Contando histórias, construindo histórias: a escuta do psicanalista de crianças / Story-telling, constructing stories: the listening of the child analyst
Rev. psicanal
; 19(3): 567-583, dez. 2012.
Article
em Pt
| LILACS
| ID: biblio-836456
Biblioteca responsável:
BR18.1
RESUMO
Cada processo psicanalítico é, em si mesmo, uma história. Que tem a peculiaridade de dedicar-se a encontrar, com o paciente, a história deste desde seu próprio ponto de vista. Na história de cada psicanálise de criança existem algumas peculiaridades, especificidades técnicas impostas pelas condições da faixa etária. Como se constrói na mente do analista a escuta geradora de sentido? Certamente essa é uma questão sem resposta absoluta ou última. Neste trabalho procuro refletir sobre alguns aspectos dessa construção. Sugiro que vivências oriundas das múltiplas fontes do campo da psicanálise de crianças podem ser utilizadas na busca de entendimento da construção dessa escuta tão específica. A partir de vivências clínicas com três crianças busco pensar a escuta psicanalítica que constrói meu entendimento e o que comunico verbalmente ou não - a meus pacientes. Uma peculiaridade do tratamento de crianças é que trabalhamos com os outros de nossos pacientes não apenas como objetos internos, como é comum na análise de adultos, mas também como objetos presentes no campo. Neste trabalho sugiro que, respeitados os inevitáveis limites de nossa competência, a complexidade de encontros na psicanálise de crianças pode ser inspiradora, contribuindo para a compreensão do paciente, enriquecendo a história do próprio processo, ampliando as interpretações possíveis e podendo nos ensinar sobre a especificidade da escuta que estrutura nosso encontro psicanalítico com os pacientes, seja qual for sua idade.
ABSTRACT
Each psychoanalytical process is, in itself, a story. Story which has the peculiarity of dedicating itself to find, along with the patient, his/her own story from his/her vantage point. In the story of each childs psychoanalysis, there are some peculiarities, technical specificities, imposed by the conditions of the age group. How is the listening which generates sense constructed in the mind of the analyst? This is certainly a question with no absolute, ultimate answer. In this paper the author intends to reflect upon some aspects of this construction. The author suggests that experiences from many sources of the field of child psychoanalysis may be used in the search to understand the construction of this listening, which is so peculiar. Using clinical experiences with three children, the author intends to think further the psychoanalytical listening which constructs her understanding and what she communicates orally or not to her patients. A peculiarity in treating children is that we work with our patients others not only as internal objects, common in adults analysis, but also as objects present in the field. In this paper, the author suggests that, respected the unavoidable thresholds of our competence, the complexity of encounters in child psychoanalysis may be inspiring, contributing for the understanding of the patient, enriching the story of the process itself, broadening the possible interpretations, and teaching us about the specificity of listening which structures our psychoanalytical encounter with the patients, no matter what age they are.
RESUMEN
Cada proceso psicoanalítico es, en sí mismo, una historia. Que tiene la peculiaridad de dedicarse a encontrar, con el paciente, su historia desde su propio punto de vista. En la historia de cada psicoanálisis de niño existen algunas peculiaridades, especificidades técnicas impuestas por las condiciones de la faja de edad. ¿Cómo se construye en la mente del analista la escucha generadora de sentido? Seguramente esa es una pregunta sin respuesta absoluta o última. En este trabajo, busco reflexionar acerca de algunos aspectos de esa construcción. Sugiero que vivencias oriundas de las múltiples fuentes del campo del psicoanálisis de niños se puedan utilizar en la búsqueda de entendimiento de la construcción de esa escucha tan específica. A partir de vivencias clínicas con tres niños, busco pensar la escucha psicoanalítica que construye mi entendimiento y lo que comunico verbalmente o no a mis pacientes. Una peculiaridad del tratamiento de niños es que trabajamos con los otros de nuestros pacientes no apenas como objetos internos, como es común en el análisis de adultos, sino como objetos presentes en el campo. En este trabajo sugiero que, respetados los inevitables límites de nuestra competencia, la complejidad de encuentros en el psicoanálisis de niños puede ser inspiradora, contribuyendo a la comprensión del paciente, enriqueciendo la historia del proceso, ampliando las interpretaciones posibles y pudiendo enseñarnos acerca de la especificidad de la escucha que estructura nuestro encuentro psicoanalítico con los pacientes, sea cual fuere su edad.
Palavras-chave
campo; campo; child psychoanalysis; escucha psicoanalítica; escuta psicanalítica; field; historia; história; parental presence; presencia de los padres; presença dos pais; proceso psicoanalítico; processo psicanalítico; psicanálise de crianças; psicoanálisis de niños; psychoanalytical listening; psychoanalytical process; story
Texto completo:
1
Coleções:
01-internacional
Base de dados:
LILACS
Assunto principal:
Terapia Psicanalítica
/
Contratransferência
/
Narração
Tipo de estudo:
Qualitative_research
Limite:
Child
/
Child, preschool
Idioma:
Pt
Ano de publicação:
2012
Tipo de documento:
Article