No primeiro experimento, para avaliação do perfil genético, histopatologia e calcificação na doença reumática valvar sintomática, foram coletadas 4 valvas mitrais e 4 aórticas reumáticas obtidas durante troca valvar no Instituto do Coração-HC-FMUSP. O grupo controle constituiu-se de 4 valvas obtidas de cadáver. A expressão simultânea de 90 genes foi avaliada por kit customizado de RT-PCR array. Foram selecionados os genes que codificam proteínas associadas a vias ligadas a sinalização redox, homeostase do RE, imuno-inflamação, calcificação tecidual e matriz extracelular.
Resultados:
Experimento 1 A media etária dos participantes foi de 39±10 anos no grupo de estudo aórtico e 59±10 anos no grupo reumático mitral. 2 do sexomasculino, com características ecocardiográficas uniformes entre o grupo de estudo. Foram encontrados padrões de genes mais expressos relacionados à imune inflamação e calcificação na doença reumática em relação ao controle. Na doença valvar mitral estavam mais expressos genes relacionados ao processo de calcificação e inflamação quando comparados ao grupo aórtico. A histopatologia confirmou mais lesões/inflamação na doença valvar mitral que na aórtica assim como a calcificação foi mais intensa na valva mitral quando comparado a aórtica
Conclusão:
1) A doençacardiopatia reumática valvar exibe padrões genéticos peculiares, com predominância de proteínas relacionadas às vias de metabolismo lipídico, ativação de vias da coagulação 2) A inflamação e a calcificação são maiores na doença reumática mitral do que na aórtica. 3) Os padrões de proteômica também se diferem observando-se diferenças de expressão de genes relacionados à resposta inflamatória e degeneração da matriz extracelular. Estas assinaturas genéticas e moleculares provavelmente influenciam no processo patológico de imuno-inflamação e reparação valvar determinando evoluções distintas nas lesões valvares reumáticas mitrais e aórticas.