESUMO

O objetivo do artigo foi analisar o perfil sociodemográfico e de formação acadêmica dos enfermeiros atuantes na Atenção Primária à Saúde no Distrito Federal. Os dados são oriundos da pesquisa "Práticas de Enfermagem no Contexto da Atenção Primária à Saúde estudo nacional de métodos mistos"; foram coletados por questionário eletrônico e analisados pelo Statistical Package for the Social Sciences. Responderam ao questionário 329 enfermeiros incluídos pelos critérios de atuação em equipes de saúde da família ou cargos de gestão da atenção primária há pelo menos dois anos, que aceitaram participar do estudo nacional que originou os dados. Foram excluídos enfermeiros residentes, de licença de qualquer natureza ou que tenham recusado a participação. O estudo mostrou perfil sociodemográfico majoritariamente feminino, de meia idade, maioria de pessoas negras/pardas, casadas, católicas. A maioria dos profissionais não nasceu no município onde trabalha, mas optou por nele residir, e atua há 12 anos ou mais. Quanto à formação, a maior parte é graduada em instituições de ensino privadas brasileiras, com grande contingente de especialistas e quantidade reduzida de mestres, doutores e pós doutores. Nota-se influência da formação histórica e social da profissão no perfil da categoria, atravessada por questões elitistas, sexistas e racistas, interligadas às práticas de enfermagem, à estruturação do mundo do trabalho e ao reconhecimento social da profissional. Portanto, é necessário romper com o paradigma sociocultural e histórico excludente da formação profissional, para o progresso da autonomia, do reconhecimento e da valorização profissional. (AU)

ABSTRACT

The objective of the article was to analyze the sociodemographic profile and academic background of nurses working in Primary Health Care in the Federal District. Data come from the research "Nursing Practices in the Context of Primary Health Care national study of mixed methods"; were collected by electronic questionnaire and analyzed using the Statistical Package for the Social Sciences. The questionnaire was answered by 329 nurses included according to the criteria of working in family health teams or in primary care management positions for at least two years, who agreed to participate in the national study that originated the data. Resident nurses, nurses on leave of any kind or those who refused to participate were excluded. The study showed a sociodemographic profile that was mostly female, middle-aged, mostly black/brown, married, Catholic. Most professionals were not born in the municipality where they work, but chose to live there, and have been working there for 12 years or more. As for training, the majority graduated from Brazilian private educational institutions, with a large contingent of specialists and a small number of masters, doctors and post-doctors. The influence of the profession's historical and social formation on the category's profile is noted, crossed by elitist, sexist and racist issues, interconnected with nursing practices, the structuring of the world of work and the social recognition of the professional. Therefore, it is necessary to break with the sociocultural and historical paradigm that excludes professional training, for the progress of autonomy, recognition and professional valuation. (AU)

RESUMEN

El objetivo del artículo fue analizar el perfil sociodemográfico y la formación académica de los enfermeros que actúan en la Atención Primaria de Salud del Distrito Federal. Los datos provienen de la investigación "Prácticas de Enfermería en el Contexto de la Atención Primaria de Salud estudio nacional de métodos mixtos"; fueron recogidos por cuestionario electrónico y analizados utilizando el Paquete Estadístico para las Ciencias Sociales. El cuestionario fue respondido por 329 enfermeros incluidos según el criterio de actuar en equipos de salud de la familia o en cargos de gestión de la atención primaria durante al menos dos años, que aceptaron participar en el estudio nacional que originó los datos. Se excluyeron las enfermeras residentes, las enfermeras con licencia de cualquier tipo o las que se negaron a participar. El estudio mostró un perfil sociodemográfico mayoritariamente femenino, de mediana edad, mayoritariamente negro/moreno, casado, católico. La mayoría de los profesionales no nacieron en el municipio donde trabajan, sino que eligieron vivir allí y tienen 12 años o más trabajando allí. En cuanto a la formación, la mayoría se graduó en instituciones educativas privadas brasileñas, con un gran contingente de especialistas y un pequeño número de maestros, doctores y posdoctorados. Se nota la influencia de la formación histórica y social de la profesión en el perfil de la categoría, atravesada por cuestiones elitistas, sexistas y racistas, interconectadas con las prácticas de enfermería, la estructuración del mundo del trabajo y el reconocimiento social del profesional. Por tanto, es necesario romper con el paradigma sociocultural e histórico que excluye la formación profesional, para el progreso de la autonomía, el reconocimiento y la valoración profesional. (AU)